Capítulo 20

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Alguns dias se passaram...

Dona Dulce ajudava Rafaella a fechar o vestido, para o jantar, no quarto.

- Permita-me perguntar, madame. A senhora e o patrão já estão bem?

- Dulce perguntou, observando o reflexo de Rafa através do espelho.

- Como assim?

- Esses dias passaram muito distantes...a senhora ficou até doente. Graças a Deus que está melhor.

- Está tudo ótimo. Como eu sempre imaginei que seria.

- Rafaella respondeu com amargura.

- Senhora, não fale assim.

- Dulce a olhou com ar compadecido, começando a trançar as costas do vestido .

-
Basta ..

TOC TOC
As duas olharam, quando Felippe entrou no quarto feito uma rajada de vento.

- Pode descer, Dulce.- Ele ordenou, olhando implacavelmente para Rafa.
A morena o encarou de volta, pelo reflexo do espelho.

- Mas eu ainda tenho que terminar de arrumar o vestido da senhora!- A mulher protestou.

- Deixe que eu faço isso.- Felippe a olhou. O olhar duro indicava que não queria discussões.

Dulce, assentiu e saiu do quarto. Rafaella apertou as mãos, temerosa, quando o marido (ainda encarando-a pelo espelho, os olhos brilhantes como os de um gato maldoso) se aproximou. 

- O que falta aqui?

- Ele perguntou, observando as costas do vestido dela.

- Falta...

- Dulce pigarreou.

- Falta apertar e laçar
Sem dizer nada, Felippe pegou os dois cordões da parte de trás do vestido e puxou-os com força, apertando.
Rafa piscou. Ele foi puxando os cordões cada vez com mais força, fazendo o corpo pequeno de Rafaella se
sacudir com os puxões.

- Amarre com menos força, ou eu vou ficar sem respirar.

- A morena protestou, olhando para trás enquanto
tomava fôlego por causa da roupa apertada.

Felippe de um sorriso cínico, e Rafa franziu o cenho. Ele terminou o que fazia, e finalmente amarrou o laço.
Virou Rafa de frente para ele de repente, com as mãos logo abaixo dos seios dela.

- Está parecendo uma princesa.

- Ele disse, observando o vestido longo e azul celeste que ela usava.

- A princesa presa na torre pelo ser do mal.

- Ela atacou.

Ele sorriu.

- Sim. A bela e frágil princesa, em seu enorme castelo, ao lado de seu DONO.

- Ele deu enfase a última
palavra.

- Você não é, nem nunca será meu dono!

- Eu já sou, minha bela.

- Com um olhar cruel, ele a puxou pelo braço para descerem para jantar.
O jantar daquela noite foi tenso. Até mesmo os criados que serviam a comida notaram o ar pesado.

- Gostaria de visitar meus pais.

- Rafa disse para quebrar o silencio.

- Não acho que seja necessário.

- Disse frio.

- Mas não os vejo desde que nos... casamos.

- Sim, o que não se pode dizer que faz muito tempo, não é? Praticamente acabamos de casar, não é necessário você ir visitar seus pais toda semana, ainda mais agora no começo de nossa vida juntos.

- Mas você não pode me impedir se eu quiser ir!

- Posso sim.

- Ele a olhou, com as feições duras.

- Sou seu marido agora. E você tem que entender isso,
Rafaella. Não é mais uma menininha que depende dos pais. Agora é uma mulher casada, não há necessidade de incomodá-los toda hora.

- Não é porque casamos que você vai me aprisionar, Vargas !

- Ela gritou, largando o guardanapo.

-Pretende afastar-me dos meus pais também?
Felippe se levantou da mesa, a figura alta e poderosa causando um impacto. 

- Não grite, nem discuta nas refeições, Rafaella!

- Faço o que eu quiser, não pode me controlar, Vargas!

- Ela se levantou também.
Felippe passou a mão no rosto, como que para se acalmar, mas de repente caminhou até a esposa e a pegou pelo braço.

- O que está fazendo?

- Cale-se.

- Ele ordenou entre dentes, subindo as enormes escadas da Mansão, arrastando Rafaella atrás de si sem a menor delicadeza..sem se importar se estava machucando-a.

- Vai me bater agora, seu animal??

- Ela gritou. Mas estava com medo.

Ele a olhou com os olhos duros e gelados.

- Você está merecendo, Rafaella, para aprender a me respeitar. Quem sabe um dia eu te dê uma bela surra... mas não hoje.

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