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CAPÍTULO 18

Você não tem onde se esconder. Nós somos monstros em sua cabeça.

As coisas sempre pioravam para mim. Aaron não tinha morrido, apenas se tornado um humano, menos mal, eu diria. Mas agora, Veron tinha conseguido o que queria, e eu não tinha mais como manter minha mãe no hospital, todas nós iriamos morrer.

Saí correndo. Eu sabia que Veron iria me alcançar, mas seria tolice apenas esperar para morrer. Era mais digno morrer tentando sobreviver.

Ouvi uma risada alta. Era Veron. Provavelmente rindo do fato de eu acreditar que podia fugir dele.

Não desisti. Continuei correndo até que encontrei uma série foi pilastras em um dos corredores. Resolvi me esconder atrás de uma delas.

Fiquei parada, prendi a respiração quando ouvi os passos de Veron.

Ele nem sequer se preocupou em correr atrás de mim. Me tratava como um bichinho encurralado. Exatamente como eu me sentia.

- Você quer brincar de se esconder... - Ouvi ele dizer. Parecia bem perto. - Que comece o jogo.

Meu coração acelerou. Eu era como uma bomba prestes a explodir. Sabia que Veron iria me encontrar. Afinal eu era uma humana. Ele podia ouvir meu coração bater. Sentia meu cheiro. Meu sangue era como um ímã.


- Estou ouvindo seu coração. Está acelerado. - Veron disse confirmando minhas suspeitas. - Desse jeito, você terá um infarto, e eu nem precisarei arrumar uma desculpa para sua morte.

Todos os pêlos do meu corpo se eriçaram de tanto medo. Eu não queria morrer.

- Vamos, apareça, eu sei onde você está. - Veron voltou a falar e de fato, a voz dele já soava bem perto.

Senti algo me tocar os braços, um pouco a cima dos cotovelos. Olhei na direção de onde eu senti o toque e vi que tinham duas mãos me segurando.

No mesmo instante um corpo se materializou na minha frente. Vi cada parte se formar, como em uma pintura.

Primeiro as mãos, depois o antebraço até que Sebastian estava parado na minha frente.

Fiz menção de falar algo. Mas ele levantou uma das mãos e colocou o dedo indicador nos meus labios.

Foi exato momento que Veron chegou onde estávamos.

O vampiro olhou atrás da pilastra. Por um segundo tive a impressão que ele olhava nos meus olhos. Mas seu rosto se tornou confuso. Veron deu meia volta e saiu andando.

- Onde aquela bruxa se meteu? - Ouvi ele dizer já um pouco longe, com a voz irritada.

- O  que houve aqui? - Perguntei a Sebastian.

- Magia. - Ele disse apenas.

- Você é um bruxo? - Falei surpresa.

- Não, ele é. - Sebastian respondeu apontando para o lado. Foi quando vi Scott surgir assim como tinha acontecido com Sebastian.

Scott repousava uma mão no ombro dele, e tinha um sorriso estampado nos lábios, de um jeito que eu nunca tinha visto, e que significava "você não esperava por essa".

E não esperava mesmo.

- Vamos não temos muito tempo - Disse Scott.

Sebastian não me soltou o braço assim como Scott continuou com a mão repousando sob o ombro de Sebastian.

- Porque temos que ir o tempo todo tocando um no outro? - Perguntei num sussurro, enquanto íamos os três por um corredor do castelo que levava até o quarto de doadores.

- É uma condição para que o feitiço de ocultação dê certo. Cada elo tem que estar ligado à fonte de magia. Como uma corrente. - Explicou Scott.

Nesse momento ouvimos o barulho de guardas vindo em nossa direção.
Nos encostamos na parede do corredor para dar passagem aos guardas.
Fiquei apreensiva. Será que eles realmente não iriam me ver? Afinal, eu estava vendo Sebastian e Scott e eles também eram capazes de me ver.

Os guardas se aproximaram de onde estávamos e passaram por nós sem se quer dar sinal de desconfiança de que estávamos alí.

Soltei o ar que nem havia percebido que tinha prendido.

- Parece que você não confiou muito em mim, Morgana. - Scott observou.

- Não é isso. Só estou com medo. - Falei.

- Se acalme, iremos te ajudar. - Disse Sebastian. - Temos que pegar sua irmã e os outros. Scott não pode esconder todos sozinhos.

Outros? Que outros?

- Sim, nós três já está sendo bem difícil. - Scott falou.

Não era nenhuma surpresa Sebastian está me ajudando. Mas eu nunca entendi entendi porque todo esse envolvimento dele comigo. Nem porque todo esse empenho. De qualquer forma, eu estava feliz por tê-lo naquele momento. Já estava bem aflita estando com os dois. Imagina se estivesse sozinha

Caminhamos  rapidamente até o quarto.

Lá estavam Cecília, Vera e Marian.
Scott soltou Sebastian e logo as meninas notaram nossa presença.

- Finalmente vocês apareceram. - Disse Vera.

- Já estamos sabendo do que aconteceu. Temos que ir. - Marian nos apressou.

- Certo. Irei fazer o feitiço de ocultação para tirar todos nós desse castelo, mas precisarei canalizar vocês. - Scott diz para as meninas que acenam afirmativamente.

Elas estendem as mãos para Scott uma de cada lado. Em seguida eu seguro a mão de Cecí e pego na mão de Marian. Sebastian segura a mão de Vera do outro lado.

- Cecí, faça silêncio. Tudo bem? - Adverti minha irmã que faz que entendeu com a cabeça.

Scott fecha os olhos e sussurra umas palavras.

- Vamos. O feitiço não irá durar muito. - Ele diz baixinho.

Andamos em fila pelos corredores do castelo sem soltar as mãos.

Vez ou outra, algumas patrulhas passaram por nós e eu estremeci dos pés a cabeça. Provavelmente estavam procurando por mim.

Mesmo com todo o alvoroço de guardas, e toda a vigilância, nós demos sorte e conseguimos sair.

Usamos o feitiço para irmos até a entrada de uma floresta, pois na cidade seria perigoso.

- O que vamos fazer aqui? - Minha irmã quis saber.

Olhei para Sebastian em um questionamento silencioso. Eu também não sabia o que iriamos fazer numa floresta. Aliás essa floresta nem é frequentada. É afastada da cidade. As pessoas não querem mais saber dessas coisas.

- Tenho uma casa no meio da floresta. Ficaremos seguros lá. Pelo menos por enquanto, ninguém vem aqui. - Ele explicou.

- Então vamos logo. - Disse Marian.

Caminhamos mais ou menos uma hora e meia pelo meio das árvores até
avistarmos uma grande casa.

A casa era linda. A construção de tijolos, tinha uma varada em volta dela inteira. Era de uma cor clara que eu não soube identificar. Na parte da frente tinha algumas cadeiras para descanso.

Eu mal podia esperar para ver como era por dentro.

Que bom que Sebastian tem esse lugar.

A Monarquia VampíricaOnde histórias criam vida. Descubra agora