O pensamento de que ele poderia não querer o bebê ela até poderia entender, mas a idéia de um aborto era insuportável.
Em um ponto ela teria de admitir que ele estava certo: ela estava cansada e abalada emocionalmente. E por isso mesmo, não estava a fim de discutir qualquer coisa no momento. Principalmente com um homem acostumado a conseguir tudo que queria, a qualquer custo.
A primeira coisa que Louisa precisava seria uma boa noite de sono para recuperar as forças. Talvez o fato de ir com Luke para Havensmere pudesse fazer com que ganhasse tempo para pensar, em vez de ficar discutindo. Entretanto, havia algo que ela gostaria de deixar claro, antes de acompanhá-lo:
— Para ser franca, acho seu comportamento muito possessivo.Talvez, se parasse de me tratar como se eu fosse sua propriedade, eu não teria razão para ser hostil.
Luke ergueu as sobrancelhas e Louisa notou que ele não gostara nem um pouco da observação dela em relação ao seu caráter. O queixo masculino se enrijeceu como se estivesse censurando o que desejava dizer.
De repente, Louisa teve um lampejo de memória do que acontecera naquela noite. Luke fizera a mesma expressão quando se esforçara para segurar o orgasmo enquanto permitia que ela explodisse de prazer. A reação física que se seguiu à lembrança a deixou surpresa. Sentiu a musculatura das coxas relaxarem e os mamilos enrijecerem. E isso só poderia significar uma coisa: excitação.
O que havia de errado com ela? Como poderia ainda estar atraída pelo homem que a usara apenas para vingar-se e agora pensava em forçá-la a um aborto?
— Há algo errado? — a voz de Luke soou preocupada.
— Está doente?
— Não. Estou bem — murmurou e esforçou-se para não demonstrar o estado de pânico em que se encontrava.
Luke tocou uma das bochechas dela com a ponta de um dedo:
— Parece tão pálida! Ainda está sofrendo daqueles enjôos?
— Não — ela negou e apressou-se em disfarçar o choque eletrizante que o toque dele lhe provocara. Contudo, o aroma da colônia dele a torturava. Devia ser isso! De repente ela deduziu. A súbita excitação que sentira deveria ter acontecido por causa dos hormônios da gravidez. Havia lido em algum lugar que as mulheres grávidas reagem instintivamente quando sentem a essência usada pelo pai de seu filho. Algo a ver com feromônios. Ela se sentiu aliviada. Não estava atraída por Luke. O que acabara de sentir era apenas resultado de uma reação química.
— Mantenho uma equipe de empregados em Havensmere — informou Luke. — A mansão tem cerca de 60 aposentos e uma área de lazer gigantesca. Será o lugar ideal para você descansar e nos proporcionará espaço e privacidade para discutirmos as providências necessárias.
— Não estou com disposição para conversar esta noite
— Louisa respondeu tentando uma evasiva. Estava apavorada com a idéia do que ele estaria querendo dizer com "providências necessárias".
— Entendo. Eu também não estou disposto. Porém, como pretendo ir para lá agora, gostaria que fosse comigo. Por favor.
Louisa imaginava que passar o final de semana com ele não seria a decisão correta, entretanto, o olhar suplicante quando ele pediu "por favor" a deixou hesitante. E tinha que admitir que não era somente por isso. A maneira como ele pedira a fizera sentir-se como se tivesse conquistado uma grande vitória. Além disso, estava começando a sentir-se exausta e não teria a mínima disposição de iniciar outra discussão com ele.
— Está bem. Eu o acompanharei. Mas só se for por apenas uma noite.
Luke concordou gesticulando com a cabeça e saiu do carro.
Após contornar o veículo, ele abriu a porta do passageiro e ajudou-a a descer apoiando um cotovelo de Louisa.
Ela procurou ignorar essa gentileza. Seria uma tola, caso se deixasse enganar outra vez pelas boas maneiras de Luke.
— Eu preferiria que você me esperasse no carro — pediu Louisa. A última coisa que desejava naquele momento seria que ficassem a sós no apartamento dela. As memórias daquela noite ainda estavam muito presentes. — Posso pedir ao porteiro que consiga um cartão de estacionamento, caso você não tenha nenhum.
— Não se preocupe. Eu me arranjo com isso. Só não demore demais.
— Vou demorar o quanto precisar, Devereaux.
Louisa tentou conter a irritação enquanto galgava com passos firmes os dois lances de escada que conduziam ao seu apartamento.
Após acomodar algumas roupas e artigos de toalete na mochila de couro, ela suspirou profundamente. Estava contrariada por ainda sentir os efeitos da excitação inesperada.
Trancou a porta de entrada do apartamento e desceu a escadaria na direção da rua.
Assim que pisou na calçada avistou Devereaux apoiado na lataria do extravagante veículo esportivo, com as pernas cruzadas na altura dos tornozelos e falando ao celular. Naquela distância ela não podia distinguir o que ele dizia, mas parecia relaxado e confiante, o que fez Louisa ficar ainda mais furiosa. Ali estava ela, enfrentando o maior e mais assustador desafio de sua vida, enquanto o homem que provocara tudo isso, conduzia seus negócios de maneira habitual. O mundo dela havia se transformado no espaço de uma tarde e ele demonstrava não ter nada com que se preocupar. E o fato de ele parecer tão tranqüilo a deixava à beira de um colapso.
Esforçando-se para controlar o ressentimento, Louisa começou a caminhar na direção do carro.
— Chegaremos por volta das oito da noite — Luke avisou para a governanta. — Prepare a suíte conjugada. Nos veremos logo mais, sra. Roberts. — Após aquelas palavras, ele encerrou a ligação, alertado pelo barulho dos saltos altos das botas de Louisa.
Ele se afastou do carro e preparou-se para encontrá-la:
— Tudo resolvido?
Ela entregou a mochila e abriu a porta do lado do passageiro. Antes de entrar, respondeu:
— Vamos acabar logo com isso.
Luke socou a mochila no porta-malas e entrou no carro pelo lado do motorista.
— Pensei que tivéssemos combinado encerrar as hostilidades — ele resmungou, enquanto dava a partida no veículo.
— Combinamos? Devo ter me esquecido. Sinto muito. Luke sorriu. Não conseguia ficar zangado com ela por muito tempo. A maneira como Louisa ficava bonita corada e os lampejos de ira nos olhos castanhos faziam sentir-se ainda mais excitado.
— Acha o que está acontecendo engraçado? — ela rebateu com fúria.
Luke reprimiu o riso. Ela estava certa. O comportamento dele estava mais do que inadequado.
— Desculpe-me. É que você fica tão linda quando está zangada que eu não consegui resistir. Notei isso naquela primeira noite e continuo achando o mesmo.
— Se isso significa um elogio, eu tenho pena da mulher que tiver a infelicidade de se envolver com você!
— Assim como você? — retrucou ele, ironizando e ao mesmo tempo ignorando o insulto.
— Um rápido contato sexual não quer dizer exatamente um envolvimento — ela devolveu.
— Pelo que me lembro não foi tão rápido.
Louisa não disse uma palavra enquanto ele freava o carro no semáforo que exibia o sinal vermelho para quem desejasse dirigir-se para a Westway. Luke aproveitou para pressionar o botão que erguia a cobertura do conversível.
— Não quero falar sobre aquela noite. — Por fim, ela se manifestou. — Tenho tentado esquecê-la nos últimos três meses.
— Parece que teve tanto êxito quanto eu — revelou ele, percebendo a confusão nos olhos dela quando o encarou. — E acho que agora não será permitido a nenhum de nós dois esquecer o que aconteceu naquela noite, não é?
Louisa suspirou.
— Tem razão. Mas isso não significa que tenhamos que repetir o mesmo erro de novo.
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Sempre Amor
RomanceO sexy milionário Luke Devereaux apareceu no escritório de Louisa, a arrastou para o médico e exigiu que ela fizesse um teste de gravidez. E, para seu total horror e consternação, o resultado foi positivo! Três meses antes, Luke dera a Louisa uma no...