A Monarquia Vampírica

21

CAPÍTULO 21

- ... foi uma descarga de energia muito forte. - Ouvi alguém dizer. A voz parecia ser de Vera.

- Sim, isso não é comum acontecer. - Ouvi a voz de Marian.

Eu tinha acabado de abrir os olhos que estavam focando a imagem embaçada do teto.
Aos poucos fiquei ciente de uma leve dor do lado esquerdo da cabeça, então flashs de memória se passaram na minha mente.

Consagração.

Banho no lago.

Todos sendo lançados contra as árvores.

Minha queda.

A dor provavelmente tinha sido resultado da pancada. 

-De qualquer forma, nenhum de nós havia presenciado a consagração de uma Poison. Muito menos de duas. - Era Scott quem falava dessa vez.

- Sebastian. - Sussurrei.

Não sei  porque, mas, foi a primeira pessoa em quem pensei. Afinal, eu não tinha ouvido a voz dele ainda.

Lembro de quando a onda de energia atingiu todos, exceto minha irmã. Então ela também deve estar bem.

- Estou aqui. - Ouvi a voz de Sebastian dizer, e mãos quentes tomarem as minhas.

Olhei na direção dele que estava sentado numa beira da cama.

- O que houve? - Perguntei. Minha voz estava por um fio. Eu me sentia tão cansada e fraca quanto quando doava sangue.

- Você não se lembra? - Marian perguntou aparecendo no meu campo de visão.

- Lembro. Mas não entendi o que aconteceu. - Respondi. - Cecília está bem?

- Você teve uma descarga de energia. Sinal de que é muito forte. Mas por falta de treinamento, ainda não é capaz de controlar muito bem, todo o poder que tem. - Scott disse. - A natureza foi generosa com você. - Ele completou.

Desviei o olhar para Sebastian que permanecia em silêncio, após ouvir a explicação de Scott.

- Sua irmã está bem. O mesmo aconteceu com ela. - Sebastian falou, ao entender meu olhar inquisidor.

- Me desculpem. Eu não queria ter feito aquilo. - Pedi envergonhada.

- Não se preocupe. Sabemos que não queria, e de qualquer forma, estamos todos bem. - Foi Marian quem respondeu.

- Descanse, pois começaremos o treinamento o mais rápido possível. - Disse Vera. Mais em tom de ordem que de pedido.

Como eu estava realmente me sentido cansada e reconhecendo que eu não tinha condição de me levantar sem cair. Acabei por não contestar o pedido/ordem de Vera.

Sebastian puxou mais o cobertor que cobria somente até a minha cintura, beijou minha testa e se retirou do quarto.

Sorri por aquele gesto. Ao lembrar do seu significado.

Sempre vi um beijo na testa como um sinal de respeito e cuidado. E essas coisas eram consequências de um sentimento ainda maior. O amor.

Por alguma razão aquilo me deixou feliz.