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CAPÍTULO 12

Coitado! Que cara maluco.

Pensei comigo mesma. Ele admirava os vampiros. Não percebia que agora seria o alimento deles. Que ele poderia morrer. Mas aquilo não fazia o menor sentido.

A princípio Scott não demostrou nenhuma admiração pela realeza. Muito pelo contrário. Isso, até mesmo Aaron notou.

Aquele não era o verdadeiro motivo dele está alí. Eu sabia disso.

Se ele não estiver sendo sincero Aaron saberá. Ele ler mentes... Pensei.

Ah meu Deus! Scott que não se atrevesse a mentir.

- Vejo que todos tem motivos para estar aqui. - O rei disse. - Segundo a unidade que faz a seleção de doadores, vocês foram os melhores, por isso foram enviados. Se elementem bem, descansem e não se metam onde não devem. E assim, serão recompensados. - ele disse, com toda sua imponência. Aaron e Robert se pareciam muito mesmo.

- Que o jantar seja servido. - A rainha ordenou.

Logo entraram homens e mulheres na sala. Usando uniforme formal e começaram a nos servir.

Na mesa foram dispostos vários tipos de frutas, e um prato foi posto a frente de cada um de nós. Inclusive dos vampiros.

Era macarronada. Estava deliciosa. Beberiquei o vinho que foi posto em minha taça. Era doce e agradável. O sabor do álcool era leve, e pela primeira vez eu bebi tranquilamente algo alcoólico.

Todos os doadores comeram bem e em silêncio.

Teve até sobremesa. Uma espécie de creme gelado. Acho que era mousse de limão.

Quando estávamos todos satisfeitos. Vi Aaron se levantar. Ele caminhou até onde eu estava sentada e me estendeu a mão.

De repente veio em minha mente o que iria acontecer. Era hora de se alimentarem de nós.

Peguei a mão dele. E logo vi os outros se levantarem e irem até seus doadores e o estendendo a mão. Inclusive o rei e a rainha. Observei estranhando o ato.

Aaron me guiou até a saída. Percebi que os outros também se retiraram da sala.

O principe me guiou até o quarto, não soltou minha mão nem pra abrir a porta.

Quando estávamos lá dentro eu me atrevi e falei.

- Hoje todos estão estranhamente educados.

Aaron me olhou. Não estava surpreso, apenas com aquela sobrancelha arqueada. Como se me desafiasse a falar mais.

- Vejo que o vinho fez bem pra você. - Ele disse. - E respondendo ao seu comentário, nós cuidamos bem de nossa comida, ainda mais quando são tão deliciosos.

Aaron falou e quando pisquei ele já estava bem próximo a mim.

Ele iria me morder. Resolvi facilitar. Inclinei a cabeça e expus meu pescoço. Aaron  sorriu.

Seu olhos brilhantes ficaram vermelhos e suas presas cresceram.

Ele me envolveu com seus braços fortes e em seguida cravou os dentes em mim. Senti suas sugadas fortes, e já estava começando a sentir aquela tontura familiar, e o falhar das minhas pernas. Mas eu não cai na escuridão como das outras vezes. Aaron me empurrou. E gritou comigo.

- Saia! Agora!

Não pensei duas vezes. Juntei as últimas forças e dai correndo aos tropeços.

A ferida no meu pescoço ainda sangrava, coloquei a mão sobre ela, para impedir que mais sangue saísse.
Apesar de serem apenas dois buraquinhos, como uma mordida de cobra, ela doía bastante. Mas a dor da frustração era maior.

Pensei que aconteceria o mesmo da última noite em que estivemos juntos.
Pensei que voltaria a sentir o calor do corpo do principe. Que iria voltar a provar seus labios com o sabor do meu sangue. E saciar-me com o prazer antes desconhecido que ela me fez sentir. Além de todos os outros sentimentos que eu tinha quando estava com ele, mas que para mim ainda eram inexplicáveis.

E pensando em sentimentos inaplicáveis, lembrei-me de Sebastian. Eu não o via desde aquela noite no jardim, em que ele me deixou.

Também tinha Cecí. Eu sentia que não estava dando a ela a atenção que merecia.

Eu estava fazendo tudo errado. Devia ter procurado outra forma de pagar o tratamento de minha mãe.

Mas aquilo não era por causa da doença dela. Era por causa de quem eu era. E isso não se podia mudar.

- Morgana. - Parei abruptamente ao ouvir a voz de Cassandra.

- Sim?

- Venha, vocês foram transferidas. O quarto não fica mais pra esse lado. Me siga. - Ela disse rígida.

Segui Cassandra pelos corredores escuros do  castelo.

Paramos na frente de uma porta que levou apenas alguns segundos para se abrir.

Ela mandou que eu entrasse com uma gesto e foi  embora.

Entrei pela porta e me deparei com um grande quarto, bem iluminado, diferente do resto do castelo.

Em média, dez camas estavam dispostas pelo espaço. No fundo do cômodo estavam Scott e Vera, no meio deles estava Cecí.

Caminhei até onde estavam.

- Oi. - Falei meio sem saber o que dizer.

Eles me olharam.

- Nossa, você está sangrando. - Vera disse se levantando. - Vem vamos cuidar disso.

Ela me pegou pelos ombros e me guiou até a cama. Cecí sentou ao meu lado meio assustada. Eu não queria que ela me visse daquele jeito.

Vera cuidou da minha mordida enquanto Cecí e Scott observavam.

O Lamartine agora parecia um cara comum, como eu, e como Vera.

- O que houve lá? - Vera perguntou ao terminar de por um curativo sob a mordida.

- Nada demais, ele apenas me mordeu e mandou que eu saísse. - Expliquei.

- Que cruel. O rei foi gentil comigo, e até curou minha ferida. - Vera observou.

- A rainha também fez o mesmo. - Afirmou Scott.

Abaixei a cabeça e senti que todos estavam me olhando.

- Acho melhor irmos todos trocar essas roupas de festa. - Falei.

- Concordo. - Disse Vera já se levantando.

- Gente, cadê a outra garota? A... Marian. Vocês não acham que ela ta demorando? - Scott falou fazendo Vera voltar a se sentar.

- É verdade. - Vera concordou.

No mesmo instante ouvimos a porta do quarto destravar e se abrir.

Sebastian passou por ela trazendo alguém em seus braços.

Era Marian.

A Monarquia VampíricaOnde histórias criam vida. Descubra agora