Encontro Inesperado

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Kira narrando...

Depois de praticamente fazer um monólogo para Vic dizendo exatamente o que tinha acontecido, fui fazer meu almoço.  Minha amiga pirada tinha ido pra casa dela se arrumar pra ir trabalhar e eu teria que ficar o resto do dia sozinha até dar a hora de ir pra faculdade à noite, já que as aulas teriam início hoje.

Depois que terminei de almoçar, resolvo tomar banho e ir ao Central Park me distrair. Moro no Upper East Side e a caminhada leva una 23 minutos, então decido ir a pé para espairecer a cabeça. A verdade é que ainda estava pensando no meu encontro inusitado com Alec Jones por três motivos:

1º: Ir para uma entrevista de emprego e descobrir que quem estava contratando era o astro do pop teen, tinha 0,0001% de chance de acontecer.

2º: A porcentagem era ainda menor se esse mesmo cantor resolvesse fazer a entrevista com perguntas sobre séries e filmes.

3º Descobrir que talvez essa pessoa não seja como você esperava que fosse. Tudo bem que poderia ser jogada de marketing, mas que é um ato muito nobre dar uma prótese a criança que precisa, ninguém pode negar.

Acho que tô ficando doida.
Quando finalmente chego no parque estendo a toalha na grama, me sento e começo a ler um livro que eu trouxe.
O nome do livro é A Rainha Vermelha. É aquele tipo de livro que te vicia e você não consegue parar de ler.

Quando leio fico distraída. Se uma bomba explodir na minha frente, talvez eu não perceba. Foco no TALVEZ.
É exatamente por esse motivo, que eu não vi a bola vindo na minha direção. Só percebi quando ela já tinha batido na minha testa, por causa da dor e do choque.

Automaticamente coloca a mão na testa e procuro ver de onde a bola veio. Vejo um cara de boné e óculos escuros vindo na minha direção.
Me levanto e assim que ele chega até mim, desconto minha raiva nele.

Eu: Qual o seu problema?! Não presta atenção, não ?!--- Falo ainda com a mão na testa.

----- Calma estressadinha! Desculpa!---- Ele olha pro meu rosto com mais atenção se demorando na minha testa.

----Nem machucou. Além disso, você não deveria gritar desse jeito com seu chefe.

Olho pra ele com cara de interrogação.
Ele tira óculos e me encara. Finalmente reconheço a pessoa e quase dou um grito, mas sou impedida por Alec que tapa minhas boca com sua mão e me imprensa na árvore atrás de mim.

Alec: Psiu! Ninguém pode saber que eu tô aqui se não vou ser atacado. --- diz sussurrando.
Balanço a cabeça em concordância e ele me solta.

Ele ia falar alguma coisa, quando é interrompido pelo cara que meus documentos. Qual é o nome dele mesmo? Ah! Ryan. Isso.

Ryan: Nossa! Ia fazer um barraco só por causa de uma bolada na cara que nem doeu?

Eu: Primeiro que você nem sabe se doeu. Segundo: Eu poderia estar xingando vocês de tudo quanto é nome, mas estou aqui sendo educada. E terceiro...---- Me viro na direção de Alec. ---- Você tá me devendo um livro. ---- Digo vendo minha linda edição de A Rainha Vermelha cheia de lama. O livro voou da minha mão com o susto da pancada. ---- Arqueio a sobrancelha esperando que eles repliquem.

Mas ele fixa mudo me encarando.

Alec: Ela tem ótimos argumentos. Você é brasileira, não é?

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