Capítulo 45

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Rafa obedeceu, e sentiu as mãos do marido lhe abrindo por trás.
Logo algo quente lhe tocou, e a morena fechou os olhos. Estava com a mente nublada de desejo, um desejo alucinante como nunca havia sentido, por isso não conseguia pensar em nada....
Ao final, Felippe caiu sobre ela e Rafa fechou os olhos, sentindo o peso dele sobre si e uma satisfação como nunca havia sentido. Ele rolou de lado, ofegante, e Rafa continuou de bruços na grama, exausta.
Sabia que Felippe devia estar sentindo a mesma satisfação que ela. Fez um esforço para erguer-se e sentou na grama, as pernas dobradas e os cabelos esvoaçando.
Deus! Estava confusa de tal forma que mal sabia explicar o que acabara de acontecer!
Vendo o olhar de confusão e incerteza da esposa, Felippe virou a cabeça e a observou, ainda arfando.
*  *  *
Quando Rafa e Felippe retornaram à Mansão, D. Dulce se aproximou.

- Graças a Deus encontrou-a, senhor! - Exclamou. Depois virou-se para Rafa aflita, notando a palidez da morena.- Por onde estava, senhora? Se perdeu? O capataz veio correndo e disse que tinha perdido a senhora de vista lá no campo! Apareceu desesperado!
- Hoje mesmo colocarei na rua esse estúpido.- Felippe disse com indiferença.

Rafa se sentiu culpada, e virou-se para o marido.

- Não faça isso. A culpa foi minha. Estava frustrada por estar sendo vigiada, e esporeei o cavalo para longe dos olhos dele. Ele me perdeu de vista quando eu entrei no atalho, e foi então que eu me perdi.

Felippe a olhou de forma superior.

- Então a culpada foi você. Eu a avisei das regras, Rafaella. Sempre que sair, para andar à cavalo ou não, terá que sair acompanhada por alguém da mansão. E você, com estes seus ataques de rebeldia, desrespeitou a regra e deu no que deu. Poderia ter acabado pior.
- Eu sei disso. Mas como eu poderia adivinhar?
- Basta pensar nos seus atos! Tentando fugir e escapar assim só faz com que se meta em problemas, Rafaella Vargas, não entende? - Ele perguntou, gélido.
- A culpa é sua por tentar me manter como uma prisioneira, vigiada em todos os momentos! Você mal me deixa respirar!

Pronto, estava feito. A trégua que havia se estabelecido entre eles horas antes, inclusive enquanto voltavam para casa, estava desfeita.
D. Dulce, assustada com a súbita discussão acalorada dos patrões, murmurou uma licença e se retirou.

- Vá tomar um banho se quiser e trocar esta roupa.- Ele mandou, e Rafa soube que ele estava se controlando. - A não ser que queira preservar as lembranças de hoje com você.- Ele acrescentou de forma meio zombadora.
A morena, se sentiu ofendida e surpresa como se tivesse levado um tapa.

- Me restou pouca paciência...vou pra biblioteca.- Ele saiu dali, de forma fria.
Rafa cruzou os braços delicados, abraçando-se, e deu um tapa forte no corrimão da escada. Furiosa, subiu os degraus e se trancou no quarto.

Em poucos dias o que teria de ser uma pequena comemoração, havia se tornado uma grandiosa festa, com direito a DJ, Barman, um grande local havia sido alugado, com comidas diversas, e decoração impecável.
Depois do ocorrido entre ela e Felippe, a morena não voltou a vê-lo.
Era uma linda manhã de sexta, a festa seria no dia seguinte, no sábado, e Rafa ainda não tinha comprado nada para usar. Resolveu então dar uma volta no shopping, fez sua higiene, colocou uma calça, uma regata preta e uma sapatilha.
Desceu as escadas e procurou pelo segurança, e o avisou que queria ir ao shopping. Ambos iam em direção ao carro, até Rafa se lembrar que havia esquecido algo no quarto e voltou para pegar, o segurança a aguardava no carro e ela desceu rapidamente.

Não viu que Felippe estava vindo e saiu correndo. Ele, num fração de segundos agarrou o braço da esposa fazendo-a voltar e ficar de frente pra ela de rostos colados:

- Aonde vai ?
- Vou ao shopping. – disse tentando livrar-se da mão dele
- Você... – Rafa o interrompeu
- Já chamei o segurança, não se preocupe.
Felippe a soltou e ela foi em direção ao carro.
No shopping ela entrou em muitas lojas, olhou uma a uma, queria comprar um vestido, diferente algo que nunca tivesse usado.
Depois de muita procura achou um vestido lindo, ousado e chique, e ela adorou, depois comprou um sapato. Comprou maquiagem, perfume. E muitas outras coisas.

Já passava da hora do almoço, resolveu comer por lá mesmo.  Depois passou no salão de Beleza e fez as unhas e o cabelo. Passou o dia se arrumando.
Quando retornou á mansão já passava das 18h00, Rafa estava exausta. Demorou uns 15 minutos para subir a escada, suas pernas estavam doendo de tanto andar.
Tomou um longo banho, não quis jantar. Se deitou e capotou, literalmente.
Dormiu um sono extremamente pesado, Rafa passava tanto tempo dentro de casa sem ter o que fazer, que quando passava o dia fazendo algo seu corpo não aguentava.

Na manhã seguinte, Rafa levou um susto, Felippe ainda dormia. E se assustou mais ainda quando sentiu a mão dele, em sua cintura. Ela virou-se e viu que ele realmente estava dormindo. Olhou para o relógio, já passava do meio dia. Rafa saiu lentamente da cama, para não o acordar. Ficou de pé olhando o
marido dormir, como era bonito enquanto dormia.
Saiu rapidamente, já pensou se ele acordasse, e a visse olhando pra ele? O que ela diria? “gosto de te ver dormindo”? Realmente isso não era uma boa explicação.
Fez sua higiene. E desceu. Em poucos minutos Felippe também desceu. Rafa se assustou, será que ele tinha visto ela olhando-o?

Felippe não disse nada, e seguiram para tomar o café da manhã.

- Vai fazer algo essa tarde?
- Não... Por quê?
- Para comprarmos o presente de seu pai.

Rafa havia esquecido esse pequenodetalhe.

- Claro!
- Então vamos assim que terminarmos o café.
- Ta bom.
Rafa terminou o café mais rápido.

- Vou me trocar, já desço.

 Felippe não disse nada. Terminou o café e esperou Rafa na porta.
Rafa logo desceu.
Encontrou Felippe e ambos seguiram para o carro dele.
Entraram, e seguiram viagem, não trocaram nenhuma palavra e nenhum olhar.

Felippe parou o carro em uma loja de automóveis importados, ao descerem foram cumprimentados por um vendedor. Ele lhes mostrou alguns carros. Felippe parou ao lado de uma Ferrari 250 Testa Rossa de 1957.
E perguntou a Rafa:

- O que acha desse?
- Realmente é muito lindo.
- Vamos querer esse! – Felippe disse ao vendedor.
Acertaram tudo, a Ferrari era quase R$ 22.000.000,00. Voltaram para a mansão por volta de umas 16h00.
O caminho foi a mesma coisa nenhuma troca de palavras nem olhares.

Rafa desceu do carro, e Felippe também, adentraram a mansão, e ouviram D.Dulce falando com alguém no telefone:

- Só um minuto eles acabaram de chegar. – Dulce disse passando o telefone para Rafa.
- Quem é? – Rafa tapou o telefone
- Sua mãe senhora.
- Oi mamãe ! – Rafa atendeu e seguiu para a sala, Felippe foi junto.
- Oi filha, como está?
- Estou bem mãe, na medida do possível – Rafa sentou-se no sofá e Felippe a observava
- Filha a festa começará as 20h00, mas será que teria como você chegar aqui umas 19h20 ou 19h30 para me ajudar a dar uns toques finais?
- Tenho que ver com Felippe mamãe, só um minuto.

Rafa ergueu o olhar e perguntou a Felippe:

- Será que poderíamos ir um pouco mais cedo para a festa?
- Claro. - disse ríspido
Rafa sorriu, Felippe não sorriu, e saiu da sala.

- Ta ok mamãe, 19h20 estaremos aí.
- Ok filha obrigada.
- Magina mãe, até de noite!
- Até.
Olhou o relógio passava das 16h30.

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