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CAPÍTULO 26

Quando se ama alguém,  não se tem escolha.

Foi em um piscar de olhos que Aaron pulou da cama e se posicionou atrás de mim, segurando-me  forte impossibilitando minha fuga.

Olhei desesperada para Scott que também me olhava assustado e sem reação.

- Não pensei que iriamos nos encontrar outra vez. - Aaron rosnou em meu ouvido. - Sua bruxinha traiçoeira. - Ele disse com nojo na voz.

Era real o ódio dos vampiros por bruxas. Eu podia sentir emanando a raiva dele.

- Mas agora você irá pagar pelo que me fez. - Aaron disse, agarrou meu cabelo e puxou com força expondo meu pescoço, em seguida me mordeu com força e dolorosamente como nunca havia feito.

Assim como mordeu com toda sua força e raiva, ele também sugou meu pescoço com violência, como se quisesse drenar todo o meu sangue de uma só vez.

Mas isso não aconteceu. Aaron sugou com força, e eu senti quando uma grande quantidade de sangue saiu pela ferida. Logo um grito soou em meu ouvido, seguido de um empurrão.

Fui arremessada ao chão com tanta força que acabei batendo o braço.
Senti a dor tomar conta do mesmo numa espécie de choque, tão doloroso que foi impossível controlar as lágrimas.

Aaron gritava com as mãos na boca, de onde escorria meu sangue, tentado limpa-lo a todo custo. Sua feição era terrível. De sua boca saia uma pequena fumaça cinzenta.

Foi então que recordei-me:
e

u era uma Poison consagrada. Meu sangue já não era a cura do vampirismo, era pior  que fogo queimando a pele de Aaron. 

Scott finalmente tomou uma atitude estendendo a mão em direção a Aaron e sussurrou algumas palavras.

O sangue sumiu da boca do vampiro e ele finamente parou de gritar, caindo desacordado logo depois.

- O que está havendo aqui? Ouvimos gritos lá de fora. - Vera entra abruptamente no quarto, acompanhada de Marian e Cecília. A testa franzida em uma expressão de preocupação.

Seus olhos vagam de mim para Aaron caidos nos chão. De preocupada ela passou para confusa.

- Este é Aaron? - Foi Marian quem falou.

- Sim, é ele. - Minha irmã afirmou.

- Mas, como ele veio parar aqui? - Vera perguntou assustada.

- Eu e Scott o trouxemos. - Respondi. Meu braço estava doendo cada vez mais. - Antes que diga mais alguma coisa, tivemos bons motivos para fazer isso. Agora, me ajudem aqui, acho que quebrei o braço. - falei ríspida, já tentando me levantar.

Eu estava lá, caida no chão, com o rosto banhado em lágrimas, e suja de sangue, e ela nos enchendo de perguntas ao invés de me ajudar.

Cecília e Marian foram quem me ajudaram.

Scott caminhou até Aaron e o analisou.

- Fiz um feitiço de sono. Não vai durar muito. É melhor sermos mais espertos dessa vez e amarra-lo.

- Deviam ter feito isso antes, o que esperavam de um vampiro traído e recém transformado? - Cecí surpreendeu-me. Ela sempre foi muito esperta, mas ela tinha amadurecido muito ultimamente.

- Que ele ia acordar e ficar do nosso lado, é que não foi. - Scott respondeu ironicamente.

Meu braço estava doendo muito.
Minha vontade era apenas de chorar de dor.
Lembrei-me de Sebastian e de seus cuidados. Queria ele aqui agora.

- Onde está Sebastian? - Perguntei.

- Vimos ele saindo. Parecia chateado. - Marian disse.

Eu sabia que era por minha causa.
Se eu estou assim, é consequência de uma escolha minha. Fui eu quem quis trazer Aaron para cá. Eu tinha que arcar sozinha com as consequências.

- Vamos Mag, vou cuidar de você. - Marian me chamou. Indo até mim e me levando pelos ombros.


Fui com ela até seu quarto. Marian fez um feitiço para colocar meu braço no lugar e aliviar um pouco a dor, mas não ficou curado completamente. Terei que usar uma tipóia por um tempo. Temo que isso possa atrasar meu treinamento, mas não é coisa para pensar agora.

Minha maior preocupação é com o vampiro louco e faminto que está no outro quarto.

- Obrigado Marian. - agradeci saindo do quarto. Ela apenas me deu um sorriso compadecido.

Fui em direção à porta de saída. Eu precisava de um pouco de ar puro.

O ar da casa estava pesado, assim como o clima e o meu braço.

Pesou mais ainda, ao encontrar Sebastian chegando.

Ele me analisou, e ao perceber meu braço na tipóia e o sangue na minha blusa, ele ficou pálido.

- O que houve? - Ele perguntou enquanto vinha andado rápido na minha direção.

- Nada com que precise se preocupar, está tudo sob controle. - Não, não estava.

- Foi ele não foi? Eu sabia que não era uma boa ideia. - Sebastian falou, passando a mão nos cabelos, como se não soubesse o que fazer. - Me desculpe por não estar aqui por você. - Ele pediu triste.

- Já disse que não precisa se preocupar. - Falei friamente. Não sei porque estava fazendo aquilo.

- Claro que tem!- Ele disse com uma mistura de raiva e indignação. - Eu deveria estar cuidando de você. Estou aqui para isso, mas já não estou  sabendo lidar. Acho que eu não deveria ter sido o escolhido.

Quis perguntar do que ele estava falando. Mas achei mais conveniente deixar ele falar. Sebastian nunca falava, mas agora, ele parecia estar querendo desabafar.

- Eu só tinha que cuidar de você, Mag. - Ele falou se aproximando. Tomando o meu rosto com as duas mãos e retirando os poucos fios de cabelo que o cobriam. - Mas, te ver machucada todos os dias, passou a ser um martírio. - Ele disse me olhando nos olhos, enquanto os seus eram tomados por lagrimas. - Porque você o trouxe pra cá? Ele fez de novo.

As palavras cheias de dor, me atingiam como um soco no estômago.
Eu não sabia o que dizer.

- Eu sei que eu fugi de você Morgana, sei que você ficou chateada. Se você soubesse, o quanto é difícil pra mim... - ele falou me analisando por alguns segundos seus olhos pararam em minha boca. E por fim ele disse a frase que causou a sensação mais confusa que eu já tive.

- Eu amo você, e não quero mais fugir. - Dito isto ele tomou minha boca com seus labios, num beijo cuidadoso e carinhoso, como se tivesse medo que eu quebrasse a qualquer momento.

Não tive tempo de fazer qualquer outra coisa, a não ser corresponder ao beijo.

Da forma mais recíproca possível.

A Monarquia VampíricaOnde histórias criam vida. Descubra agora