Estava se dirigindo à cozinha, quando Felippe apareceu, descendo as escadas.
- Aonde estava, Rafaella? Nem Dulce sabia onde você estava! Eu vou precisar sair e...
- Ele se interrompeu
quando viu o gato, enroscado em Rafaella, miando baixo e olhando ao redor.Felippe ergueu as sobrancelhas e olhou para Rafaella.
- Vargas, eu encontrei o bichinho lá fora. Acho que escalou o muro e entrou aqui dentro das
propriedades.- Rafa explicou, fazendo carinho no animal.
- Ele está ferido e frágil pobrezinho. É um filhote ainda.
- E o que você e eu temos a ver com este bicho?
- Felippe perguntou, áspero e frio.
Rafa apertou os olhos, incrédula com tamanha frieza.- Bem, você realmente não tem nada a ver. Mas eu tenho, não vou deixar o pobre animal lá fora para morrer de frio e de fome.
- Eu não quero animais aqui dentro.
- Ele apertou os dentes, lançando um olhar duro ao gato.
- Ele está
imundo, e deve estar cheio de doenças. Você sequer deveria tê-lo pego nos braços. Deixe esse bicho lá fora e vá se lavar.
- Não vou deixá-lo lá fora!
- Ela franziu o cenho.
- Não se importa com nada que não seja você mesmo, não é Vargas? Sequer um bichinho doente te dá pena!
Felippe suspirou, parecendo entediado.- Não vai fazer diferença se o gato morrer na porta da sua casa, vai?
- Rafa perguntou, já sabendo a resposta.
- A menor diferença.
- Ele respondeu com ar gelado, quase divertido.- Pouco me importa se esse gato vai morrer de frio na rua, só não o quero aqui dentro!
Rafella sentiu-se arrepiar como nunca havia sentido. Deus, aquele homem era sem coração! Ele não era
humano!- Vargas, será possível você ter nascido com essa crueldade? Ou será que algo no seu passado o deixou assim, desumano?
- Ela murmurou, olhando-o com uma seriedade quase pensativa.
As feições do marido se viraram, ficaram duras, e Rafa passou apressadamente por ele.Foi para a cozinha e colocou leite em um pequeno pires. Colocou no chão e pôs o gatinho na frente.
O animal foi com tanta gana ao piris que quase caiu dentro. Rafa riu, acariciando o pelo do gato enquanto ele lambia o leite desesperadamente.
- Pobrezinho, está faminto.
Não se preocupe, eu não vou deixar ninguém colocá-lo para fora. Ficará aqui até se recuperar e engordar um pouco. Quando o gato raspou o piris, se espreguiçou.- Ótimo, agora precisa de um banho.
O pequeno animal a olhou quase que com repreensão.- Não, não me olhe assim. Você está imundo e se bobear deve ter até pulgas.
O gato ronronou, como se resmungasse. Sorrindo, Rafa o pegou no colo e o deixou seguro num braço, enquanto com a outra mão arrumava uma bacia com água morna, sabonete e um pano.
Deu um banho no gato, o enxugou e o olhou satisfeita.
- Agora está bem melhor, não?
O gatinho miou, se espreguiçando todo.
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Um Casamento forçado
RomanceViver de aparências, pode não ser muito fácil quanto parece, ainda mais quando se está presa a um casamento que não desejou, e onde não há escolha, a não ser continuar FINGINDO! "E quantas vezes você já respirou fundo e engoliu o choro ?"