08

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CAPÍTULO 08

- Morgana? - Eu ouvi uma voz familiar me chamando.

Abri os olhos lentamente. Eles estavam pesados. Tentei me mover mais meu corpo todo doeu, soltei um gemido de dor. Foi  quando alguém falou novamente.

- Calma, eu estou aqui. - Vi Sebastian aparecer no meu campo de visão.

De repente me senti completamente exposta. E era porque eu realmente estava. Eu estava nua sobre a cama. Quis me cobrir imediatamente quando fui tomada pela vergonha.

- Meu Deus! O que ele fez com você? - Sebastian disse, ele parecia sofrer ao analisar meu corpo despido. - Vou cuidar de você. - Ele disse por fim, me cobrindo com um lençol branco.

Depois me pegou em seu colo. Minhas costelas reclamaram, mas eu reprimi o gemido de dor dessa vez. Aaron tinha me machucado muito mais do que eu pude notar.

Chegamos no quarto. Quarto esse que não era meu. Era simples e tinha apenas uma cama e uma poltrona.

Devia ser o quarto de Sebastian.

Ele me colocou sobre a cama, e disse que ia sair uns minutos mas já voltava.

Fiquei esperando e depois de uns instantes, ele voltou com uma bandeja.

Me ajudou a sentar e colocou a bandeja com comida perto de mim.

Comi tudo que ele trouxe enquanto Sebastian me observava sentado na poltrona.

Depois que ele percebeu que eu tinha terminado retirou a bandeja.

- Deite-se temos que cuidar de você. - Ele falou.

Eu me deitei já com um pouco mais de forças.

Ele descobriu meu corpo. E eu me senti exposta mais uma vez.

Sebastian pareceu pertubado. Mas tratou de disfarçar.

Caminhou até uma pequena cômoda que tinha no quarto e trouxe um pequeno frasco.

Delicadamente ele passou o óleo sob minhas costelas, massageando. E também em algumas partes das minhas pernas e braços.

Senti uma certa dormência.

Enquanto ele fazia isso. Fiquei o analisando. Não pude deixar de perceber o quanto Sebastian era bonito. E gentil. Pela segunda vez ele estava me ajudando. Senti algo ao notar isso, ele estava me ajudando, sem me conhecer. Eu tinha me metido em apuros, e Sebastian, sem explicação, estava lá mais uma vez. Como se soubesse que eu precisava dele.

- O que foi? - Ele perguntou ao perceber que eu estava olhando para ele.

- Na-nada. - Eu disse. Não tinha notado que estava tão hipnotizada.

- É melhor você dormir um pouco agora. - Ele disse e eu fiz o que ele sugeriu.

Fechei os olhos e cai no sono como num passe de mágica.

O salão de festa estava cheio de seres de olhos brilhantes. Eu estava me sentindo estranha e deslocada. 

Caminhei até uma mesa onde haviam taças e vasilhas que aparentavam conter um líquido semelhante a ponche. Peguei a concha dentro da vasilha e coloquei um pouco do líquido viscoso e avermelhado. Em seguida levei à boca. Senti o gosto ferroso tomar toda a minha boca. Me arrependi amargamente de ter feito aquilo. Não era ponche. Era sangue. Fiz uma careta e tratei de me livrar daquele gosto horrível.

- O principe Aaron espera por você. - Um rapaz muito familiar veio me avisar. Meu coração acelerou. Senti todo meu corpo tremer.

Mesmo assim, segui o garoto que veio falar comigo. Paramos em frente ao quarto, ele saiu e me deixou sozinha. A porta se abriu e eu entrei silenciosamente. Vi três pares de olhos brilhantes na escuridão do quarto. Os donos daqueles olhos logo se revelaram. Era Aaron, seu primo Veron e o velho Kaiser. O que eles estavam fazendo alí?

Veron caminhou em minha direção.

- Estávamos esperando por você. - Ele disse dando uma volta ao meu redor.

- Sim, vamos brincar um pouco. - Foi a vez de Kaiser parar atras de mim. E tirar meu cabelo do pescoço.

Foi quando Aaron se aproximou.

- Que comece a brincadeira! - E sorriu. Um sorriso que fez minhas pernas bambearem.

Senti as mordidas dos vampiros em mim. Violentamente dilacerando a carne do meu pescoço, e dos meus pulsos.

Eu gritei. Um grito de pavor e desespero enquanto me debatia.

Uma figura envolta por uma aura brilhante e que parecia ter azas, surgiu também da escuridão.

A luz pareceu irritar os três vampiros que me mordiam, pois eles pararam imediatamente.

- Soltem-na! - O ser de luz disse. E deixou que nós vissemos quem ele era.

Sebastian tinha os cabelos compridos caindo perfeitamente sobre os ombros. Os olhos azuis raivosos. Ele combinava perfeitamente com toda aquela luz e com aquelas azas.

Fiquei surpresa ao ver que era ele.

Antes que eu pudesse dizer algo.

Senti um solavanco. Kaiser havia me puxado para si.

- Não iremos entrega-la para você. Pelo menos, não com vida.

E eles caíram sobre mim mais uma vez me mordendo e sugando meu sangue como animais.

- Sebastian! - Foi o que eu gritei.

- Sebastian! - Falei enquanto me sentava na cama, ainda ofegante por causa do pesadelo.

Sebastian apareceu do meu lado. O olhar assustado.

- O que foi Morgana? - Ele perguntou sentado ao meu lado e pegando minha mão.

Eu não consegui dizer nada. Apenas envolvi seu pescoço com meus braços e o abracei. Abracei Sebastian como jamais abracei qualquer outra pessoa.

Me agarrei a ele como se eu tivesse sendo levada por uma ventania e ele fosse meu único ponto de apoio.

Era isso que ele era.

Depois daquele sonho, senti como se conhece ele a anos. Como se Sebastian sempre estivesse estado ali, para me proteger, assim como estava fazendo desde que cheguei ao palácio.

Ele era mesmo um anjo.

Cuidava de mim, e sabia o que eu estava passando nas mãos de Aaron.

Algum sentimento começava a surgir dentro de mim. Mas eu não sabia o que era.

- Vejo que foi um pesadelo e tanto. - Sebastian disse acariciando meu cabelo depois de alguns minutos e dando uma risadinha. - Não precisa ter medo, eu estarei aqui sempre, Mag.

Me afastei ao ouvi-lo me chamar por meu apelido. Não só chamar como, encher a palavra de carinho.

Olhei para ele, e sorri.

- Eu sei que vai, você é o meu anjo. - Eu disse. - Até mesmo nos meus sonhos você tenta me salvar. - Completei me deitando em seu colo.

- Tento? - Ele perguntou.

- É, tenta! Você simplesmente não pode me salvar disso.

A Monarquia VampíricaOnde histórias criam vida. Descubra agora