De repente a porta se abriu. E Rafa viu Patrícia entrar.
Ela se aproximou, e Rafa não conseguia falar. Patrícia passou a mão na testa de Rafa e a beijo na face.
Rafa a olhou assustada.
- Fiquei com tanto medo que morresse. - Patrícia disse chorando.
Rafa tentou sorrir. Patrícia colocou a poltrona bem ao lado da cama, e se sentou, e ficou ao lado de Rafa até ela adormecer.
Na manhã seguinte, Rafa acordou, tento se mover mas não conseguiu devido as dores que sentia. Tentou erguer a mão para alcançar a campainha que chama a enfermeira, mas viu que alguém estava dormindo na poltrona, com a cabeça na cama segurando uma de suas mãos.Era ele mesmo, Felippe, Rafa ficou estática, ele estava lá. Tentou puxar a mão, e ele acordou, olhou para Rafa, com os olhos inchados, não de dormir e sim de chorar.
- Meu amor! - ele disse com uma expressão que desde que o conhecera Rafa nunca havia visto em seu rosto, alivio, alegria, talvez uma pontada de remorso.
- Po-por que só apareceu agora? – ela disse com dificuldade.
Ele abaixou a cabeça.- Não sabia o que fazer, quando eu soube do acidente fiquei desnorteado, tinha medo de vir e vê-la morrendo, eu iria morrer junto... – começou a chorar - Eu já perdi meus pais e minha irmã, as únicas pessoas que eu amei de verdade, eu me recusava perder você também. - ele estava tão perdido - Me perdoe, queria estar aqui ao seu lado lhe passando força, mas só de imaginar morrendo perdi todo o meu chão. Não consigo aceitar o fato de você ter sofrido um acidente e eu não ter feito nada para evitar. É tudo culpa minha.
Rafaella começou a chorar.
- Fe-felippe, na-ão é culp-pa sua, na-não fi...fique as-sim... – Rafaella começou a ofegar mais do que o normal.
- Não fale meu amor, por favor, não se esforce. – ele pedia desesperado.
Rafa tentava se esforçar para falar mais e Felippe chamou as enfermeiras.
As enfermeiras e os médicos entraram correndo. Rafa continuava tentando dizer algo ao marido. Se esforçou tanto que acabou tendo uma parada cardíaca.
Seus batimentos zeraram, e numa fração de segundo que para Felippe foi uma eternidade, os aparelhos silenciaram. Fez-se um silêncio tenebroso. Só se ouvia a respiração pesada de Felippe. Seguido de seus gritos.- RAFAELLA? RAFAELLA FALA COMIGO, PELO AMOR DE DEUS RAFAELLA REPONDE MEU AMOR, NÃO ME DEIXE, NÃO ME DEIXE! – ele gritava com toda força de seus pulmões.
Rapidamente dois enfermeiros tiraram Felippe de dentro do quarto.
O médico gritou.- Tragam o desfibrilador agora.
Todos estavam aflitos, os pais de Rafa, Patrícia. Felippe era uma mistura de sentimentos que doía só de olhar, chorava descontroladamente sendo acalmado por Alfredo.
Após trinta minutos na sala de espera o médico, voltou com uma expressão indecifrável.
Felippe avançou até o médico, segurou-o pelos ombros:- Doutor ela morreu?
- Se acalme por favor!
- NÃO ME PEÇA PRA FICAR CALMO! - Ele urrou.
- Doutor o que aconteceu? – Miriam perguntou aflita.
- Ela teve uma PCR ( Parada Cardiorespiratória), mas conseguimos reanimá-la, foi por pouco mas ela está bem agora, está em coma induzido, achei melhor pois assim podemos continuar o tratamento sem ela fazer esforço e sem sentir dores.Todos se abraçaram, estavam aliviados e felizes.
* * *
Rafa permaneceu em coma por duas semanas. Sempre acompanhada de sua família.
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Um Casamento forçado
RomanceViver de aparências, pode não ser muito fácil quanto parece, ainda mais quando se está presa a um casamento que não desejou, e onde não há escolha, a não ser continuar FINGINDO! "E quantas vezes você já respirou fundo e engoliu o choro ?"