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CAPÍTULO 20


Enquanto caminhava-mos para fora da casa, Marian me explicou que normalmente as consagrações são feitas em ambientes externos com o maior contato possível com a natureza, já que é dela que vem a nossa força.

Ao sair, um vento frio me atingiu. O dia estava nublado e escuro tornando tudo mais sombrio e assustador pra mim.

Caminhamos mais para os fundos da casa onde havia um pequeno lago de água esverdeada e muitas pedras ao redor.

Uma das pedras era grande e me chamou a atenção, por parecer ter sido esculpida. Tinha a superfície quase plana e sobre ela havia velas brancas, incensos e coroas de flores.

Vera estava proximo de onde começava o lago.
Com uma espécie de cajado, desenhou um dois círculos no chão.

Depois olhou em nossa direção e fez um sinal com a mão, pedindo que nos aproximasse-mos.

Caminhamos até onde ela estava parada. Vera apontou para os círculos e nós entendemos o que ela queria que fizessemos.

Cecília e eu nos posicionamos dentro deles.

Marian pegou as velas e os incensos e nos rodeou seguindo a marca que Vera tinha feito em forma de círculo na areia.

Quando ela terminou Scott estalou os dedos da mão direita e com esse simples gesto as velas acenderam e os incensos começaram a queimar liberando a já conhecida fumaça de cheiro que deveria ser agradável, mas que para mim, era fedorento.

Em seguida os três se aproximaram e pararam na nossa frente.

- Ajoelhem-se. - Scott disse e nós fizemos o que ele disse.

- Consagrar, é dar direção. É direcionar algo ao seu destino. - Vera começou a falar. - Hoje, vocês, Cecília e Morgana Poison serão direcionadas aos seus destinos. - Ela realmente não parecia a jovem que conheci no castelo. Sua postura era de uma pessoa com autoridade, e não de uma adolescente. - Se tornarão unicas e suas magias ninguem jamais poderá manipular ou rouba-la de vocês.

- Vocês nasceram com um dom. O dom de manipular as forças da natureza. Pois magia é isso. Hoje diante dos seus quatro elementos, jurarão jamais usar esse poder para prejudicar alguém ou algo, a não ser em caso de auto defesa. - Marian continuou.

- Por isso estamos aqui. Diante dos quatro elementos: terra, fogo, água e ar. - Scott falou e à medida que ele falava as pedras no chão flutuaram, o vento se agitou e a chama das velas aumentaram de tamanho.

Eu, meio que me assustei com aquilo, ao mesmo tempo que ficava maravilhada com a idéia de que em alguns minutos poderia fazer o mesmo.

Os três colocaram as mãos estendidas na nossa direção.

Meu olhar encontrou com o de Sebastian que observava um pouco afastado. Desviei o olhar quando percebi que ele tambem me olhava.

Só queria checar se ele estava mesmo lá.

- São vocês que escolhem usar a magia para o bem ou para o mal, mas a natureza sempre encontra um jeito de manter o equilíbrio. Por isso temos apenas uma lei, a Lei Tríplice. Tudo que você fizer de ruim, voltará para você três vezes pior. - Scott falou. - Lembrem-se sempre disso.

- Eis a hora do juramento. Vocês juram cuidar desse dom que a mãe natureza vos concedeu e frutifica-lo em benefício de todos os irmãos? - Vera perguntou.

- Sim, eu juro. - Cecília e eu respondemos em uníssono.

- Agora o juramento será selado com um banho nas águas do lago. - Marian disse colocando uma coroa de flores em nossas cabeças.

Dei a mão para Cecí e caminhamos ate
o lago.

Fomos até o centro dele e mergulhamos.

Ao voltar a superfície eu já não me sentia como a Morgana de antes.

Eu era capaz de sentir o poder tomar conta de cada molécula do meu corpo.

A ponta dos meus dedos estavam formigando. Fiz um pequeno movimento involuntário com a mão e nela surgiu uma espécie de chama azulada, que apesar de parecer fogo, não queimava.

Olhei para minha irmã e o mesmo havia acontecido com ela. Cecília estava maravilhada. Seus olhos brilhavam enquanto olhava para suas mãos que emanavam poder.

Tudo ao meu redor parecia ter tomado um sentido único.
A água do lago, não era mais simplismente a água do lago. Era como um elixir que da vida.

As pedras pareciam magnéticas e fonte de poder.

Eu estava consciente do vento que tocava a minha pele e que agora não era só uma brisa invisível. Era um sopro carregado de força.

Olhei para as velas ainda acesas formando os círculos que eu e minha irmã havíamos estado a poucos minutos atrás. As chamas estava me atraindo. Como um ímã atrai o metal.

Afastei um pouco as mãos do corpo, apontei as palmas viradas em direção às velas, e as ergui no ar. As chamas por sua vez, acompanharam meu movimento e aumentaram de tamanho.

Em seguida, abri os braços num solavanco e uma onda quase invisível de propagou e atingiu a todos, jogando-os pra longe, exceto a mim e a Cecília.

Caminhei em direção a beira do lago. Sem saber o que fazer. Já não sentia a mão formigar e nem me sentia tão empoderada quanto antes.

Como numa lembrança dolorosa dos meus dias como doadora no castelo, minha visão escureceu e eu caí desacordada nas margens do lago.

A Monarquia VampíricaOnde histórias criam vida. Descubra agora