Prólogo

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Era um fim de tarde como qualquer outro. Mas aquele parecia diferente.  Algo pairava no ar, subentendido. As pessoas se moviam freneticamente, algumas absortas em seus celulares, outras perdidas em pensamentos, sem notar o que acontecia ao redor.

O sol já se despedia no horizonte, deixando um leve tom alaranjado que lutava para se destacar entre os altos prédios da Oxford Street.

No meio da agitação de corpos, destacava-se Genevieve Poison, uma jovem morena de cabelos cacheados e olhos verdes que brilhavam sob a luz do crepúsculo.

Subitamente, um alvoroço rompeu a monotonia. As pessoas, antes ocupadas demais para perceber algo além de seus próprios passos, agora estavam estáticas e perplexas. Genevieve se aproximou para entender o que acontecia e deparou-se com um homem alto, de pele pálida e olhos intensamente brilhantes. Um sorriso macabro adornava seus lábios, revelando presas pontiagudas sobre uma boca manchada de sangue fresco. Aos pés dele, jazia o corpo inerte de uma jovem semelhante a Genevieve.

"Não adianta fugir," proclamou ele, estendendo os braços com um sorriso gutural. "Por muito tempo nos escondemos, mas agora... agora o mundo será nosso."

Assim que suas palavras ecoaram, criaturas sombrias começaram a emergir de todos os cantos. Saltavam dos becos, desciam dos telhados, movendo-se com uma graciosidade felina ao aterrissar como se desafiassem a gravidade.

Genevieve sempre ouvira rumores sobre esses seres, mas nunca imaginara que testemunharia sua revelação desta maneira. O evento não era apenas uma perturbação isolada; ela sentia isso profundamente.

Despertando de seu transe, Genevieve tentou fugir, correndo para escapar, mas logo percebeu que os seres estavam por toda parte.

"Para onde pensa que vai?" perguntou um vampiro, surgindo diante dela. "Não pense que pode escapar," disse ele avançando ameaçadoramente.

Genevieve tentou recuar até não poder mais.

"Me deixe em paz ou se arrependerá," desafiou ela, encarando o vampiro com determinação enquanto estendia as mãos e começava a recitar palavras antigas em latim, palavras que praticara incansavelmente ao longo da vida.

"Dolor et venae, sanguis et dolor cranii. Dolor et venae, sanguis et dolor cranii," repetia Genevieve, suas palavras ecoando como um mantra.

O vampiro curvou-se, agarrando a cabeça com um grito de dor. Genevieve quase sorriu de vitória, mas o vampiro logo se endireitou, sorrindo para ela.

"Bruxa tola! Acha que pode me derrotar com esse simples feitiço?" ele zombou. "Sou um vampiro ancião. Tive tempo suficiente para me tornar resistente a isso."

Genevieve ficou atônita. Não esperava essa resistência.

O vampiro começou a se aproximar lentamente. A jovem bruxa recuou, suas costas encontrando uma parede. Estava encurralada.

"Parece que é o fim para você," disse o vampiro, seu sorriso vitorioso destacando suas presas protuberantes e o brilho intensificado em seus olhos.

Sua mão foi para os cabelos dela, puxando-os com força, inclinando sua cabeça para o lado.
As presas do vampiro surgiram o deixando ainda mais imponente e poderoso. Genevieve sentiu a carne de seu pescoço ser dilacerada soltou grito de pavor. Imediatamente o vampiro se afastou num solavanco que jogou o corpo da jovem bruxa contra a parede. Caiu no chão curvado e gritando de dor, de sua boca saía sangue e fumaça, pois o sangue de Genevieve era como ácido o queimando de dentro para fora. Por isso ela era uma Poison, o sangue das bruxas consagradas dessa linhagem era como veneno para os vampiros, uma forma que a natureza encontrou de protegê-las. A menina não perdeu tempo e tratou de correr para longe daquele lugar que havia se tornado um caos. E daquele dia em diante os vampiros passaram a perseguir as bruxas Poison pelas propriedades místicas de seu sangue que até então eram desconhecidas assim como a existência dos vampiros.

A Monarquia VampíricaOnde histórias criam vida. Descubra agora