Capítulo 21

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Louisa praticamente devorou a refeição. Estava faminta e o sabor excelente ajudou a estimular o seu apetite. Contu­do, não havia muito o que fazer com o estômago que não parava de roncar.

Luke parecia não notar, uma vez que tentava preencher o silêncio com assuntos amenos. Algumas vezes ela o ob­servava através da borda do copo e notava que ele a olhava insistentemente. E isso a fazia lembrar-se da primeira noite que tiveram juntos. Ele não falara muito. Nada além do necessário. Talvez por isso Louisa sabia tão pouco a res­peito dele. E agora que o conhecia um pouco melhor, des­cobrira que o silêncio fazia parte da personalidade forte e poderosa dele. Ele a desejara naquela, noite e a seduzira com incrível eficiência. Louisa fora incapaz de resistir ao charme encantador de Luke. E o mesmo quase acontecera naquela manhã.

Louisa começava a imaginar qual seria o próximo movi­mento dele. Será que teria elaborado algum plano para o bebê? Procurou afastar de seus pensamentos o pânico que ameaçava atormentá-la.

— Sabe de uma coisa, Louisa? Eu estive pensando sobre a nossa situação e o bebê.

Ela olhou para ele assustada. Será que Luke tinha o po­der de ler seus pensamentos?

— É mesmo? — ela respondeu com a maior casualidade possível. Ao mesmo tempo estranhava a maneira intensa como ele a olhava.

— Tenho uma solução capaz de resolver o problema.

— E qual seria? — ela perguntou antes de sorver um gole do refresco.

— Deveríamos nos casar.

O susto foi tão grande que ela engasgou com o líquido que começava a engolir. Começou a tossir sem parar e de­sesperar-se por ar. Luke ergueu-se e apressou-se em ajudá-la. Promoveu suaves pancadas com a palma de uma mão nas costas dela, enquanto com a outra mão mantinha o len­ço próximo dos lábios de Louisa.

Em alguns segundos a crise foi controlada e ela parou de tossir.

— Você está bem? — ele perguntou com muita calma. A calma era demais para um homem que acabava de to­mar uma decisão tão importante, ela pensou.

Louisa apenas gesticulou positivamente com a cabeça. Ainda não era capaz de falar.

Luke retornou ao lugar em que estava antes e aguardou pacientemente até notar que ela estava plenamente recupe­rada. Então retornou ao assunto:

— Essa me parece a solução mais viável. E importante para mim que o bebê tenha o meu nome e eu possa ampará-los da maneira correta — os lábios dele se entreabriram num sorriso sensual. — Acho que nossa convivência não significará um sacrifício.

— Será que você perdeu a sanidade? — ela resmungou.

Luke respirou fundo.

— Eu já imaginava que você não tornaria as coisas fáceis.

— Nós mal nos conhecemos, Luke! A idéia de nos casar­mos é absurda!

— Teremos tempo de nos conhecermos depois do ca­samento.

— Não — ela respondeu categórica. Será que ele estava realmente falando sério?

— Não o quê?

— Não vou me casar com você.

Louisa tinha certeza de que aquela não era a maneira como esperava um dia ser pedida em casamento. Como toda mulher, ela também fantasiava o modo como o homem de seus sonhos a faria delirar quando lhe fizesse o pedido formalmente. E a frieza calculada de Luke Devereaux não chegava nem perto do que ela idealizava. Contudo, afastou o desapontamento e a auto-piedade. Tinha coisas mais importantes para lidar no momento do que se importar com sonhos românticos.

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