CAPÍTULO 06
Já fazia mais ou menos uma meia hora que Veron, o primo maluco de Aaron, tinha deixado o quarto, e eu ainda estava meio atônita.
Eu realmente não estava sabendo lidar com aquilo.
Ajudar a matar alguém...
Por capricho de um invejoso.
Tudo bem que esse "alguém" era Aaron, um vampiro que eu tinha visto uma vez e que também quase me matou.
Era a minha família que estava em jogo.
De alguma forma, Veron tinha armado uma forma de fazer minha mãe ficar naquele estado, e como consequência, eu, justamente eu, vim parar aqui.
Tudo por ser uma Poison.
Ele me disse que Poison é o sobrenome de uma linhagem de bruxas cujo o sangue faz jus ao nome. É como um veneno para seres como ele. Foi uma forma que a natureza encontrou de proteger as bruxas.
Fiquei me perguntando qual a forma que a natureza encontrou de proteger os humanos de todo o resto...
Talvez não exista.
Veron quer que eu seduza Aaron, ele disse que mais cedo ou mais tarde o principe irá me procurar e como da outra vez, tomara bastante sangue.
Me deu ordens para que eu faça ele se alimentar maximo possível, pois assim morrerá mais rápido.
Eu tenho que fazer isso.
Aaron não significa nada para mim, nem jamais vai significar. Estarei fazendo um favor para o mundo, acabando com um deles.
Irei matar o príncipe, por minha família.
- Mag? - Ouço Cecí me chamando cautelosamente. Ela está na porta do quarto.
O livro pendendo na mão.
- Pode entrar, ele já foi. - Informei.
- O que ele queria? - Cecília quis saber, sentando-se ao meu lado na cama depois de colocar o livro sobre o criado mudo.
- Nada demais. Ele só veio ver se estávamos gostando do quarto. - Menti.
Minha irmã me olha fanzindo o cenho, meio desconfiada. Mas pareceu não querer insistir.
- Senhorita Morgana. - Cassandra diz entrando no quarto. - Hoje a noite haverá um jantar de negócios. O principe Aaron solicita sua presença.
- Tudo bem. - Digo com um aceno de cabeça afirmativo.
- Traremos os trajes daqui a pouco. Enquanto isso, vá até a cozinha e coma um pouco. Depois descanse. - Ela diz e sai pela porta.
Chamei minha irmã e fomos até a cozinha.
Como será esse tal jantar?
Encontramos Aline sentada em uma cadeira ao pé da mesa. Mexendo em uma Smartphone.
- Olá Aline. - Cumprimento já me sentando. Cecí fez o mesmo.
- Olá. - Ela diz sorrindo. Tirando os olhos por um instante do aparelho em sua mão.
- Viemos porque Cassandra me mandou comer. Hoje haverá uma jantar no qual eu irei participar como acompanhante do príncipe. - Informei.
- Tudo bem. Só um minuto. - Ela pede e continua concentrada no que fazia.
- O que você tanto vê aí? - Cecília quis saber.
Dei um tapinha em seu ombro repreendendo-a mas confesso que também queria saber.
- É por aqui que controlo tudo na cozinha. Temperatura, tempo de cozimento e etc. Isso, de qualquer lugar da casa. - Aline explica.
- Que legal! - Cecília exclamou. - Mamãe iria gostar de uma cozinha dessa. - Ela constata e logo vejo um olhar triste surgir.
Pobrezinha da minha irmã.
Ela ao tem 12 anos. Não merece perder a mãe. Não merece estar no meio de monstros.
Ultimamente ela passou por mudanças drásticas. E eu, insensível, não parei nem pra perguntar como ela estava se sentindo com tudo isso.
- Tomem aqui. - Aline colocou uma bandeja cheia de frutas, sucos, bolos e pães na nossa frente.
Os olhos de minha irmã recuperaram um pouco do brilho. E eu me senti um pouco melhor por vê-la assim.
- Pra que tudo isso? - Eu quis saber.
- Se Cassandra mandou que se alimentasse é porque irá doar. Então é bom que esteja forte. - Aline esclareceu.
Cecí e eu atacamos a bandeja de comida. Nem tinha percebido como estava faminta.
Voltamos para o quarto.
Eu já estava meio que familiarizada com os inúmeros corredores do palácio. Ou, pelo menos, tinha decorado o caminho da cozinha de volta para o meu quarto. Que era, basicamente, o que eu tinha trilhado durante os dias desde que cheguei.
Ao chegar ao quarto Ceci ficou em sua cama e eu na minha. Eu tinha que descansar mas não foi o que eu fiz.
Fiquei pensando em Veron. Em como ele me chantageou. Como ele é calculista. Planejou tudo isso e me trouxe para cá. Como ele pode brincar com a vida das pessoas assim?
Depois pensei em Aaron. Ele não tinha culpa de ser bom demais. Ou melhor dizendo. Ele não tinha culpa de merecer o trono mais que o primo. Pelo menos essa culpa ele não tinha. Eu reconheci. Mas eu também não tinha culpa de está ali. Era tão vítima quanto ele seria. E até mais. Cheguei a conclusão de que eu estava mesmo decidida a mata-lo e que essa era a única saída.
Por fim, pensei em olhos azuis. Em um rosto sereno envolto de cabelos longos. Sebastian... Com todo seu cuidado e de forma surpreendente, havia me ajudado. E essa sua tal missão, o que será? Não sei, mas eu senti algo diferente ao estar com ele. Tão diferente que nem sei descrever.
O tempo tinha passado e eu perdi completamente a noção. Já era hora de me arrumar e eu nem sequer descansei. Mas não faz mal. Eu vou ser forte.
Viva o tempo que conseguir Morgana, e sua família viverá também. Eu repeti para mim mesma.
Fui em direção ao banheiro, tomei banho, lavei os cabelos. Olhei-me no espelho e análisei a marca da minha primeira mordida. Ainda estava lá.
Ignorei os calafrios que senti e fui até o quarto.
O vestido que eu deveria usar já estava devidamente estendido sobre a cama. Assim como um par de
sandálias de salto.
Coloquei tudo e depois de uns minutos estava pronta. Já era noite. Cecí já estava adormecida na cama.
Peguei uma caneca junto com o bule de água quente que eu pedi que me trouxessem. Coloquei algumas flores de perpétua. Após alguns instantes a água ficou avermelhada e eu bebi o chá. Agora estava protegida dos poderes de Aaron.
Um pouco mais confiante, caminhei até a porta que como sempre deslizou e se abriu.
Passei por ela e fui em direção à festa. Já sabia onde ficava o salão. E era para lá que eu iria.
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A Monarquia Vampírica
VampireO mundo foi tomado por vampiros, e os poucos humanos que ainda existem, vivem de acordo com as regras da nova Monárquia. Morgana, vive em Vampir, onde antes da invasão vampírica, era a antiga Nova York. Após perder o emprego, e sua mãe ficar grave...