Uma nova forma de amar

Capítulo 1

Hora de acordar.. Vamos lá.. Ânimo.. Um, dois, três e... Lá vamos nós.
Como disse minha mãe, se estou praticamente morrendo para acordar 8 horas da manhã, imagina quando o ano letivo na minha querida escola começar. Terei que acordar duas horas mais cedo.

Céus! Quero nem pensar nisso.

Levanto e tropeço nos meus sapatos, bela maneira de acordar.

Vou direto ao banheiro, e analiso meu rosto no espelho arredondado que tem na parede.

Escovo meus dentes, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e volto para meu quarto, coloco uma jaqueta por cima do meu pijama de bolinhas vermelhas e desço para tomar meu café.

- Bom dia mãe. _ Digo no meio da escada.

- Bom dia minha filha, durmiu bem?

Deposito um beijo em sua testa, e respondo:

- Eu queria ter dormido mais, mas a senhora insisti que segunda-feira eu tenho que acordar exatamente as 8 horas da manhã.

- Sabe pra que isso, não sabe? _ Ela diz servindo o café preto em sua xícara que lhê dei de presente no dia do seu aniversário. _ Você terá que se acostumar a acordar cedo, em breve suas aulas começarão.

Reviro os olhos e sento-me na mesa.

- Ok, eu já entendi, dispenso a palestra que a senhora está pensando em dar.

Minha mãe se chama Helena, classifico ela como a melhor mãe do mundo, e de fato, ela é.
Somos mais do que a forma clichê de ser "mãe e filha", sei que posso contar tudo pra ela, e dividir meus maiores segredos e meus mais tenebrosos medos.
Apesar dela ter um senso avançado de querer me proteger, sei que tudo que ela faz é pensando unicamente e exclusivamente no meu bem.

- Papai saiu cedo para trabalhar hoje.. _ Comento bebericando um gole do meu café.

Argh! Está quente. Droga. Queimei minha língua.

- Saiu bem mais cedo, disse que o chefe dele está descontente com seu trabalho e está pensando em demiti-lo.

- Sério? Mas ele não pode fazer isso. Cá com nós..Eu nunca fui com a cara de manteiga derretida daquele velho babão, prefiria que ele não tivesse o poder que tem.

- Filha.. Não fale assim dele, o senhor Otávio é uma pessoa boa, a idade dele deve afetar no seu comportamento.

Minha família não era pobre, tínhamos dinheiro suficiente para vivermos bem, meu pai Alex trabalhava em uma das maiores empresas comerciais da cidade e tinha um bom perfil lá.

Minha mãe gosta de ter seu próprio dinheiro e trabalha como supervisora de uma universidade umas quadras da minha casa.

Eu no momento, apenas estudo, esse ano iniciarei o segundo ano do ensino médio. E só pra constar, tenho pavor de matemática e amo biologia.

Quero me dedicar para passar, e terminar meus estudos e me formar, quero dar orgulho pros meus pais e principalmente pra minha mãe que sonha tanto com esse momento.

Meu celular toca, pego-o e atendo.

É James, meu namorado.

- Alô.. Oi amor, to bem e você... Aah, agora? Hum.. Pode sim, ok, não demora.. Beijo.

Desligo.

- Era o James?

- Era, ele vai vir aqui agora, tinha esquecido que saíria com ele hoje de manhã.

- E pelo jeito esqueceu de me pedir também né moçinha..

Arqueio uma de minhas sombrancelhas, e inclino a cabeça.