Capítulo 11

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Assim que Luke se afastou, Louisa seguiu-o com o olhar. A figura imponente e os ombros largos faziam com que o corredor parecesse mais estreito que o normal.

Decidiu seguir para a cozinha, enquanto uma voz inte­rior a censurava: Nunca diga a um homem que está se apai­xonando por ele logo no primeiro encontro. Ele vai consi­derá-la uma pessoa extremamente ansiosa.

Após refrescar o rosto na própria pia da cozinha, colo­cou um bule de água para ferver. Depois de vasculhar o armário, comprovou que realmente havia se esquecido de comprar o pó de café. No final, resolveu preparar um chá com ginseng. Era a única coisa que tinha para oferecer.

Luke surgiu na cozinha dez minutos depois. Estava tão bonito que ela não conseguiu impedir um suspiro. Ofere­ceu-lhe a xícara com o chá de ginseng e ele o provou sem reclamar. Depois, fixando os olhos nos dela, falou em tom de preocupação:

— Acho que temos um problema — revelou enquanto depositava a sua xícara no balcão da pia.

Louisa sentiu um nó na garganta diante do tom aborreci­do que notou na voz dele.

— Que problema? — ela perguntou e de repente lhe ocorreu que estava se envolvendo com um homem sobre o qual não sabia nada a respeito. Será que ele iria lhe contar que tinha esposa e cinco filhos?

— O preservativo estava rompido.

— Oh! — exclamou ela, em parte sentindo-se aliviada.

— Você está tomando pílulas anticoncepcionais?

— Bem... Para dizer a verdade, não estou tomando pílulas. Mas, não se preocupe. Acho que não haverá conseqüências.

— Como tem certeza disso?

Ela não queria falar sobre seus períodos irregulares ou o fato de que recentemente ficara dois meses sem o ciclo. Além disso, poderia quebrar o clima romântico. Por isso, mentiu:

— Meu ciclo deverá vir daqui a uns dois dias. Por isso tenho certeza de que não poderá ocorrer nenhuma gravidez.

— É uma boa notícia — ele se acomodou em uma ban­queta junto ao balcão e cruzou as pernas na altura dos tornozelos e tornou a pegar a xícara de chá. — Contudo, gos­taria que entrasse em contato comigo se houver algum problema.

— Eu farei isso — Louisa respondeu, incapaz de ignorar o pressentimento infeliz. Por que precisaria entrar em con­tato com ele se nem estavam namorando?

Luke provou mais um gole do chá e depois declarou:

— Sabe, Louisa, adorei nossa noite juntos. Você é uma mulher bonita, inteligente e muito carinhosa.

Carinhosa?

Será que estava imaginando coisas ou ele estaria apenas sendo gentil com ela?

— Você não é nada do que eu imaginava — Luke pros­seguiu. — O que me obriga a fazer-lhe uma confissão mui­to difícil.

— Confissão? O que quer dizer com isso?

— Você não tem idéia de quem eu sou, não é?

— Claro que tenho — ela respondeu com um sorriso por cima da borda da xícara que acabara de levar aos lábios. — Você é Luke, amigo de Jack e são parceiros no tênis. — "E o meu príncipe encantado", ela gostaria de acrescentar. Mas deveria esperar até que se conhecessem um pouco me­lhor. Não queria cometer duas idiotices na mesma noite.

Louisa apertou a xícara que mantinha nas mãos e tentou ignorar a frieza que via nos olhos dele. Algo estava errado. Mas o que seria?

No instante em que ele lançou o olhar acinzentado sobre ela, Louisa tinha certeza de que o que ele iria lhe dizer era muito sério.

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