Dias depois ...
Alguns dias haviam se passado e Rafa ainda não tinha nem encontrado Felippe, acordou disposta a fazer algo, estava cansada daquela vida parada, passou o dia pensado no que poderia fazer e teve uma ótima ideia. Ficou até tarde esperando Felippe chegar.
Mas acabou pegando no sono.
No outro, assim que acordou levantou-se, e procurou por Dulce para saber se Felippe estava em casa.
Encontrou Dulce próxima a sala:- D. Dulce?
- Bom dia senhora, no que posso ajudá-la?
- Bom dia, bom na verdade gostaria de saber se Felippe está em casa?
- Sim senhora, ele está no escritório dele.
- Serio? Ai que bom, preciso falar com ele, obrigado Dulce.
- Magina senhora.Rafa estava animada, depois de tanto tempo era a primeira vez que estava animada com algo. Imaginou que se ele estivesse em casa, provavelmente almoçariam juntos. Passou a manhã fazendo planos. Dulce lhe avisou que o almoço seria servido e Felippe iria almoçar com ela. Rafa suspirou e desceu para o almoço.
Sentou-se na longa mesa, repleta de iguarias, e um criado começou a servi-la. A morena tinha os olhos fixos num ponto qualquer imersa em seus pensamentos, quando Felippe entrou e sentou-se no outro extremo da mesa, arrogante e sem cumprimentá-la como sempre. Rafaella o olhou, e viu o marido erguer o guardanapo para colocar nas pernas. Ele parecia mau-humorado, mas como aquilo era comum Rafa não se preocupou em questionar.- Hum...Vargas? - A morena murmurou, após comer em silêncio por alguns minutos. Os criados já tinham se retirado. Felippe ergueu a cabeça.
- Eu estive pensando...- Rafa retorceu as mãos no colo.- Eu sei que você não gosta de flores, árvores, ou nada destas coisas perto da Mansão. Mas lá fora é muito vazio e triste...eu gostaria muito de contratar um jardineiro para me ajudar com um jardim lá fora, já que você despediu o jardineiro que havia aqui na casa.
- Um jardim?- Felippe repetiu, de olhos apertados.
- Sim.- ela o olhou esperançosa.- Por favor, Vargas, esta Mansão é muito sem vida.Um jardim lá fora
vai deixar tudo mais alegre.
- Não.
-Ora, por favor! Só o que há lá fora é ramos secos, terra e folhas ressecadas! E a Mansão em si é tão
escura e sem vida que parece mal-assombrada! Eu não sei porque você gosta de viver assim,Vargas. Mas eu não gosto! Gosto de vida, flores ... Por favor, um simples jardim não afetar sua vida - ela pediuFelippe a observou por cima da beirada do copo que segurava.
- Sabe muito bem que eu odeio tudo isso que está me propondo.- Ele murmurou.- Mas...- Ele observou a expressão suplicante da esposa.-Tudo bem, desde que faça tudo lá fora. Não quero nada disso aqui dentro.
- Está bem, só do lado de fora.- Ela sorriu, animada.- Obrigada.
Ele voltou a comer.
- Peça a Dulce para ajudá-la com os candidatos à jardineiro.- Resmungou.
- Pode ser para hoje?- ela perguntou.
Felippe deu de ombros.
- Obrigada. Os jardins vão ficar incríveis!- Ela disse com animação. - Vai ver, vou plantar algumas arvores e...
Felippe se levantou cortando-a.
- Faça o que quiser Rafaella, mas se quiser ficar conversando com alguém sobre isso não será comigo. Pouco me importa esse maldito jardim.Ele saiu, de cara fechada. Rafa suspirou.Depois empurrou o prato, levantou-se e foi correndo atrás de
Dulce para contar seus planos.
D. Dulce cuidou de espalhar a notícia de que precisavam de um novo jardineiro na Mansão.No meio da tarde, já haviam dez candidatos na porta dos fundos da Mansão, esperando para serem entrevistados por Rafa.
Dulce teve que sair um certo momento, para falar algo com os candidatos que esperavam lá fora.
Nesse momento, o seguinte candidato entrou. Era um homem de uns 50 anos, com uma aparência pobre. Usava uma roupa suja e lhe faltavam dentes na boca.
Rafa pigarreou, observando-o com certa repugnância. O homem sorriu, mostrando claramente os dentes podres.
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Um Casamento forçado
RomanceViver de aparências, pode não ser muito fácil quanto parece, ainda mais quando se está presa a um casamento que não desejou, e onde não há escolha, a não ser continuar FINGINDO! "E quantas vezes você já respirou fundo e engoliu o choro ?"