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CAPÍTULO 23

Morgana se encontrava na floresta.  A respiração estava ofegante e sua visão embaçada. Ela puxava o ar constantemente, como se  houvesse um nó em sua garganta.

A menina sentia um medo que ela não sabia de onde vinha. Era como se ela estivesse prestes a perder algo muito importante.

Ela continuou a caminhar pela floresta, a visão foi se ajustando e ela pôde enxergar melhor. Só não envergava perfeitamente devido a neblina que a rodeava. No entanto, a neblina também começou a sumir, como nuvens levadas pelo vento.

Foi quando ela viu um homem alto e forte, pele pálida e olhos brilhantes, o que fez a bruxa notar que ele era um vampiro. Um vampiro muito familiar. Nos braços dele havia uma menina desmaiada.

O coração de Morgana falhou uma batida quando ela notou que a tal
menina, se tratava de Cecília e o vampiro na verdade, era Veron.

- O que você fez com ela? - Morgana perguntou, já não conseguindo controlar a raiva e a vontade de chorar.

- Você pensou que eu não iria encontra-las? - O vampiro perguntou com um sorriso diabólico. - Vocês deveriam ter esperado o destino de vocês, que era a morte. Mas, como você fugiu, Morgana, sua irmã será a primeira a pagar.

Quando Veron terminou de falar, Cecília se remexeu em seus braços, ele a colocou de pé, e a garotinha ficou observando-o sem entender o porque de estar alí.

Foi então que ele levantou a mão atrás das costas dela e enfiou a mesma na altura do seu coração, fazendo a menina abrir a boca e soltar um grito de dor que cessou quando o vampiro puxou seu pequeno coração o jogando no chão. Logo em seguida a pobre criança também caiu.

Morgana assistiu a cena em choque. E gritou um "não" a plenos pulmões quando o vampiro arrancou do peito, o coração de sua irmã.

- NÃO! - Gritei. Quando dei por mim estava sentada na cama. Meu peito subia e descia, meu corpo todo estava suado. - Foi só um pesadelo. - Repeti para mim mesma.


Fiquei alguns minutos esperando para me acalmar. Não queria mais dormir. Estava assustada. Tinha medo de que assim que fechasse os olhos, sonhasse aquilo outra vez. Na verdade, a cena estava se repetindo em minha mente. E, não estava me fazendo bem.

Essa era a razão pela qual, esquecemos os sonhos depois de dez minutos que acordamos. Ou muitas vezes já acordamos sem lembrar de mais nada. Caso sejam sonhos ruins não irão ficar nos atormentando e nos fazendo mal.

Como eu desejava não lembrar daquele pesadelo.

Resolvi que não ia mais voltar a dormir. Levantei e fui até a varanda da casa do lado esquerdo.

Me sentei numa espécie de banco suspenso e fiquei contemplando a floresta escura.

A madrugada, apesar de um tanto sombria, estava linda. Linda e fria.

A lua brilhava no que parecia ser o ponto mais  alto do céu, e iluminava tudo. Essa foi minha sorte. Caso contrário, estaria numa completa escuridão, já que não tínhamos lâmpadas na varanda, para não chamar atenção.

- Está sem sono? - alguém falou e eu instantaneamente reconheci a voz.

- Mais ou menos isso? - Falei olhando para Sebastian.

- Como assim, mais ou menos isso? - Ele questionou sentado ao meu lado no banco e olhou para a floresta assim como eu.

- Algo me fez perder o sono. Tive um pesadelo. E você? Porque está aqui?

- No meu caso, só estou sem sono. - Ele disse e eu o observei.

Na verdade Sebastian nem sequer parecia ter tentado dormir. Ele não usava roupa de dormir. Ainda estava de camisa, calça e um casaco. E seus cabelos estavam perfeitamente penteados. Não pareciam ter tido contanto com um travesseiro. No entanto, não o questionei sobre isso.

Uma brisa fria me atingiu e eu esfreguei as mãos nos braços para esquentar um pouco.

- Toma meu casaco. - Disse Sebastian tirando o casaco após meu ato.

Acabei aceitando.
Sebastian como sempre cuidando de mim.

- Você quer contar seu pesadelo? Dizem que melhora depois que compartilhamos com alguém. - Ele diz.

Pensei um instante e decidi contar.

- Sonhei que estava perdida na floresta, de repente Veron aparece com Cecília nos braços. Perguntei o que ele queria com ela e ele disse que ela seria a primeira a pagar por termos fugido. Então, ele a colocou no chão e cravou a mão nas costas dela arrancando seu coração e o jogou no chão. - Contei. As últimas palavras saíram entre soluços. Não contive as lágrimas mais uma vez. Contar o pesadelo para Sebastian, foi como revivê-lo.

- Ei, vem aqui. - Ele disse me puxando para seus braços. - Calma, foi só um sonho ruim. Você apenas tem medo que algo aconteça a Cecília e isso refletiu nos seus sonhos. Mas acho que você já notou que ela é uma bruxa poderosa. Com o treinamento, logo logo ela saberá defender a sí mesma, e nem mesmo os vampiros poderão machuca-la. - Sebastian disse, acariciando meus cabelos enquanto meu choro cessou.

De uma hora para outra, a lembrança do dia que Sebastian me deixou plantada e passou dias me evitando, voltaram a minha mente. Não sei porque mas senti vontade de pedir explicações a ele.

Me ajeitei novamente no banco me afastando de Sebastian. Então, o encarei criando coragem.

- Sebastian, você lembra daquele dia no jardim? - Perguntei. Sebastian fez uma expressão estranha de surpresa. Não esperava que eu perguntasse sobre aquilo. Por outro lado, ele parecia saber exatamente de qual dia eu estava falando, pois fez que sim com a cabeça.

- O que aconteceu? Eu não entendi o que foi aquilo. - Continuei.

- Não foi nada Morgana. - Ele  disse. Por um instante pareceu chateado por eu estar perguntando aquilo. - Não quero falar sobre isso. Boa noite. - Ele disse e mais uma vez saiu quase correndo, me deixando sozinha mais uma vez, na varanda.

Eu não parava de imaginar que tinha algo de errado com Sebastian.
Ele parecia ter sentimentos reprimidos por mim. Eu sentia.
O que eu não entendia, era o porque de eu amar Aaron, e estar querendo mexer com isso.

E a pergunta mais importante era:

Porque Sebastian sempre fugia?

A Monarquia VampíricaOnde histórias criam vida. Descubra agora