Ela tocou nos braços musculosos e, com as mãos trêmulas, tentou afastá-lo. No fundo, estava quase se derretendo de emoção.
— Isso não vai nos levar a nada. Ainda estou furiosa com você e ainda quero ir para a minha casa. — Contudo, o tom de voz traiçoeiro fazia com que as palavras soassem mais como um convite do que uma censura.
— Falaremos sobre isso depois — murmurou, enquanto com o polegar acariciava a curvatura delicada do maxilar feminino. — O que eu quero agora é invadir um pouco mais o seu espaço pessoal.
E depois daquelas palavras ele aproximou os lábios dos dela para beijá-la. Louisa tentou ignorar o calor abrasivo da boca masculina e fingiu indiferença. Porém o beijo que começou suave, em instantes tornou-se sensual e exigente, fazendo com que ela abrisse os lábios para permitir a invasão da língua ávida. A medida que os recantos da boca feminina eram explorados, ondas de eletricidade atravessavam seu sistema nervoso como se ela estivesse ligada em uma tomada elétrica. Ela se agarrou na blusa masculina para conseguir manter o equilíbrio e enlaçou a própria língua na dele, iniciando um duelo sensual que ela sabia que não venceria. Ela discutiria com ele depois. Assim que retomasse o controle do seu corpo, pensou Louisa. Agora, o que mais interessava era desfrutar ao máximo o prazer que Luke lhe proporcionava.
O tórax poderoso roçava sem piedade os mamilos intumescidos, enquanto a pressionava junto à parede.
Ele abandonou o beijo para provocar-lhe o ponto sensível atrás da orelha e depois descer pela curvatura do pescoço, espalhando beijos rápidos e úmidos.
Louisa gemeu e protestou ao mesmo tempo, quando sentiu a palma quente introduzir-se entre as suas coxas:
— Não podemos fazer isso! Não temos tempo!
— Temos a semana inteira. Já combinei com Parker — ele murmurou, enquanto erguia uma das pernas dela e a acomodava em um lado do quadril masculino.
— Você fez o quê? — ela gritou e deu-lhe um empurrão. Todo o encanto foi quebrado como se alguém tivesse derrubado um balde de gelo sobre a cabeça dela.
— O que aconteceu? — ele perguntou, com a respiração ofegante.
— Você negociou com meu chefe para me conceder férias por uma semana? Não posso acreditar nisso!
— Qual é o problema?
— O problema é que você não tinha o direito de fazer isso sem que eu soubesse.
Ele a agarrou pelos pulsos e puxou-a novamente para junto dele.
— Esqueça. Não vamos brigar por isso agora.
— Vamos sim! — ela golpeou o peito dele com os punhos cerrados e girou a cabeça no instante em que Luke tentou beijá-la. — Pare com isso! — ela gritou, embora ainda sentisse as pernas bambas.
— Mas ambos estamos a ponto de explodir!
— Não importa. Quero saber por que foi falar com meu chefe.
— Bem... — ele praguejou e a libertou. — Está bem. Vamos tirar isso do caminho.
— Acho bom — Louisa declarou, cruzando os braços frente ao peito.
— Considerei que não conseguiríamos decidir tudo o que precisávamos em um único dia. Por isso liguei para Parker na noite passada e ele concordou com o meu pedido para liberá-la por uma semana. O que há de errado nisso?
— O que há de errado? — ela ficou pasma. "Será que ele falava sério?" — Talvez devesse arriscar um palpite.
— Não tenho nenhum palpite. E nem tenho idéia de qual é o problema — Luke a olhava como se ela estivesse enlouquecendo.
— Você realmente não entendeu, não é?
— Entendi o quê?
Demereaux parecia tão frustrado e aborrecido quanto ela.
Louisa nem sabia mais o que pensar. Como alguém podia não ter noção dos limites pessoais que deveriam ser respeitados?
— Sabe de uma coisa? Você é pior que o meu pai. E já que não me perguntou se eu queria ou não vir para Havensmere, não se preocupe em me acompanhar na volta para Londres.
— Eu tomei essa decisão porque era o mais certo a fazer. Você precisa descansar e recuperar suas energias. Uma semana em Havensmere só lhe faria bem — ele se aproximou dela o bastante para que Louisa notasse a determinação que Luke exibia nos olhos. — Além disso, existe a mesma química entre nós. E pelo que acabou de acontecer, tenho certeza de que um dia não seria o suficiente para saciarmos essa necessidade.
— Não vamos fazer sexo.
— Por que não?
— Porque eu não quero — ela recuou um passo antes de tornar a falar. Ele a estava pressionando outra vez e Louisa não suportava isso. — Já lhe disse que o sexo para mim só importa se houver sentimento.
— E o que me diz do fato de estarmos separados por mais de três meses e ainda sentirmos a mesma atração?
Naquele ponto, ele tinha toda a razão. Ela admitiu em pensamento. Louisa ainda clamava pelo prazer que somente ele poderia lhe proporcionar. Mas recusava-se a confessar isso. Não queria lhe dar uma arma a mais para combatê-la. Se eles fizessem amor outra vez, teria que ser de acordo com os termos dela e não dele.
— Não acontecerá nada entre nós até que pare de me tratar como se eu fosse sua propriedade. E se quiser que eu fique em Havensmere, terá que se desculpar por ter invadido o meu espaço pessoal e prometer que não fará isso de novo.
— "Por Deus!" — ele exclamou incrédulo. — Eu estava apenas cuidando do seu bem-estar e não vou me desculpar por isso.
Louisa abafou a voz interior que lhe pedia para usar o bom-senso.
— Estou decidida, Luke. Não irei almoçar com você até que me peça desculpas e prometa não agir da mesma maneira novamente. Não sou mais uma criança e por isso não admito ser tratada como tal.
— Está maluca? Não se alimenta desde a tarde de ontem e está disposta a "morrer de fome" por causa de um estúpido ponto de vista? — ele desabafou.
— Perder uma refeição não irá me matar. Se as sufragistas puderam fazer isso, eu também posso.
— Sufragistas? Do que está falando?
— As sufragistas — ela respondeu com muita calma — foram as ativistas que batalharam para conseguir o direito de voto das mulheres e a igualdade com os homens. — E se Luke pretendia que decidissem juntos o futuro do bebê, Louisa precisava vencer esse primeiro round.
— Eu sei quem foram as sufragistas — ele resmungou e caminhou até a janela. Repousou as mãos nos quadris, enquanto observava a paisagem através do vidro. Os ombros largos contra a luz do sol formavam uma silhueta que lembrava uma escultura de pedra. Luke jamais recebera um ultimato como aquele e não tinha idéia de como deveria reagir. E ele estava tão zangado com Louisa que sentia vontade de estrangulá-la. Ela estava se transformando num desafio muito maior do que ele supunha. Num dado momento estavam a ponto de se devorar e no instante seguinte Louisa despejava um monte de bobagens a respeito de direitos e decisões. E exigia que ele se desculpasse por... Por exatamente o quê? Luke nem mesmo sabia o que havia feito de tão terrível! E para piorar a situação, percebia a excitação crescer dentro do jeans, o que o fazia sentir-se mais tolo ainda.
***
![](https://img.wattpad.com/cover/120113113-288-k335285.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sempre Amor
RomanceO sexy milionário Luke Devereaux apareceu no escritório de Louisa, a arrastou para o médico e exigiu que ela fizesse um teste de gravidez. E, para seu total horror e consternação, o resultado foi positivo! Três meses antes, Luke dera a Louisa uma no...