Capítulo 26

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Louisa refletiu sobre os anéis escuros ao redor dos olhos que podia observar no espelho do banheiro.

— Vou esganá-lo, Luke Devereaux! — ela murmurou para si mesma.

Permanecera acordada a maior parte da noite, persegui­da pelas fantasias eróticas que ele havia despertado nela, com suas insinuações sensuais.

Afinal, ela era uma mulher grávida e precisava de des­canso. Como ele se atrevia a provocá-la daquela maneira?

Porém, havia uma compensação. Após os jogos de sedu­ção que ambos trocaram, Luke não deveria ter dormido me­lhor do que ela.

Ao entrar no quarto, ela afastou as cortinas da janeja e espiou o jardim, enquanto pensava no próximo passo que daria. Assim que ela e Luke se encontrassem novamente, es­tariam arrancando as roupas um do outro. Não que ela esti­vesse ansiosa por isso. A noite anterior lhe dera outras coisas para pensar além da fúria dos hormônios. Havia outras prio­ridades que precisava analisar, antes de confrontá-lo.

Ela decidiu fazer uma longa caminhada nos jardins da mansão. Assim teria tempo para pensar antes que os hor­mônios obstruíssem todos os pensamentos coerentes.

E o tópico principal que ela queria analisar era a revela­ção dele a respeito dos pais. Como teria sido a infância de Luke, sem ter ninguém que se importasse com ele? Talvez por isso ele se tornara um homem que precisava se impor a todo momento, uma forma de autodefesa.

Ela suspirou fundo.

Bem, ele não estaria mais sozinho em questão de seis meses. A paternidade talvez lhe trouxesse um senso maior para aprender a extravasar seus sentimentos.

Louisa abriu o armário de roupas e escolheu um vestido casual de verão e optou por sandálias com saltos baixos. Porém, quando vestiu a roupa, notou que estava justa de­mais. Precisava fazer novas compras urgentemente! Apa­nhou um cardigã confeccionado em algodão e depois de vesti-lo mirou-se no espelho. Sentiu-se bem melhor. Apesar de saber que o dia prometia ser quente, ela decidiu que o usaria assim mesmo.

Após tomar o café da manhã na própria suíte, ela desceu a escadaria e dirigiu-se aos jardins. A sra. Roberts havia providenciado uma garrafa de água mineral e um pequeno pedaço de papel onde desenhara a direção que deveria to­mar para chegar ao velho moinho que ficava à beira do lago. A governanta lhe adiantou que ela levaria cerca de duas horas para ir e voltar, o que Louisa achou perfeito para o seu propósito.

Após dez minutos de caminhada, ela parou para ver o quanto já havia se afastado. Ficou encantada com a visão de Havensmere cercada pelas flores que lhe proporcionavam um verdadeiro arco-íris de cores para amenizar a austeridade da fachada do prédio. Luke havia feito um excelente traba­lho no design dos jardins. Como ele poderia dizer que odia­va Havensmere se o trabalho incrível que fizera dava a im­pressão exatamente oposta?

Ela prosseguiu a caminhada e não demorou muito para avistar o lago de águas puras e cristalinas. A medida que se aproximava da margem e sentia a grama roçando-lhe os calcanhares, sentiu-se livre como uma criança brincando nos campos verdejantes. Por um instante imaginou como seria se Luke estivesse ali, olhando-a com aqueles maravi­lhosos olhos acinzentados e depois voltassem de mãos da­das para a mansão, que afinal, poderia se transformar em um lar adorável.

Ela interrompeu esses pensamentos e censurou-se. Devereaux tinha um longo caminho a percorrer antes de se tornar o marido e pai ideal. Mas os sonhos eram irresistíveis. Num dia tão lindo e num lugar tão encantador, era difícil acreditar que o relacionamento entre eles poderia terminar. Com certeza ela adorara a companhia dele na noite anterior e desco­brira muitas coisas sobre Luke que jamais imaginara.

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