O tempo atual.
— Você é insuportável! — exclamou Louisa, procurando ignorar a atração que sentia por ele e que pensava ter banido meses atrás. Ela já havia derramado lágrimas demais por Luke Devereaux e não permitiria que ele invadis-se novamente seus segredos mais íntimos.
— Acredita mesmo que ter proporcionado um orgasmo naquela noite lhe dá o direito de me tratar como sua propriedade?
Luke lhe lançou um olhar atravessado antes de estender a mão para fora da janela e pedir passagem ao motorista do caminhão que transitava na pista ao lado. Depois, retornou a atenção para o que conversavam e comentou:
— Tudo o que eu quis dizer é que o sexo que tivemos foi tão bom para você quanto foi para mim. Por isso pare de fingir. E, pelo que me lembro, não foi apenas um orgasmo. Sabe que cuidei bem de você — ele finalizou com tamanha presunção, que a deixou irritada.
— Não considero o sexo como algo mecânico, Devereaux. Para mim o que importa é o sentimento. E se eu soubesse que sua intenção seria apenas a de me punir, não o deixaria sequer chegar perto de mim. Por isso pode parar de se gabar.
Ele deu uma sonora gargalhada.
— Não acredito que o que aconteceu entre nós se pareça com uma punição — Luke devolveu.
— As coisas saíram de controle. Só isso — a voz saiu mais aguda do que ela desejava. O embaraço fez com que entrelaçasse os dedos e os mantivesse pressionados sobre o colo.
— Sei disso. Mas você adorou. Não sei por que insiste em negar.
— O que eu gostaria mesmo era que aquela noite nunca tivesse acontecido.
— Não teria se você não tivesse invadido a minha privacidade.
— O fato de eu tê-lo incluído na minha lista dos mais cobiçados solteirões naquele artigo, não significa que invadi a sua privacidade — Louisa protestou. O fato de bisbilhotar a vida alheia já lhe havia acontecido e era algo do qual não se orgulhava. Aprendera da maneira mais difícil que não deveria cruzar essa linha novamente. Abandonara a coluna de fofocas do London Nights exatamente por causa disso. Não pretendia ser repreendida pelo Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas.
— Não havia nada de invasivo na publicação daquele artigo. Normalmente, os homens escolhidos para integrar a lista ficam felizes de serem considerados como símbolos de atração das mulheres. Não há nada de mal nisso. Se você é paranóico, não é problema meu.
— Você me inseriu na lista sem o meu consentimento — ele retrucou com tanta indignação que os dedos apertaram o volante com uma força desmedida.
— O seu artigo provocou uma chuva de cartas de debutantes. Fora os paparazzi e repórteres de tablóides que apareceram na minha porta. E eu sempre tentei me manter afastado de qualquer tipo de exposição pública. Por isso, se acredita que não invadiu a minha privacidade, está muito enganada.
Luke diminuiu a velocidade do carro bruscamente e abandonou a rodovia principal para entrar na direção que levava às ruas do subúrbio no lado Oeste de Londres. O veículo até balançou com a súbita manobra.
Louisa notou que ele estava muito nervoso, porém não era culpa dela se Luke havia herdado um dos maiores títulos de nobreza do país. E, também, não tinha culpa se ele era rico, bonito e... solteiro. E isso o colocava como um dos mais cobiçados partidos. Além disso, o Magazine Blush era exigente quanto à ética profissional. Tanto que não havia uma palavra sequer sobre a vida particular do Lorde de Berwick.
— Não sou responsável pelo comportamento dos repórteres dos tablóides ou dos paparazzi. Nem mesmo pelas cartas de suas fãs — ela deu uma pausa intencional para que ele raciocinasse a respeito. Depois continuou:
— Só sei que o fato de não gostar de ser mencionado no artigo que o elegeu como um dos dez mais cobiçados solteirões da sociedade londrina, não lhe dava o direito de mentir para mim e de me seduzir com o propósito de me punir.
Luke praguejou algo que ela não entendeu e, para sua surpresa, parou o carro no meio da rua, puxou o freio de mão e acendeu o pisca-alerta. Quando ele girou a cabeça na direção dela com o olhar congelado e mal contendo a ira que o dominava, Louisa sentiu um frio percorrer-lhe a espinha. Ela não tinha a intenção de deixá-lo tão nervoso.
— Vamos deixar uma coisa bem clara — Luke falou em tom baixo e intimidante — o que aconteceu entre nós foi algo inevitável. Uma força natural e instintiva. Afinal, estávamos nos cortejando a tarde inteira... — Acentuando o tom de voz e com um brilho fulgurante nos olhos acinzentados, ele prosseguiu:
— Quando eu tirei suas roupas e acariciei você até que chegasse ao clímax, não tinha nada a ver com punição ou sedução. Tratava-se da liberação dos instintos provocados por uma atração que sentimos um pelo outro. Acha realmente que eu poderia estar pensando num artigo de revista enquanto a sentia quente e ardorosa em meus braços? Ou quando a possuí de maneira tão arrojada, que até o preservativo se rompeu e por isso é que agora está grávida?
— Eu... Eu... — ela calou a boca tentando parar de gaguejar. — Não precisava ser tão rude! — ela finalmente conseguiu dizer. Porém, percebeu que estava sendo injusta. Criticá-lo ferozmente era o que ela mais fizera até aquele momento.
Contudo, o que mais poderia dizer? Louisa pretendia se convencer de que ele a seduzira de maneira fria e calculada como forma de se vingar pelo atrevimento dela em publicar o seu nome sem permissão. Acreditar que o artigo nada tivera a ver com o que acontecera naquela noite era perigoso demais. Ela não queria admitir que estava atraída por ele e nem desejava reconhecer a incontrolável química entre os dois. Já estivera sob os encantos daquele homem uma vez e o seu bom-senso a avisava de que não deveria arriscar-se novamente. Muito embora seu corpo demonstrasse o oposto. Mas o que seu corpo sabia sobre desilusão? Ela o atendera uma vez e por isso estava agora nessa situação.
— A razão pela qual você fez amor comigo, agora já não importa — ela falou, esforçando-se para recuperar o auto-controle. Cruzou os braços frente ao peito para disfarçar a rigidez espontânea dos mamilos. — O caso é que foi um terrível engano e não deveria se repetir.
Luke sacudiu a cabeça com incredulidade. Depois baixou o freio de mão e desligou o pisca-alerta.
— Se acredita nisso está se auto-enganando — ele murmurou e acelerou o motor.
Louisa o ignorou. Estava cansada demais para prosseguir naquela discussão. E, de qualquer maneira, falar com ele era o mesmo que discutir com uma porta. Preferiu olhar pela janela e apreciar as casas de tijolos aparentes e muito comuns no bairro de Chiswick, enquanto o carro avançava rapidamente. Estava exausta e confusa. Não estava presa àquele homem rude e dominador apenas pela criança que carregava no ventre, como também por uma paixão inexplicável que ainda tinha o poder de deixá-la fora de controle.
E agora ela sabia que Luke não se importava com o que ela pensava a respeito de sentimentos. E por que se importaria? Não tinha nada a perder. Se é que Luke tinha um coração, ele jamais o colocaria em risco.
***
Oi meus Amores, Voltei!!!!
Curtam e comentem a História.
As atualizações agora serão mais seguidas, além de que VEM NOVIDADES! AGUARDEM!
bjs *-*
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Sempre Amor
RomanceO sexy milionário Luke Devereaux apareceu no escritório de Louisa, a arrastou para o médico e exigiu que ela fizesse um teste de gravidez. E, para seu total horror e consternação, o resultado foi positivo! Três meses antes, Luke dera a Louisa uma no...