Capítulo 18

13.5K 908 69
                                    


Ela tocou nos braços musculosos e, com as mãos trêmu­las, tentou afastá-lo. No fundo, estava quase se derretendo de emoção.

— Isso não vai nos levar a nada. Ainda estou furiosa com você e ainda quero ir para a minha casa. — Contudo, o tom de voz traiçoeiro fazia com que as palavras soassem mais como um convite do que uma censura.

— Falaremos sobre isso depois — murmurou, enquanto com o polegar acariciava a curvatura delicada do maxilar feminino. — O que eu quero agora é invadir um pouco mais o seu espaço pessoal.

E depois daquelas palavras ele aproximou os lábios dos dela para beijá-la. Louisa tentou ignorar o calor abrasivo da boca masculina e fingiu indiferença. Porém o beijo que co­meçou suave, em instantes tornou-se sensual e exigente, fazendo com que ela abrisse os lábios para permitir a invasão da língua ávida. A medida que os recantos da boca fe­minina eram explorados, ondas de eletricidade atravessa­vam seu sistema nervoso como se ela estivesse ligada em uma tomada elétrica. Ela se agarrou na blusa masculina para conseguir manter o equilíbrio e enlaçou a própria lín­gua na dele, iniciando um duelo sensual que ela sabia que não venceria. Ela discutiria com ele depois. Assim que re­tomasse o controle do seu corpo, pensou Louisa. Agora, o que mais interessava era desfrutar ao máximo o prazer que Luke lhe proporcionava.

O tórax poderoso roçava sem piedade os mamilos intumescidos, enquanto a pressionava junto à parede.

Ele abandonou o beijo para provocar-lhe o ponto sensí­vel atrás da orelha e depois descer pela curvatura do pesco­ço, espalhando beijos rápidos e úmidos.

Louisa gemeu e protestou ao mesmo tempo, quando sen­tiu a palma quente introduzir-se entre as suas coxas:

— Não podemos fazer isso! Não temos tempo!

— Temos a semana inteira. Já combinei com Parker — ele murmurou, enquanto erguia uma das pernas dela e a acomodava em um lado do quadril masculino.

— Você fez o quê? — ela gritou e deu-lhe um empurrão. Todo o encanto foi quebrado como se alguém tivesse derrubado um balde de gelo sobre a cabeça dela.

— O que aconteceu? — ele perguntou, com a respiração ofegante.

— Você negociou com meu chefe para me conceder fé­rias por uma semana? Não posso acreditar nisso!

— Qual é o problema?

— O problema é que você não tinha o direito de fazer isso sem que eu soubesse.

Ele a agarrou pelos pulsos e puxou-a novamente para junto dele.

— Esqueça. Não vamos brigar por isso agora.

— Vamos sim! — ela golpeou o peito dele com os pu­nhos cerrados e girou a cabeça no instante em que Luke tentou beijá-la. — Pare com isso! — ela gritou, embora ainda sentisse as pernas bambas.

— Mas ambos estamos a ponto de explodir!

— Não importa. Quero saber por que foi falar com meu chefe.

— Bem... — ele praguejou e a libertou. — Está bem. Vamos tirar isso do caminho.

— Acho bom — Louisa declarou, cruzando os braços frente ao peito.

— Considerei que não conseguiríamos decidir tudo o que precisávamos em um único dia. Por isso liguei para Parker na noite passada e ele concordou com o meu pedido para liberá-la por uma semana. O que há de errado nisso?

— O que há de errado? — ela ficou pasma. "Será que ele falava sério?" — Talvez devesse arriscar um palpite.

— Não tenho nenhum palpite. E nem tenho idéia de qual é o problema — Luke a olhava como se ela estivesse enlou­quecendo.

— Você realmente não entendeu, não é?

— Entendi o quê?

Demereaux parecia tão frustrado e aborrecido quanto ela.

Louisa nem sabia mais o que pensar. Como alguém po­dia não ter noção dos limites pessoais que deveriam ser res­peitados?

— Sabe de uma coisa? Você é pior que o meu pai. E já que não me perguntou se eu queria ou não vir para Havensmere, não se preocupe em me acompanhar na volta para Londres.

— Eu tomei essa decisão porque era o mais certo a fazer. Você precisa descansar e recuperar suas energias. Uma se­mana em Havensmere só lhe faria bem — ele se aproximou dela o bastante para que Louisa notasse a determinação que Luke exibia nos olhos. — Além disso, existe a mesma química entre nós. E pelo que acabou de acontecer, tenho cer­teza de que um dia não seria o suficiente para saciarmos essa necessidade.

— Não vamos fazer sexo.

— Por que não?

— Porque eu não quero — ela recuou um passo antes de tornar a falar. Ele a estava pressionando outra vez e Louisa não suportava isso. — Já lhe disse que o sexo para mim só importa se houver sentimento.

— E o que me diz do fato de estarmos separados por mais de três meses e ainda sentirmos a mesma atração?

Naquele ponto, ele tinha toda a razão. Ela admitiu em pensamento. Louisa ainda clamava pelo prazer que somente ele poderia lhe proporcionar. Mas recusava-se a confes­sar isso. Não queria lhe dar uma arma a mais para combatê-la. Se eles fizessem amor outra vez, teria que ser de acordo com os termos dela e não dele.

— Não acontecerá nada entre nós até que pare de me tratar como se eu fosse sua propriedade. E se quiser que eu fique em Havensmere, terá que se desculpar por ter invadi­do o meu espaço pessoal e prometer que não fará isso de novo.

— "Por Deus!" — ele exclamou incrédulo. — Eu estava apenas cuidando do seu bem-estar e não vou me desculpar por isso.

Louisa abafou a voz interior que lhe pedia para usar o bom-senso.

— Estou decidida, Luke. Não irei almoçar com você até que me peça desculpas e prometa não agir da mesma ma­neira novamente. Não sou mais uma criança e por isso não admito ser tratada como tal.

— Está maluca? Não se alimenta desde a tarde de ontem e está disposta a "morrer de fome" por causa de um estúpi­do ponto de vista? — ele desabafou.

— Perder uma refeição não irá me matar. Se as sufragistas puderam fazer isso, eu também posso.

— Sufragistas? Do que está falando?

— As sufragistas — ela respondeu com muita calma — foram as ativistas que batalharam para conseguir o direito de voto das mulheres e a igualdade com os homens. — E se Luke pretendia que decidissem juntos o futuro do bebê, Louisa precisava vencer esse primeiro round.

— Eu sei quem foram as sufragistas — ele resmungou e caminhou até a janela. Repousou as mãos nos quadris, enquanto observava a paisagem através do vidro. Os om­bros largos contra a luz do sol formavam uma silhueta que lembrava uma escultura de pedra. Luke jamais recebera um ultimato como aquele e não tinha idéia de como deve­ria reagir. E ele estava tão zangado com Louisa que sentia vontade de estrangulá-la. Ela estava se transformando num desafio muito maior do que ele supunha. Num dado momento estavam a ponto de se devorar e no instante seguin­te Louisa despejava um monte de bobagens a respeito de direitos e decisões. E exigia que ele se desculpasse por... Por exatamente o quê? Luke nem mesmo sabia o que havia feito de tão terrível! E para piorar a situação, percebia a excitação crescer dentro do jeans, o que o fazia sentir-se mais tolo ainda.

***

Sempre AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora