Capítulo 23

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Na manhã seguinte, os raios de sol acordaram Rafa. Ela abriu os olhos, piscando, e se virou para a janela com surpresa.

A noite anterior acontecera tudo tão rápido, que Felippe nem fechara a janela, e pela primeira vez desde que ela morava ali ela acordou com claridade no quarto.

Ela se lembrou do ocorrido na noite anterior.

Muito sonolenta ainda, percebeu que Felippe pela primeira vez amanheceu ao seu lado. Estavam deitados de conchinha, e uma das mãos de Felippe estava sobre as nádegas de Rafaella. Ela corou fortemente.

Esticando-se na cama, Rafaella suspirou e sentou-se no colchão. Colocou o robe.

Naquela hora Felippe abriu os olhos, observando os movimentos da morena. 

- Porquê está se cobrindo?

- Ele murmurou roucamente por causa do sono.

A morena se virou para trás na mesma hora. Era a primeira vez que acordava com o marido, em todo aquele tempo de casados.

Deus, como ele era bonito quando acordava! E parecia tão...humano. A expressão de sono deixava o homem mais vulnerável, sua expressão era muito diferente das que Felippe tinha quando estava desperto.

Pela primeira vez na vida Rafaella achou que Vargas não parecia tão frio e calculista.

- Estou com um pouco de vergonha.- respondeu, observando os movimentos do homem. Ele bocejou, virando-se de barriga para cima e deixando o lençol que o cobria escorregar. Deus, ele estava sensualmente magnífico naquele momento de cueca box branca ! (uii)

- Não há porque ter vergonha.

- Ele disse.

- Muito menos agora, depois que eu já gravei cada canto de seu corpo na minha mente. Depois que eu a toquei...a fiz se contorcer de prazer em meus braços...

- Pare com isso.

- Ela franziu o cenho, envergonhada.

Ele riu novamente.

- Mas você gostou de ontem tanto quanto eu, não?

- Ironizou.

- Não sei o que você sentiu, mas...eu gostei.

- Ela admitiu, meio surpresa por ter conseguido dizer aquilo.

-Senti coisas que...nunca imaginei que pudesse sentir, ainda mais com você.

- Ela murmurou, sem encará-lo.
Felippe suspirou, colocando os dois braços atrás da cabeça.

- Seu ódio por mim, e sua teimosia, nos faz perder muito tempo, Rafaela. Eu poderia ter te dado o maior dos prazeres desde o primeiro dia de casados.

Ela fitou o lençol.

- Bem, e o que você sentiu ontem?
Ele ficou observando-a por cerca de um minuto, e Rafa achou que ele não tinha ouvido a pergunta.

- Foi a melhor noite que eu já tive.

- Ele respondeu. Em seguida levantou-se da cama e começou a se vestir, sem vergonha de mostrar o corpo para Rafaella.

- Vai sair?

- Ela arriscou, escorando-se na cama e se encolhendo sob o lençol. Nunca pensou que pudesse sentir aquilo, mas incrivelmente queria que Felippe ficasse com ela naquele momento. Não queria ficar sozinha após a noite anterior, queria-o ao seu lado.

-Tenho coisas mais importantes para fazer. Esperava que eu ficasse aqui?

- ele perguntou com a ironia gelada de sempre, terminando de abotoar a camisa.

Rafaella sentiu o estômago dar uma volta. Ali estava o mesmo Vargas de sempre...

- Não.

- Ela respondeu, segurando algumas lágrimas.

- Ótimo. Vou resolver algumas coisas importantes, estarei de volta no almoço.

- Ele disse, frívolo, acenando
com a cabeça e saindo do quarto. (nem um beijinho?)

Rafaella percebeu que ia passar o dia só como de costume, almoçou sozinha, Felippe não voltara como prometera, e resolveu dar uma volta. Estava caminhando lentamente por fora da Mansão. Caminhou até uma Fonte, e sentou-se na beirada, colocando uma mão delicada dentro da água e começando a brincar com os dedos.

Estava pensativa... aqueles últimos dias tinham sido uma loucura.
Poucos minutos depois, Rafa virou-se com sobressalto ao ouvir um barulho nas folhas secas do chão. 

Não viu nada e franziu o cenho. Levantou-se, e ouviu um miado baixo.

- Mas..

- Rafa andou um passo, e quando olhou para sua baixa diagonal viu um pequeno gatinho miando e tremendo, escondido nas folhagens perto da Fonte.

- Um gatinho!

Sorrindo, Rafaella foi até ele e se abaixou. O gatinho se retesou todo, com medo.

- Não precisa ter medo...O que faz aqui?

- A morena pegou o animalzinho com muito cuidado, acariciando-o.

- Pobrezinho! Está tremendo. 

O pequeno bichinho miou mais alto.

- Tadinho …

- Rafa o observou, e viu que o gatinho estava todo sujo e parecia maltratado. Além de tudo,
parecia estar faminto e frágil.- Não se preocupe, vou cuidar de você. Vamos para dentro.

Rafaella, com a pequena bola de pelos em seus braços, voltou para dentro da Mansão.

Estava se dirigindo à cozinha, quando Felippe apareceu, descendo as escadas.

Um Casamento forçado Onde histórias criam vida. Descubra agora