Capítulo 37

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D. Dulce correu até o quarto do casal, começou a abrir as gavetas de Rafaella, e achou um pouco de dinheiro, pegou umas roupas, enfiou numa bolsa e correu até o motorista.

- Rodolfo, pegue o carro e encontre Rafaella e entregue essa bolsa a ela. E a leve para algum hotel.
Rodolfo saiu as pressas, encontrou Rafaella um pouco longe da mansão, quando Rafa o viu saiu correndo ainda mais, achou que fosse Felippe lá dentro. Mas Rodolfo gritou pedindo que parasse.

- Senhoritaaa, D. Dulce pediu que lhe entregasse essa bolsa.
Rafa pegou a sacola e chorou ainda mais.

- Senhora entre no carro eu te levo para algum lugar.
Rafa não tinha escolha, entrou no carro.

- Onde quer que eu a leve senhora ?
- Só um minuto Rodolfo – Rafa abriu a bolsa e havia uma quantia em dinheiro – me leve para um hotel, o mais longe que conseguir.
Seguiram viagem....
Enquanto isso na mansão Felippe estava trancado no escritório não havia percebido que o motorista não estava...
Depois de um tempo chegaram a uma cidade vizinha. Rafaella avistou um hotel, não parecia ser de caro:

- Rodolfo por favor deixe-me aqui. - Rafa desceu e deu a volta no carro – Obrigado Rodolfo, e por favor não diga a ninguém onde eu estou.
- Claro senhora não se preocupe, e fique bem.

Rafa entrou no hotel e foi até a recepção:

- Boa noite
- Boa noite... é... você tem algum quarto livre?
- Temos sim senhora.
- Ok, vou querer uma diária.
- Claro aqui está a chave.
Rafa pegou a chave e foi para o seu quarto. Entro e colocou a pequena bolsa sobre a cama. Rafa estava desnorteada não sabia o que ia fazer dali em diante.
Resolveu ligar para Aline

- Casa dos Savatti.
- Boa noite, eu poderia, por favor, falar com Aline, é  Rafaella a prima dela.
- Só um momento, vou chama-la.
- Alô ?
- Oi Aline, é ... Rafaella.
- Rafa? Aconteceu algo? Sua voz está estranha.
- Bom Aline aconteceu sim, mas é que não dá pra explicar por telefone, estou em um hotel ....

Rafa passou o endereço, e desligou. E se pos a chorar.
Ainda não acreditava no que estava acontecendo. Tomou um banho e adormeceu
Quando acordou se sentiu bem, não havia ninguém para maltrata-la.

Abriu a janela do Hotel e logo pensou;
:: Chegou a hora de tomar as rédeas da minha vida, vou embora, arrumo um emprego em outra cidade, vou sumir, está na hora de mudar, ser uma nova mulher ! ::
O telefone toca interrompendo os planos de Rafa

Rafa: Pois não?
Recep.: A uma senhora aqui que quer vê-la, se chama Aline.
Rafa: Pode deixá-la subir

Em poucos minutos Aline chega, e ela se abraçam.

- O que aconteceu?- Aline perguntou aflita
- É que...- Rafa começou a chorar de novo.- Eu e Vargas discutimos...ele ficou fora de si...me pôs para fora e...
- O quê?- Aline arregalou os olhos.
- S-Sim...e agora eu não sei o que fazer
- Como? Você vai comigo para minha casa! Rafa a olhou, confusa.
- Não Aline, vou embora, vou para outra cidade, ou outro estado, sei lá, quero sumir, quero construir uma vida só minha, onde eu possa fazer o que eu quiser, não ter mais que fingir ser uma filha perfeita pro meu pai, nem ter que aguentar a insuportável da Patrícia, muito menos ter que olhar a cara de Vargas .... – Rafa disse esperançosa.
- Que marca é essa no seu rosto?- Aline perguntou de repente.

Rafaella suspirou.

- Vargas ficou descontrolado. Parecia um diabo atiçado. Acabou me batendo.
- O quê??- Aline abriu a boca, indignada.- Mas...que absurdo! Ele não tem o direito! Nenhum homem tem! Eu irei até a Mansão... Vou acertar umas contas...
Rafa acabou sorrindo.

- Não é necessário, Line.
De cara fechada, Aline disse:

- Não suporto o machismo nesses tempos.
- Muito menos eu.- Rafaella suspirou.- Sempre lutei contra estas coisas, mas agora que estou casada com aquele demônio minha vida está insuportável.
- Vargas não tem piedade.- Aline murmurou com um rápido suspiro.- Eu a avisei. Mas porquê afinal foi a discussão de vocês? Deve ter sido muito sério para deixá-lo tão nervoso...

Rafaella hesitou. Confiava muito em sua prima, mas sua mente lhe disse que seria melhor não contar nada do quadro. Poderia piorar a situação.

- Bom ... eu fiz algo que Vargas tinha proibido terminantemente. Eu não deveria ter feito, conhecendo- o tão bem.
- Mas o que você fez de tão grave?- A loira a olhou, curiosa.
- Desculpe, Aline. Confio em você, mas isso não poderei contar.
- Bem...tudo bem. Mas como Vargas teve coragem de fazer isto com você? Você é tão inofensiva!! Nada justifica o ato dele!
- Ele é um monstro.- Rafa sussurrou, lembrando-se de toda a briga. O tapa, os empurrões, os gritos, e a quase surra que ele lhe dera de cinto. - Nunca mais quero vê-lo! Pelo menos agora estou livre...

Aline a olhou com preocupação.

- Eu não quero te assustar prima, mas não creio que Vargas te deixará livre. A raiva dele vai passar, e quando passar ele quererá você de volta.
- NÃO!- Rafa tremeu.- Não vou suportar mais isto!
Aline suspirou.

- E para onde você vai Rafa ? - Acho que vou para o Rio de Janeiro... – ela pensou um pouco – é vou pra lá sim hoje ainda.
- Ai prima te desejo toda sorte do mundo – fez uma pausa e mexeu em sua bolsa- olha trouxe um pouco de dinheiro para você!
- Não precisa Aline, D. Dulce conseguiu pegar minhas economias e mandou pelo motorista.
- Prima você não sabe se vai arrumar emprego lá, por favor pegue ! – a olhou com piedade
- ok eu aceito, obrigado Aline ! Abraçaram-se
- Não posso ficar aqui muito tempo, é muito longe e meu marido pode desconfiar.
- Tudo bem, mas por favor não conte aonde estou para ninguém.
- Não se preocupe, não contarei.

Despediram-se. Talvez esse fosse seu recomeço, sua nova chance de ser feliz.

Um Casamento forçado Onde histórias criam vida. Descubra agora