Alguns dias se passaram...
Dona Dulce ajudava Rafaella a fechar o vestido, para o jantar, no quarto.
- Permita-me perguntar, madame. A senhora e o patrão já estão bem?
- Dulce perguntou, observando o reflexo de Rafa através do espelho.
- Como assim?
- Esses dias passaram muito distantes...a senhora ficou até doente. Graças a Deus que está melhor.
- Está tudo ótimo. Como eu sempre imaginei que seria.
- Rafaella respondeu com amargura.
- Senhora, não fale assim.
- Dulce a olhou com ar compadecido, começando a trançar as costas do vestido .
-
Basta ..TOC TOC
As duas olharam, quando Felippe entrou no quarto feito uma rajada de vento.- Pode descer, Dulce.- Ele ordenou, olhando implacavelmente para Rafa.
A morena o encarou de volta, pelo reflexo do espelho.- Mas eu ainda tenho que terminar de arrumar o vestido da senhora!- A mulher protestou.
- Deixe que eu faço isso.- Felippe a olhou. O olhar duro indicava que não queria discussões.
Dulce, assentiu e saiu do quarto. Rafaella apertou as mãos, temerosa, quando o marido (ainda encarando-a pelo espelho, os olhos brilhantes como os de um gato maldoso) se aproximou.
- O que falta aqui?
- Ele perguntou, observando as costas do vestido dela.
- Falta...
- Dulce pigarreou.
- Falta apertar e laçar
Sem dizer nada, Felippe pegou os dois cordões da parte de trás do vestido e puxou-os com força, apertando.
Rafa piscou. Ele foi puxando os cordões cada vez com mais força, fazendo o corpo pequeno de Rafaella se
sacudir com os puxões.- Amarre com menos força, ou eu vou ficar sem respirar.
- A morena protestou, olhando para trás enquanto
tomava fôlego por causa da roupa apertada.Felippe de um sorriso cínico, e Rafa franziu o cenho. Ele terminou o que fazia, e finalmente amarrou o laço.
Virou Rafa de frente para ele de repente, com as mãos logo abaixo dos seios dela.- Está parecendo uma princesa.
- Ele disse, observando o vestido longo e azul celeste que ela usava.
- A princesa presa na torre pelo ser do mal.
- Ela atacou.
Ele sorriu.
- Sim. A bela e frágil princesa, em seu enorme castelo, ao lado de seu DONO.
- Ele deu enfase a última
palavra.- Você não é, nem nunca será meu dono!
- Eu já sou, minha bela.
- Com um olhar cruel, ele a puxou pelo braço para descerem para jantar.
O jantar daquela noite foi tenso. Até mesmo os criados que serviam a comida notaram o ar pesado.- Gostaria de visitar meus pais.
- Rafa disse para quebrar o silencio.
- Não acho que seja necessário.
- Disse frio.
- Mas não os vejo desde que nos... casamos.
- Sim, o que não se pode dizer que faz muito tempo, não é? Praticamente acabamos de casar, não é necessário você ir visitar seus pais toda semana, ainda mais agora no começo de nossa vida juntos.
- Mas você não pode me impedir se eu quiser ir!
- Posso sim.
- Ele a olhou, com as feições duras.
- Sou seu marido agora. E você tem que entender isso,
Rafaella. Não é mais uma menininha que depende dos pais. Agora é uma mulher casada, não há necessidade de incomodá-los toda hora.- Não é porque casamos que você vai me aprisionar, Vargas !
- Ela gritou, largando o guardanapo.
-Pretende afastar-me dos meus pais também?
Felippe se levantou da mesa, a figura alta e poderosa causando um impacto.- Não grite, nem discuta nas refeições, Rafaella!
- Faço o que eu quiser, não pode me controlar, Vargas!
- Ela se levantou também.
Felippe passou a mão no rosto, como que para se acalmar, mas de repente caminhou até a esposa e a pegou pelo braço.- O que está fazendo?
- Cale-se.
- Ele ordenou entre dentes, subindo as enormes escadas da Mansão, arrastando Rafaella atrás de si sem a menor delicadeza..sem se importar se estava machucando-a.
- Vai me bater agora, seu animal??
- Ela gritou. Mas estava com medo.
Ele a olhou com os olhos duros e gelados.
- Você está merecendo, Rafaella, para aprender a me respeitar. Quem sabe um dia eu te dê uma bela surra... mas não hoje.
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Um Casamento forçado
RomanceViver de aparências, pode não ser muito fácil quanto parece, ainda mais quando se está presa a um casamento que não desejou, e onde não há escolha, a não ser continuar FINGINDO! "E quantas vezes você já respirou fundo e engoliu o choro ?"