Capítulo 42

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Os dias seguintes, foram a mesma coisa, Rafa passava o dia inteiro com a mãe.
Em um desses dias. Já quase tudo pronto, era de tardezinha e mais uma vez não encontrou o pai nem a irmã, achou estranho resolveu perguntar:

- Mamãe onde está Patrícia e papai?
Miriam ficou sem graça e disse

- Bom... eles estão viajando filha... – deu um sorrisinho
- Viajando? Pra onde?
- Eles... Bem... Foram para Orlando.
Rafa sentiu o coração apertar, um nó na garganta e os olhos marejarem. Quis chorar. Seu sonho era ir para Orlando. Sempre pedia ao pai, mas ele sempre dizia não. E agora ele tinha dado a viagem á Patrícia, e ainda tinha ido junto com ela !

Rafa engoliu seco e disse:

- Preciso ir mamãe.
- Tudo bem filha. – Miriam sabia que aquilo tinha sido difícil para Rafaella.
Rafa seguiu o caminho todo pensando. Por que o pai fazia isso , Por que? ... Não aguentou e se desmanchou em lagrimas.
O choro crescia cada vez mais dentro de si. 
Quando chegou na mansão desceu do carro não queria entrar, passou os braços em volta do corpo e começou a andar pelo jardim, que estava um pouco escuro.  Felippe viu Rafaella chegar e estranhou a esposa não ter entrado e foi atrás dela.
 Encontrou Rafaella encostada em uma grande arvore.

- Rafaella?

Rafa olhou sobre o ombro.

- Oi Felippe .... – disse desanimada.
- O que aconteceu Rafaella? – ele disse se aproximando dela.
Rafa continuava de costas.

- Nada... não aconteceu nada...
Felippe logo percebeu que Rafaella estava realmente triste, aproximou-se dela, não sabia o que fazer exatamente, e colocou uma das mãos na cintura dela. Rafa desceu sua mão que estava em volta de um de seus ombros e colocou sobre a mão do marido. Felippe pegou a mão dela, e a fez virar-se de frente para ele, percebeu que Rafa havia chorado. E a abraçou. Rafa apertou Felippe. Mas não disse nada.

- O que aconteceu?

Rafa continuou calada. Afastou-se de Felippe.

- Eu não quero falar .... – ela abaixou a cabeça.
Felippe segurou o queixo dela, fazendo-a levantar a cabeça.
E lentamente a beijou. Um beijo meigo, com ternura, como se ele quisesse fazer com que ela esquecesse seus problemas.(ownnt). Felippe apertava Rafa contra seu corpo. Beijava de forma carinhosa, terminou o beijo com selinhos.
Rafa o olhou confusa. e Felippe disse:
- Venha, vamos dormir. Você precisa descansar. – segurou a mão de Rafa e a levou para dentro da mansão.
Ao chegarem no quarto, Rafa foi tomar um banho. Tomou um longo banho na tentativa em vão de que sua tristeza fosse pelo ralo...

Alguns dias depois ....

A festa de Alfredo já estava pronta, e seria na semana que vem.

* * *

Rafa sentou-se na enorme mesa de café-da-manhã, observando hesitantemente Felippe, que estava sentado do lado oposto sem ao menos erguer os olhos.

- Felippe.- Após dez minutos de silêncio, ela o chamou.- Eu gostaria de fazer um passeio à cavalo hoje.
Rafa precisava se distrair, a viagem do pai com a irmã ainda martelava em sua cabeça.

- À cavalo?- Ele ergueu os olhos, com uma expressão meio distante.
- Sim.- Rafa estranhou.- Ouvi dizer que aqui perto há...
- Não acho que seja uma boa idéia.- Ele a cortou friamente, voltando a mexer seu café.
- Por quê?- Ela o olhou desapontada.

Felippe a olhou duramente.

- Felippe, o que tem de mal...eu só quero...
- Não, já disse, Rafaella!

Ela piscou por causa do susto (ele aumentara o tom de voz de repente).
A morena baixou os olhos, sem saber o que dizer, e mexeu no seu suco.
Ficaram em silêncio novamente, e cinco minutos depois Rafa se levantou da mesa.

- Volte aqui.- Ela ouviu a voz firme do marido.
Rafa parou, ainda de costas.

- Venha, Rafaella.- Ele ordenou novamente. Ainda estava sentado na mesa.

Ela soltou o ar, hesitante, e virou-se, indo até ele. Parou na frente de Felippe, os olhos baixos, sem dizer nada.

- Olhe pra mim.- Ele mandou, levantando-se.
Rafa levantou os grandes olhos, eles estavam molhados.

- Porquê está chorando?- Ele perguntou, agarrando o queixo dela.
O queixinho dela tremeu e os olhos ficaram com mais lágrimas.

- Foi por causa do meu grito?- Ele insistiu, mas continuava com a voz dura.- Perdoe-me, não foi minha intenção ser tão grosseiro.
- Não, é que hoje é folga do jardineiro e eu não terei nada para fazer. E Aline me contou que há um campo aqui perto, ideal para andar à cavalo, e eu queria conhecer.- Rafa contou, se acalmando.- Não sei porque você ficou assim, eu não vejo problema.
- O problema é que eu não acho aconselhável você ir sozinha.
- Vamos comigo, então.- Ela disse.

Felippe soltou o ar.

- Não posso, Rafaella. Hoje tenho um compromisso.
- De novo ?- A morena perguntou irritadiça.- E de novo quer que eu fique aqui, presa?
- Você não é uma prisioneira, Rafaella.Entenda!- Ele disse com raiva.- Você só é casada com um homem muito rico e importante da cidade. E não pode me acompanhar em todos os lugares.
- E por isso eu tenho que ficar aqui dentro todo o dia, sem sair?
- Você pode sair, contanto que seja acompanhada por algum criado da Mansão.
- Claro, porque você não confia em mim e acha que eu posso fugir se sair sozinha.
- Isso também.- Ele debochou.- Porém tampouco é respeitoso uma dama sair sozinha por aí.
- Quando eu morava com meus pais sempre saía sozinha.- Ela rebateu.
- Claro, e pelo que seu pai me contou ele morria de desgosto com isso, pois você desaparecia e voltava depois de horas.- Ele disse com ironia.- Nada adequado para uma mocinha de família.
- Isso nunca me importou.- Ela teimou.
- Mas agora importa, pois é uma mulher casada. Ou sai na companhia de algum criado meu, de confiança, ou NÃO sai!
- Um dia eu posso me cansar e escapar daqui sozinha! - Ela deu um sorriso provocativo.
- Você já sabe que se tentar está perdida comigo. - Ele sorriu maldosamente, como numa ameaça.

Rafa ficou séria.

- Ótimo. Então se eu quisesse ir andar à cavalo hoje, acompanhada por alguém da mansão, o que você diria?
Felippe a observou sem expressão.
- Faça o que quiser então, desde que quando eu retorne você já esteja aqui.- Respondeu de maneira fria, segurando Rafaella pelos ombros e afastando-a de seu caminho para passar.
- Que estranho...- A morena murmurou, pensativa, observando a porta pela qual o marido acabara de sair.- Porque será que ele hesitou tanto em permitir que eu fosse andar de cavalo?

* * *

Rafa colocou uma calça e uma blusa mais confortável e foi juntamente com os criados até o campo de Hipismo.

Ela escolheu seu cavalo, e o criado também. Mas Rafa não estava gostando da ideia de ser vigiada por um segurança.
Rafa subiu e esporeou o cavalo com força, para que corresse mais rápido. Olhou para trás e viu que um dos criados de Vargas a seguia, correndo em outro cavalo e a mantendo sob vigilância.
Suspirando com impaciência, Rafa voltou-se para frente.
Fez seu cavalo branco correr mais rápido pelo campo, e logo viu um atalho. Olhou para trás e viu o criado que a seguia olhando-a com advertência. Sem pensar duas vezes, guiou as rédeas e fez o cavalo entrar no atalho entre as árvores.
Passado algum tempo, olhou para trás e se viu num local deserto no meio de árvores e folhas. O criado não a seguia mais, provavelmente tinha lhe perdido de vista.
- Finalmente.- Rafa murmurou, parando de correr e fazendo o cavalo trotar.

Olhou para frente, tomando fôlego.

Viu os pedaços do céu ficando cada vez mais encobertos pelas enormes árvores.

- Mas eu não sabia que havia esse atalho aqui no campo.- Ela disse, olhando ao redor e adentrando cada vez mais.
Vários minutos se passaram, e logo a morena se viu perdida no meio daquelas árvores
- Ain, não...- Ela suava e tinha o olhar perdido, procurando uma saída.
O cavalo já estava nervoso, e por isso Rafa tentava manter as rédeas firmes, enquanto tentava achar um caminho.

- Calma...- Ela murmurou ao cavalo, acariciando-o quando o animal empinou devido à um barulho estranho vindo das árvores.
O barulho se repetiu, e Rafa olhou ao redor, assustada e ofegante.
De repente, ouviu risadas masculinas...

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