Capítulo 12

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As aulas começarão e eu confesso que não estou nenhum pouco contente com isso. Repensando alguns princípios, a volta das aulas seria de bom agrado para mim, se eu ainda morasse na Califórnia, se eu ainda tivesse minha mãe para exigir que eu durma em determinado horário para acordar cedo no outro dia, e se eu tivesse James e Kate do meu lado, mas infelizmente nada disso está no meu alcance.

  Acordo com o despertador me avisando que já são 6:30, espreguiço-me com muita preguiça de levantar, porém, não há outro jeito.

Tomo um banho e visto o uniforme que Ágatha me alertou  que foi exigido ser usado pelos alunos no primeiro dia de aula.

Trata-se de uma saía azul rodada, uma meia também azul que cobre minha perna até o joelho, e uma blusa de manga curta branca.

Digamos que o uniforme não é dos mais feios, mas vamos combinar que poderia ser mais estiloso, certo?

  Desço para tomar café, e apenas Christopher está na mesa mechendo no celular dele.

- Você demorou. _ Ele diz sem tirar os olhos do aparelho.

- E?

- E que isso não pode acontecer. _ Ele larga o celular sob a mesa e serve sua xícara de café. _ Temos hora marcada para chegarmos na escola, e precisamos ser pontuais, a escola exige muito de seus alunos.

Reviro os olhos, e ocupo meu lugar na mesa, sirvo minha xícara, pego um pão, coloco margarina e queijo e começo à comer.

Após engolir eu respondo:

- Eu demorei mas não me atrasei.

Ficamos sem falar nada por um longo período de tempo, até Christopher quebrar o silêncio entre nós:

- Você ainda não me falou sobre você.

- E não falarei.

- Porque essa privacidade toda? Eu quero saber apenas como era sua vida antes de vir pra cá, me fala sobre sua mãe, você disse que seu pai tirou ela de você; como assim? Ele ganhou sua guarda na justiça, é isso?

Já deu para perceber que ninguém aqui sabe da minha real história.

- Eu não quero falar sobre isso.

- Você tinha um namorado?

- Porque você insisti em saber sobre a minha vida, eihn? Eu tenho sim um namorado, ele se chama James, e por uma decisão de merda do meu pai, eu tive que deixá-lo, tive que abandonar a pessoa que eu amo para atender as vontades do meu pai.

  Seu olhar me fita com uma certa intensidade, porém eu não consigo ler sua expressão. Até ele dizer:

- As coisas passam Lívia, a dor não fica pra sempre instalada na gente.

Sacudo a cabeça freneticamente e levanto-me da mesa.

- Você jamais vai me entender.

Digo saindo da cozinha.

                            *

Pego minha mochila e desço, Ágatha me auxilia de como chegar na garagem e eu percorro o trajeto até lá.

Encontro Christopher escorado no carro, com as mãos no bolso de seu uniforme, que trata-se de uma calça azul do mesmo tom da minha saía, e uma camiseta branca com o símbolo e nome da escola, assim como a minha.

Ele me olha sutilmente, e assim que me aproximo mais, ele abre a porta para que eu possa entrar. Fito seu rosto que agora assume uma expressão pacífica. Sua mão gesticula para que eu entre no carro, e assim eu faço. Após, ele entra também ,ambos estamos no banco de trás.

Uma nova forma de amarOnde histórias criam vida. Descubra agora