CAPÍTULO 03
Voltei do Centro de Doações ainda com um mal pressentimento. Algo está errado, e minha intuição nunca falha.
Constatei que é melhor afastar essas paranóias e focar no meu novo 'trabalho'.
Minha mãe ficaria muito triste se pudesse ver o rumo que estou tomando, mas, não se pode controlar o destino. Situações desesperadas, pedem medidas desesperadas.
Irei servir de bolsa de sangue para eles. Coisa que minha mãe nunca quis que fôssemos. Mas como o destino é irônico, irei fazer isso justamente por ela.
- Mag, onde vamos colocar nossas roupas? - Minha irmã interrompe meus pensamentos.
- Acho que só nos resta colocar naqueles sacos alí. - Falei apontando para sacos de pano sobre a cama.
Falei com Geneviève e ela disse que minha irmã ficará comigo no palácio. Ela mandará um aviso para que preparem um quarto pra nós duas. Isso foi um alívio, pois não quero ficar longe dela. Sempre cuidei de minha irmã, e agora não será diferente. Mas, por outro lado, fico preocupada em leva-la para o meio deles.
- Tudo bem. - Ela concorda pegando um dos sacos e colocando suas poucas peças de roupas.
Fiz o mesmo com as minhas. Saímos de casa e ficamos esperando na porta, pois um carro, enviado pelo Centro, viria nos buscar.
Olhei para nossa casinha. Tão cedo voltaremos aqui.
O carro logo parou na frente da casa. Um rapaz de pele clara, olhos azuis e cabelos longos, saiu do carro.
Ele parecia um anjo. Tão lindo!
Seu semblante totalmente sério. Não combinava com ele.
Pegou nossos sacos com roupas e colocou no porta malas.
Abriu a porta automática e ficou parado ao lado. Entendi que era para que entrasse-mos.
"Esse homem não fala não?"
É a primeira vez que vou andar nesses carros... Em comparação com fotos que vi, dos carros de antigamente, há várias diferenças. O design por exemplo, é parecido, porém menor e mais arredondado. Não tem pneus, fica apenas pairando no ar como se suspenso por uma força invisível.
Já o lado de dentro é bem maior do que aparenta ser. Não tem volante, apenas um painel digital onde o "motorista" traça uma rota e o carro segue sozinho, no caso, voando.
Pensei que iria sentir alguma coisa diferente. Mas assim que o carro "decola" não há diferença alguma. Tudo fica estável e não há turbulência como nos aviões.
As coisas são sempre diferentes do que imaginamos.
Depois de uns instantes, chegamos ao palácio dos vampiros.
Fomos levadas para os fundos. Pois só pessoas realmente importantes, podiam entrar pela porta da frente.
A porta dos fundos dava direto na cozinha.
Era uma cozinha bem equipada. Fogões computadorizados e fornos com painel de controle. Dois robôs estavam parados de um lado da mesa.
E apenas uma mulher que aparentava uns 35 anos estava controlando os painéis.
Sorri para ela que sorriu de volta.
- Olá, eu sou Eline. A chefe de cozinha. - Ela se apresentou estendendo a mão.
- Prazer, sou Morgana. - Me apresentei pegando a mão dela. - E essa e minha irmã Cecília. - Continuei, apontando para minha irmã. - Pensei que as pessoas aqui não falassem. - A última frase saiu sem querer.
Aline sorriu, olhando para o motorista que ainda estava atrás de nós segurando os sacos de roupas.
- Não ligue para Sebastian. Ele não é muito de falar. - Aline explica.
- Vejo que a doadora do Príncipe já chegou e fez uma nova amiga. - Uma mulher morena e de cabelos cacheados entra na cozinha falando em tom de repreensão. - Sou Cassandra a governanta do Palácio. - Ela se apresenta. - Me sigam.
Seguimos Cassandra. Sebastian em nosso encalço. Fomos por um corredor até que paramos em uma porta que parecia ser de aço. Assim como todas as que passamos anteriormente.
Sebastian se posicionou e a porta deslizou, abrindo-se sozinha.
Entramos no quarto.
- Coloque as roupas delas alí, Sebastian. - Cassandra aponta para a cama, ao mesmo tempo que olha para os sacos de roupa fazendo uma careta.
"Acho que ela não está acostumada com gente pobre."
Cassandra começa me analisar.
- Vejamos o que temos que mudar em você... - Ela diz, me analisando de cima a baixo enquando anda ao meu redor.
- Esse cabelo... - Ela pega uma mecha do meu cabelo comprido. - Muito longo, vamos cortar!
Sempre gostei do meu cabelo comprido, mas não sou apega, por isso não me importo se cortarem.
- Também iremos providenciar roupas novas, pois as suas são horríveis. - Cassandra diz. - Pegue. - Ela me estende um Tablet.
- O que é isso? - Eu quis saber.
- É um Tablet, ou melhor, sua agenda eletrônica. Aí está todos os seus compromissos.
- Como assim, compromissos?
- Acho que esqueceram de lhe falar, menina. Além de doadora do príncipe, você também será a dama de companhia dele, o que é muito conveniente, por sinal. O principe ainda não tem uma noiva, e agora que está prestes a se tornar rei, ele tem que comparecer a várias festas, e não pega bem ele andar sozinho.
"Aí meu Deus, e agora?" Mais essa..."
- Tudo bem. - Concordei pois eu não estou em posição de ficar reclamando do "serviço".
- Pedirei para prepararem um banho para você, e para trazer roupas novas, pois hoje a noite será sua apresentação ao príncipe.
- Vai ter roupas novas para mim também? - Cecí que estava calada até agora se manifestou.
- Sim, irei providenciar, afinal você vai morar no palácio não pode continuar se vestindo assim.
Cassandra se retirou após essas palavras.
Cecí se jogou em sua cama que ficava de um dos lados do quarto. Ficou de pé e começou a pular.
- Vem Mag, a cama é de mola. É tão macia... - Cecí me chamou. - Eu nunca vi uma cama tão macia assim.
Não resisti e pulei em minha cama também e comecei a pular. Acompanhando os risos dela.
- Com licença. - Uma mulher já dentro do quarto disse.
Eu desci da cama totalmente sem jeito.
- Vim preparar seu banho e dar um jeito no seu cabelo. Aqui está a roupa que você deve vestir para a apresentação. - Ela disse me entregando a roupa. - Depois virão mais.
Segui ela até o banheiro, que era bem grande com hidromassagem e tudo. E então começou a sessão tortura.
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A Monarquia Vampírica
VampireO mundo foi tomado por vampiros, e os poucos humanos que ainda existem, vivem de acordo com as regras da nova Monárquia. Morgana, vive em Vampir, onde antes da invasão vampírica, era a antiga Nova York. Após perder o emprego, e sua mãe ficar grave...