Luke engoliu a saliva para tentar afastar a impaciência e o lampejo de culpa que o assombrava. Por que Louisa insistia em tocar naquele assunto justamente agora? Tudo estava indo tão bem desde a manhã no lago. Ela provara ser a melhor companheira que ele jamais imaginara em outras mulheres.
A maneira irreverente e a inteligência de Louisa faziam dela uma poderosa oponente em qualquer assunto sobre o qual discutissem. E sua presença de espírito o fazia rir como não acontecia desde que era criança. E o sexo entre eles era inacreditável. O mais perfeito que ele já experimentara.
Devereaux era um amante exigente e Louisa também não deixava por menos. Talvez por isso ele não se cansava de estar com ela. Muito ao contrário. Contudo, Luke não queria se apegar demais a ela ou ao bebê. Ele sabia o que significava ser dependente do amor de outras pessoas e jurou a si mesmo nunca mais se colocar em uma condição dessas novamente.
— Relaxe, Louisa. É claro que não tenho nenhum problema com o bebê. — Afinal, ele lhe havia proposto um casamento, o que mais ela queria? — Só não acho que eu seria muito bom nessas coisas corriqueiras do dia a dia. Mas tenho certeza de que você se sairá muito bem sem a minha participação.
— Sem a sua participação?
O espanto nas feições de Louisa fizeram-no sentir-se tão covarde que Luke esforçou-se para não voltar atrás e pedir desculpas. Porém, o relacionamento entre eles havia chegado ao limite, além do qual Luke não pretendia ultrapassar. Só não conseguia entender por que sentia um vazio tão intenso. Precisava afastar aquele sentimento e trazer de volta a máscara de invulnerabilidade que sempre o protegera. Precisa resolver isso agora, antes que ficasse mais complicado.
— Tenho certeza de que você será uma ótima mãe e não precisará de mim, aqui em Havensmere — Luke afirmou, embora as palavras fossem muito mais difíceis de dizer do que ele esperava.
Louisa o observou em silêncio. Será que Devereaux pretendia mesmo fazer o que estava dizendo? Teria mesmo certeza de que não desejava participar da vida de seu filho?
Ele ficara tão pálido e distante que Louisa mal o reconhecia.
Onde estava o homem que a tratara com tanta ternura e a fizera sorrir o tempo todo? O homem que fizera amor com ela de modo tão avassalador? E que gastara uma fortuna para fazer de Havensmere um lar?
Onde é que estava o homem que ela amava e assumira que se importava com o bebê?
— E claro que precisarei de você aqui! Como pode pensar diferente? Você me pediu em casamento, Luke! Por que faria isso se não pretendia tomar parte na vida de nosso filho? E se eu aceitar sua proposta de casamento seria para termos uma vida juntos. Como poderia aceitar que ignorasse o nosso bebê?
— Eu posso entender o seu ponto de vista, mas morarmos juntos por muito tempo acabará por não dar certo — ele acariciou o dorso de uma mão de Louisa e prosseguiu: — É claro que virei visitá-la. E planejo comprar uma casa mais apropriada para você e o bebê. Contudo, se permanecermos juntos as coisas ficarão muito confusas. Principalmente depois que o bebê nascer.
— As coisas ficarão confusas? — Louisa afastou a mão que ele acariciava e cruzou os braços frente ao peito. — Não estou entendendo... Por acaso está me propondo para ser sua amante?
— Como poderia ser minha amante se estou propondo casamento a você?
— E por que quer se casar se não pretende viver comigo e com o nosso filho? — Louisa sentiu os olhos começarem a se inundar de lágrimas.
— Por favor, Louisa. Não comece a chorar. Sabe muito bem a razão de eu lhe ter proposto o casamento. Não quero que meu filho seja ilegítimo.
Ela impediu um soluço e cobriu a boca com dois dedos, mão direita. Sentia-se uma completa idiota. Estava claro e Devereaux não a amava. E pior do que isso — ele também não amava o filho que ela esperava.
Louisa ajustou o lençol no corpo e forçou-se a levantar. A dor que sentia dentro do peito era maior do que poderia suportar.
— Preciso ir para minha casa — ela revelou e começou a caminhar na direção do banheiro.
Ela havia dado apenas alguns passos, quando Luke a segurou pelos ombros e obrigou-a a girar o corpo na direção dele.
— Qual é o problema, Louisa?
— Não me toque!
— Está bem — ele recolheu as mãos e deixou os braços alongados junto ao próprio corpo. — Só quero que me diga por que está tão zangada. Você sabe que essa é a melhor solução para nós.
Ela secou as últimas lágrimas do rosto e ergueu o queixo. Não permitiria que ele notasse a sua amargura. Afinal, o amor-próprio era a única coisa que lhe restara. Contudo, ainda havia uma questão que a intrigava:
— Só quero que me responda uma coisa, Luke. Por que dormiu comigo?
Ele deu de ombros.
— Você sabe exatamente a razão.
— Não. Eu não sei. Diga você. É porque me desejava ou era uma maneira de me coagir a aceitar a farsa desse casamento?
— Não sei do que está falando. Pretendo realizar um casamento perfeitamente legal. — E mo vendo-a para junto dele, sussurrou:
— E pretendo exercer os meus direitos conjugais para que não haja nenhuma dúvida.
Louisa libertou-se dos braços dele e protestou:
— Ainda assim seria uma farsa. De que outra maneira poderia ser considerado um casamento sem amor e sem um futuro juntos?
— O que o amor tem a ver com isso? Acho que estamos falando sobre uma gravidez não planejada e duas pessoas que se sentem sexualmente atraídas. Não estou esperando ser retribuído com amor e acho que você também não.
Louisa esfregou as palmas das mãos para afastar o frio que sentia. De repente todos os seus sonhos e esperanças se reduziram a pó.
— Infelizmente, acho que você está errado. Eu esperava por amor. — Mais lágrimas umedeceram-lhe os olhos mas, dessa vez, ela não se importou em escondê-las. — Para você tudo não passou de um jogo, não foi? Quaisquer que fossem os meios, só lhe importava vencer.
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Sempre Amor
RomansaO sexy milionário Luke Devereaux apareceu no escritório de Louisa, a arrastou para o médico e exigiu que ela fizesse um teste de gravidez. E, para seu total horror e consternação, o resultado foi positivo! Três meses antes, Luke dera a Louisa uma no...