So, so long time

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[N.A.] Hi dears. Como vão?? Aproveitaram bem o feriado? Eu comi tanto chocolate que estou enjoada só de ouvir o nome asjlajslkajskl
Já vou avisando que esse capítulo é uma bostinha, porque não tem nada demais. É necessário para que a história se desenrole mais para frente, mas é só narração, explicando como o Louis se sente e tudo mais. Não coloquei mais detalhes sobre o encontro deles de propósito, vou revelar mais sobre a relação entre eles ao longo da história, que, se querem saber, está cheia de ideias e enorme. Estou até considerando a hipótese de ter duas temporadas, MAS NÃO VAMOS PENSAR NISSO AGORA, NÉ? Não quero ninguém morrendo antes do tempo, ou antes do primeiro smut alskjaklsjk
Enfim, OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS, VOCÊS FAZEM MINHA SEMANA, MEU MÊS, MINHA VIDA, EU AMO TODOS E AGRADEÇO MUITO POR ELES. Nunca pensei que a fic ficaria tão famosa e tantas pessoas leriam, e sou eternamente agradecida por isso. Você fazem a fic, com todo o apoio, as ideias, as sugestões e os surtos haha <3<3
E FALTAM SÓ MAIS QUINZE DIAS EU ESTOU MORRENDO TIPO DEMAIS MESMO, ESTOU DOIDA ENLOUQUECIDA ANSIOSA E MINHAS AMIGAS QUEREM ME MATAR, but sorry, love, but I don't really care. E é bom ter Happily, Moments e Alive, ou vai ter treta. Já não me basta ser iludida o suficiente por pensar que teria They Don't Know About Us nessa tour. [/N.A]

3º. P.O.V.

A rua já estava deserta quando o garoto saiu. O que era realmente de grande ajuda. Suas mãos suavam e seu pescoço estava tão vermelho que qualquer um que visse a uma distância de dois quilômetros constataria que sua temperatura estaria, no mínimo, uns dez graus acima. Seus lábios deveriam estar inchados, e seu cabelo, como se tivesse acabado de presenciar uma briga entre esquilos.

Estava acabado, destruído. Sentia-se a pior pessoa do mundo, e queria poder ser atropelado por milhares de caminhões naquele momento. Seu emocional estava como gelatina, e seu físico estava completamente dolorido e dormente.

Mas, a verdade era que, nunca havia se sentido tão bem em toda sua vida.

Mesmo que sentisse vergonha, medo, confusão, também se sentia, leve, animado, levemente surpreso e com um formigamento gostoso no lábio inferior, onde Harry havia mordido, mais cedo, e provavelmente deixara uma pequena marca. O garoto fora impiedoso, e a maneira que suas línguas se enroscaram deixara a mesma parcialmente inchada e com um gosto agridoce. A boca de Harry tinha mesmo um gosto bom. Exótico, mas bom.

Harry.

Esse nome rondara sua mente muitas vezes mais que o normal, por tê-lo ouvido há alguns minutos atrás. Ele vinha trazendo aqueles olhos verdes, aquele rosto simétrico e aquele corpo que não parecia ser de Deus. Quase literalmente falando.

Louis parecia estar criando uma obsessividade em relação a ele, o que não era nem um pouco normal. Em dois dias – ou um dia e meio, se for considerar – havia quebrado praticamente tudo que tinha construído para si mesmo, todos seus dogmas, seus princípios, tudo. E para que? Por um garoto bonitinho, de olhos verdes, boca tentadoramente vermelha, corpo escultural e... Okay, chega.

Suspirou, tentando acalmar seu coração que batia sem parar por dez minutos. Tentava fazer uma pequena caminhada pelas trilhas cobertas de folhagens secas e amareladas, para raciocinar um pouco e pôr as ideias no lugar. Não sabia o que fazer a seguir. Ainda tinha em mente a ideia de visitar Niall e Liam, mas estava protelando. Não tinha noção do que dizer quando chegasse, ao menos sabia como encontrar as palavras presas novamente em sua garganta. Precisava de algum tipo de distração, mesmo que a cena voltasse de novo e de novo em sua mente. As oito, ele dissera. Como um encontro, ele dissera. Louis se sentia como uma garotinha no primeiro encontro com o garoto mais velho. Estava até pensando no que vestir! É claro que isso indicava que ele estava no fundo do poço agora.

Não precisava ficar tão esperançosos, de qualquer maneira. Precisaria arrumar uma ótima desculpa para conseguir enganar Rosemare, depois conseguir sair e voltar sem ser percebido por qualquer. Estava torcendo para que, se aquele “encontro” realmente acontecesse, que fosse em um lugar bem, bem, bem longe dali. Não precisava de más-línguas falando de sua vida aos quatro ventos, principalmente naquele momento. Precisava de todos os pontos positivos para conseguir sua admissão no curso de seminaristas noviços de Saint George.

De qualquer maneira, o resquício de sanidade que estava voltando aos poucos para sua cabeça não eram o suficiente para deter suas fantasias. E, como toda garotinha, precisava contar a melhor amiga, era claro. O desejo quase abrasador de revelar detalhe por detalhe a alguém tomava cada célula de seu corpo, mas sabia que não seria possível. Ninguém entenderia. Ninguém saberia. Decidira manter segredo absoluto, pelo menos por enquanto.

Respirou fundo. Agora que tinha a cabeça um pouco mais organizada, optou por visitar os amigos de uma vez. Eles foram grandes pilares, e devia isso a eles. Inventaria qualquer desculpa para a aparência deplorável.

Seguiu pela calçada, que estava um pouco mais movimentada. Havia chegado à rodovia principal, e provavelmente conseguiria pegar um ônibus para Palm Beach. Um dos poucos bairros com uma vista privilegiada para o rio que cruzava o vale, e Niall e Liam dividiam um luxuoso – mesmo que dissessem o contrário – apartamento em um dos condomínios. Pelo que se lembrava, haviam se mudado há poucos meses, talvez seis ou sete. Liam tinha uma academia, herdada dos tios, e estagiava em um hospital para crianças com câncer. Niall ajudava nos eventos comunitários que aconteciam na cidade, como as festividades locais. Eles ganhavam um bom dinheiro, e as despesas eram poucas. Liam havia terminado o ensino médio e fizera um curso de verão para saber administrar o novo negócio. Eles estavam se saindo bem, mas não os via há praticamente dois anos, então não sabia distinguir muito bem a situação deles por cartas.

Crescera junto com Liam. A história de ambos não era muito boa, então encontraram forças juntos, desde que trombaram por acaso em uma noite. Nunca mais se separaram. Liam era o cara das brigas. Aprendera a lutar muito bem pelas ruas, para se defender. Como era pequeno e gordinho, as pessoas o achavam um alvo fácil. Com o passar do tempo, sua fisionomia foi melhorando, e tivera um surto de crescimento assustador. O cara realmente assustava quando não o conhecia, mas é claro que ele era uma verdadeira manteiga derretida, muito sensível. Quando conhecera Niall, um ano depois de seu encontro com o outro, decidira que seria o segurança pessoal do irlandês. Ele era a verdadeira personificação da fofura, e fazia com que os outros criassem essa vontade de protegê-lo naturalmente.

Mesmo que não quisesse admitir, estava com muita saudades de seus irmãos.

Não estava com vontade de esperar o transporte, e alguma força estava agindo a seu favor naquela manhã (ou contra), quando viu as poucas pessoas no banco coberto se levantaram. Provavelmente aquele seria o último circular da parte matutina, e é claro que Louis desatou em uma corrida desenfreada pelo resto do quarteirão que o separava do ponto.

Chegou a tempo de embarcar, tirou algumas moedas do bolso e passou pela roleta. Não procurou nenhum banco, ficaria de pé mesmo, mesmo que não sentisse suas pernas no momento.

Algumas curvas, lombadas e desvios depois, chegara em Palm Beach, com sua bela paisagem, suas folhas verdes, sua rua limpa e seus habitantes com roupas de verão e sorrisos receptivos. O condomínio de NorthOne, ou NO, como todos se referiam, ficava bem a vista de todos que chegavam pela rodovia principal. Era alto, vistoso, luxuoso e passava uma mensagem nítida de: “aqui é o melhor lugar do mundo para se viver”.

Desceu e alongou o corpo, se preparando para os ataques verbais e não-verbais que estava prestes a receber. A entrada era de portas giratórias com belos traços emadeirados e uma aparência de ser um lugar caro para se viver.

Entrou, encontrando a recepção vazia, sem nem ao menos uma atendente na bancada dourada, à frente do computador supostamente ligado. Se perguntou o que acontecera com o pontualismo britânico, já que era quase meio dia e o segundo turno deveria ter começado.

Chamou o elevador. Se bem se lembrava, eles moravam no vigésimo quarto. Apartamento quatrocentos e sessenta e nove. Tinha uma plaquinha na frente, pregada de maneira amadora e com o prego torto, escrito Home, Sweet Home. Ideia do irlandês, claro. Quando chegou, suportando dez irritantes segundos de música de elevador e portas espelhadas refletindo seu aspecto miserável e deplorável, caminhou com as mãos no bolso. Nada havia mudado, de verdade. As mesmas plantas, o mesmo carpete desgasto e vermelho-escuro. O mesmo corredor bizarro e as escadas de incêndio que davam na sacada, do lado esquerdo.

Chegou a porta, e respirou fundo. Bateu duas vezes, esperou dois segundos, e depois bateu mais duas. Não demoraram a abrir.

Lá estava Niall, com sua típica cara de sono irlandesa. Suas bochechas estavam avermelhadas, e usava apenas uma calça de moletom com um rasgo no inferior. Seu peitoral não era extremamente desenvolvido, mas não poderia dizer que ele era feio. Sua pele era como bumbum de bebê, ressaltando alguns poucos músculos nos braços e no abdômen.

Ao vê-lo, Louis conseguiu observar diferentes reações em dez segundos. Surpresa. Felicidade. Medo. Raiva. Mais surpresa. Êxtase. Confusão.

E, de repente, havia um par de braços sufocando-o pelo pescoço. Uma cabeleira loira com raízes escuras invadiu seus olhos e seu nariz, o fazendo espirrar duas vezes. O garoto murmurava coisas desconexas, algo como “seu idiota” e “vou te bater até você tomar vergonha na cara”. Na verdade, estava sufocado demais para se importar.

– LIAM! – ele gritou de repente no ouvido do Tomlinson, o fazendo contorcer o rosto em uma careta – LOUIS! LOUIS ESTÁ AQUI, LIAM! – berrou, como se sua vida dependesse disso.

– Nial... pare... de gritar... – murmurou, usando o resto do fôlego que lhe restava, e forçou o pulmão até o cérebro para formular mais algumas palavras –  Não consigo... respirar... – e ele o soltou, fazendo-o respirar fundo, sentindo o oxigênio queimar por sua garganta.

O loiro o olhava com os olhos brilhando, ainda segurando seus ombros. Seu sorriso era gigantesco, e parecia como uma criança no Natal. Louis não conseguiu não sorrir com a cena.

– Faz muito tempo, dude. – disse, segurando seus ombros de volta com carinha.

Rompeu pela porta um Liam de toalhas e com o rosto cheio de uma espuma branca, a escova de dente em uma das mãos e o barbeador na outra. Pareciam ter acabado de acordar, e seria uma cena bastante hilária se o coração de Louis tão tivesse inchado de saudades.

Deu um passo à frente, puxando-o para um abraço sem se importar com suas condições. Havia sentido muita falta de Liam, acima de tudo. De seus conselhos, seu apoio, das noites em claro comendo besteira e falando sobre coisas aleatórias. Ele estava cheirando sabonete, e seu cabelo topetudo fazia cócegas. O creme era gelado e sujava sua camiseta, mas não se importava.

Ficaram abraçados por cerca de um minuto inteiro antes de desfazerem. Liam sorria muito, tal como Niall.

– Dude, porque não avisou que vinha?! – foi a primeira coisa que disse.

– Isso é tudo que tem para me falar depois de tanto tempo? – riu, vendo-o corar, e Niall o acompanhou.

– Não daria para dizer tudo aqui. Vem, entra, vou te fazer um café.

O espaço era bem organizado. Um sofá grande e confortável, um tapete fofinho e uma TV grande, sob uma escrivaninha cheia de DVDs e alguns exemplares de livros. Mais ao fundo havia um corredor, e três portas. Deveriam ser os quartos e um banheiro, mas desconfiava que eles o usavam, afinal, todos os quartos deveriam ter uma suíte. Fazia mais o perfil de NO. A cozinha ficava bem ao lado da sala de estar, separadas por um balcão de granito. Bem ao estilo americano, o estilo mais prático de todos. Eram grande, confortável e bonito.

– Adorei isso aqui. – comentou, se jogando no sofá. Niall deitou ao seu lado, ainda sorrindo, e jogando as pernas por cima do garoto.

– Só tente não destruir nada. – Liam gritou de dentro da geladeira e o loiro riu, enquanto o moreno fazia uma careta.

– Quando você voltou, Lou? – o irlandês perguntou, curioso.

– Anteontem. Não faz tanto tempo assim. – deu de ombros – As coisas aconteceram muito rápido, de qualquer maneira, não tive muito tempo até agora.

– E já arranjou um lugar para ficar? – uma voz veio do quarto, meio abafada, mas ainda audível. Não que o garoto fizesse ideia de como ele havia ido para lá.

– Sim, em uma confeitaria. Uma senhora muito bondosa me deixou ficar por lá, em um dos quartos do segundo andar, em troca de ajudar de manhã na loja.

– Man, eu preciso te visitar! – exclamou Niall, o fazendo rir. Ele realmente não mudava. Tinha o mal daqueles que comem, comem e comem mais ainda e nunca engordam, era incrível. E não tente tirar sua comida, a menos que queria acordar com chantili em sua coberta. Não era lá uma sensação muito agradável de se sentir.

Liam voltou, dessa vez com uma roupa e uma bandeja com três xícaras e algumas torradas. Colocou sobre a mesa do centro, pegando uma e entregando outra para Louis. Ele se sentou no chão, em seu pé, e bebericou seu conteúdo.

– Como foi a viagem? Produtiva?

– Na verdade, sim. Foi... inesquecível. – balançou a cabeça, não encontrando adjetivo certo para descrever – Pretendo entrar para o ministério aqui em Doncaster. Não conseguiria ficar longe por muito tempo.

– Sério? – Niall se levantou em um pulo, sentando-se.

– Sim. Algum problema? – franziu a testa, confuso.

– Não! – exclamou, sorrindo de orelha a orelha – Isso é ótimo, dude, sério! Já conversou com Stanley?

– Sim, ele é ótimo. Me apresentou o monsenhor, e logo posso começar o curso. – anunciou, animado, e viu os amigos sorrirem, aprovando. Todos eram extremamente religiosos.

– Isso é bom, Lou, muito bom. Eu faço parte do grupo sênior dos noviços. – Liam revelou, dando de ombros – Posso te ajudar a entrar o quanto antes. Mas tem certeza disso?

– Absoluta. – respondeu de imediato, mas logo mordeu a língua.

Não tinha tanta certeza assim. As cenas de apenas algumas horas atrás voltaram com toda a força, tomando conta de seus pensamentos. Mesmo que soubesse o que queria, já não tinha tanta convicção no que era certo ou não. Era isso que Harry fazia consigo, no fim. Embaralhava sua mente, mexia com seus sentidos.

E ainda havia o encontro no dia seguinte, que criava arrepios por toda sua nuca só de pensar na possibilidade.

– E então, alguma novidade? Ficamos muito tempo longe, não é possível que não tenha algo de bom para nos contar, Lou. – Niall provocou, cutucando-o com o dedo, fazendo Louis se contorcer e sorrir torto.

– Bem, eu tenho um encontro amanhã. – dizer em voz alta tornava tudo mais assustador e mais excitante ainda. Estremeceu.

– Uou, é isso aí, Lou, seu garanhão! – Liam brandou, rindo como um atleta de colegial. Era uma mania que nunca perdera – Quem é a sortuda? – opa.

– É uma... pessoa incrível e linda... – engoliu em seco, tentando encontrar algum tipo de descrição que se encaixasse – Essa pessoa é fantástica, divertida, misteriosa. Me faz querer conhecê-la melhor. – mais perfeito, só dissesse que se chamava Harry.

– É isso, Lou. Você também merece se feliz. – o do meio respondeu, condescendente e parecendo estar bastante alegre.

– Obrigado, caras. Senti falta de vocês. – confessou.

– Vamos sempre estar aqui, Lou. – Niall piscou, fazendo piada, mas seu olho brilhava – Temos que tirar o tempo perdido, colocar as novidades em dia. E se fôssemos no Festival hoje?! – exclamou, com sua animação costumeira.

– Festival? – Louis franziu a sobrancelha.

– Sim, nós ajudamos a organizar, é para arrecadar fundos. Vai ter barraquinhas, alguns brinquedos e apresentações. Essas coisas. – explicou Liam – Mas eu adorei a ideia! Podíamos passar esse tempo juntos, sair um pouco, levar Louis para conhecer o pessoal. – reforçou, começando a fazer planos.

– Okay, tudo bem. Eu topo. – o loiro e o outro fizeram uma pequena comemoração, batendo as mãos e gritando, enquanto Louis só sorria e pensava no quanto sentira falta de tudo aquilo. Havia muito para conversarem. E, quem sabe, com esse Festival, não pudesse finalmente tirar um certo cara de olhos verdes que beijava maravilhosamente bem da cabeça?

O café em cima da mesa havia esfriado, mas algo dentro de Louis estava quente e mais vivo do que nunca.

Unholy (Larry Stylinson AU Religious!Louis)Onde histórias criam vida. Descubra agora