Aquisição Imperfeita

Capitulo 16 - Despedida

Estou diante daquela única porta que me impede de encontrar Oliver, esperando aquele lindo homem abri-la enquanto aproveito a sua demora para controlar a minha respiração alvoroçada. Essa vai ser a primeira vez que irei dar o primeiro passo com ele. O primeiro passo que venho esperando a anos ele dar. Oliver sempre me viu apenas como uma amiga, mas na noite daquele jantar senti que ele me viu de uma forma diferente. Ouço a maçaneta da porta sendo aberta e seguro a minha respiração completamente a soltando assim que observo aquele homem diante a mim.

-Bebê que surpresa você estar aqui. -Ele sorri me entrelaçando a cintura com os seus braços em um forte abraço me surpreendendo e em seguida me puxando para dentro daquele local e continua. -Vem entra.

Sorrio timidamente me separando de seu corpo  fazendo com que ele sorria ao perceber o efeito que ele causou em mim.

-É maravilhoso ter você aqui comigo. -Ele me dá passagem indicando para que eu me sente em um sofá cinzento e assim eu faço.

-É muito bom estar aqui. -Dou uma breve pausa observando ele sentar ao meu lado.

-Você quer me dizer alguma coisa Allycia? -Uma alta gargalhada se faz presente naquele local.

-Você me conhece. -Afirmo me rendendo a sua risada.

-O suficiente para saber que você quer alguma coisa é que você faz a mesma cara quando você quer escolher o filme. -Oliver fica serio e se ajeita no sofá se aproximando ainda mais de mim.

-Posso escolher o filme? -Fixo meus olhos nos dele.

Em seus lábios se forma um sorriso malicioso que apenas confirma que ele adorou o atrevimento de minhas palavras.

-O que você desejar bebê. -Sua mão é levada aquela enorme tv que se encontra fixado na parede em nossa frente e em seguida me entrega aquele controle móvel para que eu possa utiliza-lo conforme o meu agrado.

-Primeira vez vejo o senhor Oliver, se deixar vencer tão facilmente. -Retruco animada com os seus atos.

-Eu não sei explicar os motivos que estão me levando a isso. -Ele reage seriamente.

Dessa vez é eu que não consigo conter a minha risada depois de ouvir essas suas palavras.

-Oliver, eu nunca te vi tão enrolado nas suas próprias palavras assim. -Dou um leve tapa na sua cabeça.

-Allycia, você está tão linda e diferente. -Ele me analisa mantendo em seu rosto um sorriso malicioso de lado.

-Liam, me ajudou a mudar. -Sorrio sem jeito parando em uma serie na tv.

-Bebê está saindo com um homem compromissado? -A expressão que se mantém em seu rosto é preocupante como se ele não quisesse acreditar em suas próprias palavras.

-Não sou capaz Oli. -Sinto a sua mão sobre a minha e levo o meu olhar para ele e continuo. -Liam, é apenas o meu amigo e como você viu no jantar ele é comprometido com aquela mulher e não comigo.

-Isso quer dizer que você esta livre para mim? -Um sorriso tímido se forma em seu rosto e ele continua. -Livre para..

Eu o interrompo e aperto fortemente a sua mão. -Sempre tive livre para você.

-Aceita jantar comigo essa noite. -Um convite é feito naquela sala fazendo um maravilhoso eco.

-Você não é muito de jantar pelo que te conheço Oli. -Sorrio sem disfarce.

-Por você essa noite serei. -Seus olhos passam a analisar agora a tv.

Meu celular toca indicando ser uma mensagem e rapidamente eu agarro ele retirando do bolso aquele aparelho podendo observar com isso um numero desconhecido.

Mensagem numero desconhecido:
"Querida é a Margaly, você precisa sair agora da casa de seu amigo. Liam, esta indo te buscar e ele esta furioso. Corra menina, corra vá embora e não volte. Não deixe ele te encontrar."

Sinto meu coração acelerar e os meus nervos saltarem fazendo com que o tom de minha pele se tome por um branco.

-Bebê, você esta bem? -Oliver, acaricia o meu rosto.

-Preciso ir. -Me levanto caminhando em direção a porta.

-Você aceita o convite? -Ele se levanta ficando parado á encarar o meu desespero.

-Irei adorar. -Mantenho a porta aberta segurando a maçaneta.

Saio pelo corredor tentando me livrar da presença inesperada de Liam, a cada passo eu levo a minha cabeça para trás podendo observar que não há ninguém me perseguindo. A porta do elevador apita indicando que em segundos ele estará livre para que eu possa entrar e sair daquele local. Entro assim que avisto sendo aberta trombando de imediato com uma imensa barreira formada por Liam.
Em seu olhar transborda ódio que se confirma com os seus braços pressionando fortemente o meu corpo.

-Você não deveria Allycia, você não deveria. -Ele repetia diversas vezes aumentando o tom de sua voz em cada uma delas.

-Liam, você esta me machucando, por favor não me machuque. -Deixo as lágrimas percorrerem pelo meu rosto.

-A sua vadiazinha eu vou te machucar do mesmo jeito que você fez comigo. -Ele me joga com toda a sua força contra a parede daquele elevador.

-Não Liam. -Grito em desespero.

-Cala-se, vou lhe dar o que você merece. -Ele me arrasta para fora do elevador com brutalidade assim que as portas se abrem.

Os olhares alheios de pessoas estranhas nos cercam e múrmuros são escutados de pessoas indignadas com aquela bruta atitude de Liam. Imploro para que façam algo contra ele, mas ninguém se atreveu, ele me joga para dentro do seu carro fechando a porta em seguida enquanto as tranca.

-O que vai fazer comigo? -Esfrego o meu rosto enquanto ele dá partida em seu veiculo.

-O que eu deveria ter feito no primeiro dia em que visitei aquele maldito leilão. -Suas mãos se chocam ao volante agressivamente algumas vezes fazendo com que eu feche meus olhos.

-O que você deveria ter feito? -Retruco.

-Ter coragem Allycia, ter coragem. -Ele freia o carro inesperadamente fazendo com que o meu corpo se choque para frente e continua a dizer.-Mas eu não tenho coragem, desça do meu carro e desapareça da minha vida. -Sua voz foi autoritária.

Assim eu faço descendo daquele veiculo em uma estrada desconhecida e abandonada iluminada apenas com a luz daquele imenso e caloroso sol.

-Adeus Allycia. -A sua voz foi rouca e tremula deixando em seu rosto visível algumas lágrimas percorrerem por aquele lugar me entregando em seguida um envelope.

-Adeus Liam. -Aquela despedida causou a pior dor que eu já pude sentir em minha vida.

O seu carro desaparece com a distancia que se toma de onde eu permaneço parada. Aquela distancia junto ao seu adeus não me trouxe a maravilhosa sensação de liberdade que a quase um mês venho desejando. Abro aquele envelope podendo observar meu passaporte junto com alguns bolos de dinheiro.