I'm just a sucker for anything that you do

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[N.A.] Para não estragar a surpresa e o clima, nos vemos no final ;) [/N.A.]

3º. P.O.V.

Você já teve aquele pressentimento ruim de que vai morrer de alguma maneira extremamente inusitada e estranha? Sabe, quando são três da manhã, você está tribêbado, voltando da maior festa da sua vida. Sua mãe não sabe que você fugiu de casa, e seus sapatos estão vomitados e sua roupa, amassada e suja de algo suspeito. Você está quase chegando em casa, e sempre tem aquela rua mais sombria, deserta, sem iluminação, que parece abrigar todos os tipos de criaturas maléficas do mundo. Você passa por ali, rezando loucamente, e então, sente um calafrio na nuca, capaz de gelar até sua espinha vertebral. Você se arrepia todo, e, sem perceber, aperta o passo, olhando para trás e sentindo que, a qualquer minuto, uma mão imaginária vai surgir, te pegar, te levar para aquele beco sujo e fedorento, te estuprar, arrancar todos os seus órgãos e te deixar agonizando no chão até que você morra de vez, bem lentamente.

Esse era mais ou menos o caso de Louis, só que a mãos não era nem um pouco imaginária. Eram bem reais, e, no momento, apertava seus lábios contra seus dentes frontais de maneira incômoda, mas não era sua arcada dentária que o preocupava no momento.

Claro que o garoto queria fugir de Eleanor. Ainda não sabia o porquê daquele sentimento, mas, se sabia de alguma coisa, era de que não deveria se envolver com ela. Não mais. E não tinha nada a ver com Harry, obviamente. Seu universo não girava em torno daqueles maravilhosos olhos verdes. Bem, ainda não, mas não é como se pensasse nele todos os minutos, ou algo do tipo. De qualquer maneira, queria se livrar da garota, mas não que fosse necessário que um ser místico o agarrasse por trás e começasse a puxá-lo para o canto mais escuro da quermesse, atrás de um montinho de entulho ali esquecido, coberto de terra e poeira.

Imediatamente, Louis começou a se debater, e as mãos fortes e quentes apenas se apertavam mais e mais contra seu rosto. Sua mente começou a reproduzir as cenas mais sinistras que já vira nos noticiários e nos jornais. “GAROTO DE VINTE E UM ANOS É ENCONTRADO MORTO DEPOIS DE TER SIDO ESTUPRADO E TER SEUS ÓRGÃOS ARRANCADOS POR UM SERIAL KILLER ESTUPRADOR E ARRANCADOR DE ÓRGÃOS DE GAROTOS DE VINTE E UM ANOS”. Não era lá algo muito racional, mas não é como se a situação lhe desse alguma brecha para usar a racionalidade naquele momento, obrigado. Imaginava as piores coisas, e seu cérebro ia de palhaços com armas até o Freddy Krueger moderno. Louis sempre tivera medo de palhaços, e nunca mais assistira A Hora do Pesadelo de novo.

O desespero tomava conta de todo o seu corpo, e cada célula sua pedia por socorro silenciosamente, e rezava para todos os santos por alguma intervenção divina. Era muito novo para morrer. Tinha tantos sonhos. E Niall e Liam? E Rosemare? E Stanley? E... Harry? Ele não podia morrer ainda. Não naquele dia. Não daquela maneira.

O ar começara a ficar mais escasso, e seus pulmões passara de massa pastosa para massa líquida aquecida à 1000º. Seus olhos lutavam para enxergar alguma coisa, mas não via vultos, sendo empurrado para frente, afastando-se do som e das luzes. Começou a rezar, como um último ato insano e desesperado.

De repente, em questão de milésimos, foi solto. Assim, do nada. Sem força, sem nada. Aos tropeços, Louis foi para frente, usando a perna para parar o impacto, e sentiu duas mãos em seus ombros. Reagindo instintivamente, deu dois passos largos para frente, ofegando e sentindo que seu coração saltaria por suas costelas e atravessar o peito a qualquer momento. Parado, começou a se virar devagar, repassando em sua mente todos os golpes básicos de defesa pessoal e imobilização. Se seu raptor fosse muito maior que ele – o que não era difícil, considerando sua estatura ridícula – ele apenas aplicaria a técnica de 'vire-se e corra'.

Cautelosamente, deu uma volta de cento e oitenta graus, semicerrando os olhos e arfando alto ao fitar a figura bem conhecida à sua frente. Já haviam se encontrado antes, e Louis fora tomado pela surpresa e indignação, que logo depois deram lugar a raiva e a descrença.

– O que diabos você faz aqui?! – gritou, sem se importar com seu palavreado ou o seu tom de voz. Se alguém o encontrasse, provavelmente ele estaria nas manchetes matutinas, mas como o garoto que estrangulou um jovem até a morte.

– Louis, calma! – ele pediu, sua voz rouca divertida e casual.

– Calma?! – ele teria rido do pedido idiota se não estivesse tão nervoso, e se suas pernas não tremessem tanto que pensava que cairia a qualquer minuto no chão – Zayn, você quase me matou de susto! – o moreno reprimia o riso a sua frente. Usava roupas pretas casuais, tal como sua expressão, e um cigarro perdurava em seus lábios rosados.

– Não era minha intenção, acredite. Mas foi engraçado. – Louis bufou, se aproximando do Malik cautelosamente.

– O que raios você faz aqui? – tornou a perguntar, respirando fundo duas vezes, se acalmando. A sua frente, os sons e as cores pareciam estar muito longe. O campo era deserto, iluminado apenas pela luz fraca que a luca cheia emitia.

– Estou em uma missão. – respondeu, e, se possível, os olhos do Tomlinson arregalaram-se mais ainda, passando de laranjas para melancias – Vim te buscar. – Louis teve um pequeno acesso de tosse, e bateu as mãos no peito tentando respirar normalmente mais uma vez. Quando se recuperou, soltou uma risada alta.

– Você está brincando, não está? – perguntou, sorrindo debilmente.

– Nops. – Zayn chutou a poeira – Harry pediu para que eu viesse te buscar.

O nome do garoto despertou subitamente seu interessa, e ele se xingou por isso. Não queria pensar nele, mas tudo relacionado ao de olhos verdes – inclusive suas esquisitices e psicomanias – o levava inconscientemente a se interessar. Não era algo que podia controlar, especialmente depois dos recentes acontecimentos, que envolviam ele e Harry em um armário.

– Por quê? – rebateu, ainda meio desconfiado, mas já tinha baixo a guarda há tempos. Zayn sorriu, aparentemente satisfeito.

– Ele quer que vocês se encontrem em um lugar aqui perto. – deu de ombros.

– Por que ele não veio pessoalmente, então? – seu lábio inferior estremeceu.

– Pergunte isso a ele. Não é longe daqui, eu prometo. – seus olhos pareciam sinceros, e Louis sentiu-se balançado. Se fosse, o que encontraria lá? Zayn estaria mesmo falando a verdade ou só era um bom ator? E seus amigos, o que pensariam de seu sumiço? Seria seguro?

Essas perguntas rondavam sua cabeça como vespas, mas, sem que pensasse direito, se viu puxando o celular do bolso, rezando para que ainda tivesse o número certo de Liam. Alguma coisa em sua vida tinha que dar certo, no final de tudo.

Surgiram uns problemas, tive que ir. Avise Niall. Desculpe, nos vemos amanhã x.

Respirou fundo, olhando para o moreno que ainda aguardava uma resposta. Não acreditava que estava prestes a fazer aquilo. Se perguntava internamente, onde havia ido parar sua consciência.

– Tudo bem. Vamos. – Zayn abriu mais o sorriso, andando até ele e colocando uma de suas mãos em seu ombro passar, em um toque rápido.

– Siga-me.

Começaram a andar para frente, no vasto campo, que parecia nunca acabar, mas Louis notou uma trilha formada no meio das ervas daninhas e da terra fofa. Provavelmente era uma área abandonada, frequentada pelos 'garotos maus', como Zayn e Harry. Sinceramente, Louis não estava se importando nem um pouco naquele momento. Provavelmente iria se arrepender no dia seguinte, mas o que tinha a perder? Sua sanidade? Seu orgulho? Ambos já haviam partido há muito.

Nenhum dos dois disseram nada durante todo o percurso. O garoto já conseguia ver o fim daquela trilha, que dava em uma parte mais isolada da cidade, com grandes casarões e ruas escuras. Zayn parecia não se importar com a escuridão, e a única luz visível era da ponta de seu cigarro.

Saíram do campo para uma calçada não pavimentada e cheia de buracos. O Malik ia na frente, saltando as protuberâncias com agilidade e graciosidade. Louis o invejou. Se tentasse fazer aquilo, o máximo que conseguiria era um dente ou um pé quebrado. Sua coordenação motora não era das melhores, e pareceu piorar com o passar do tempo.

Atravessaram a rua, e Zayn parou de súbito, quase trombando com o Tomlinson em suas costas. Este o fitou. Ele apontava para a frente, em uma casa particular. Parecia cair aos pedaços, afastada mais ainda de todas as outras, e atrás dela se seguia um campinho verde.

– Ele está ali. É só entrar e subir as escadas. – ele deu as costas – Até outra hora, Louis. Foi um prazer. – começou a se afastar, mas Louis o chamou.

– Zayn! – ele parou, se virando um pouco – Você não vem também? – perguntou, engolindo em seco. A ideia de permanecer com Harry em um mesmo ambiente, sozinhos, não lhe parecia muito boa, em todos os sentidos. Ele riu fraco, balançando a cabeça em negação.

– Ele me mataria se eu fizesse isso. Boa noite. – acenou e voltou a andar pela rua deserta, dobrando a esquina que não ficava longe dali e sumindo na escuridão.

Louis voltou-se para frente, ainda meio nervoso. O casarão tinha dois andares, mas sua estrutura parecia que desabaria com o mínimo sopro. Sua tintura estava descascando, e o portão, que parecia dar em um belo jardim, guardava caules com espinhos e flores murchas e secas. Parte da parede lateral não existia, e o cenário era perfeito para um cenário de terror. Não parecia combinar com Harry, mas, ao mesmo tempo, era a cara dele.

O garoto considerou a hipótese de sair correndo dali. Mas e depois? Não conhecia aquelas bandas, e acabaria perdido, sozinho, com medo e frio. Seu celular inútil já dava indícios de bateria fraca, e suas pernas estavam cansadas. Não chegaria muito longe, e depois ficaria com um enorme peso na consciência e perturbado. Sempre tivera o péssimo costume de pensar no 'E se?', e sua curiosidade era estupidamente gigante. Além de provar que era realmente um covarde de marca maior, correndo o risco de nunca mais ver Harry na sua vida.

Respirou fundo. O melhor seria entrar, de qualquer maneira. Poderiam apenas conversar, e se ele não se sentisse confortável, pediria para que Harry o levasse embora, simples assim.

Deu alguns passos hesitantes, chegando ao portão e o empurrando devagar. Este fez um barulho estranho e ensurdecedor. Louis realmente considerava a hipótese de estar em sonho louco, insano e aterrorizante, mas seguiu em frente mesmo assim. Já andara muito para voltar atrás, de qualquer maneira.

Continuou andando pelo sinuoso caminho de pedras cinzas, evitando os buracos e as lascas soltas. Não pretendia sair daquele lugar com uma contusão no tornozelo, sobretudo. A porta da frente se encontrava presa apenas por dois ou três pregos na dobradiça, de modo que o garoto pode se esgueirar por entre a fresta.

Tudo ali era destruído ou empoeirado. Ou os dois. Almofadas jogadas pelo chão, livros, tapetes e persianas rasgados, além de outros móveis não identificados. Parecia muito com uma casa vitoriana, sonho de consumo de Louis, diga-se de passagem. Porém, o tempo a castigara tragicamente, e, ironicamente, a única coisa que parecia ter sobrevivido ali era a larga e resistente escada que levava ao segundo andar. Ela parecia frágil, mas seus degraus estavam completamente intactos. Hesitante, Louis seguiu por ali.

A cada passo que dava, seu coração acelerava mais ainda. Não sabia se sentia medo do que podia encontrar ou do que não poderia encontrar. Ainda estava indeciso por seus sentimentos, mas sabia que não duraria muitos minutos em pé daquela maneira. Suas pernas estavam bambas e não sentia mais seus músculos. Mesmo assim, se forçou a subir tudo, e a pouca iluminação desapareceu pro completo, dando lugar a uma chama fraca de uma vela dependurada em um candelabro antigo. Aquilo era muito bizarro.

Era um corredor estreito, e parecia ter levado a muitos cômodos, mas agora apena duas portas estavam de pé, enquanto do restante, era possível ver a rua pelas paredes quebradas e pelos enormes buracos. Louis tinha a leve impressão de que uma queda daquele lugar machucaria um pouco. O corredor estendia-se até muito a frente, e parecia que o quarto principal tinha uma sacada, pois era possível ver entre o vão aberto. Não sabia o porquê, mas algo em sua mente o estava levando até o final. Seus pés se moviam por conta própria, e sua mente parecia derretida.

Seguiu por alguns minutos. Parecia ser enorme o corredor, e o final nunca chegava. Seus passos também não ajudavam, e sua respiração tampouco. Seus pulmões não absolviam o oxigênio escasso e mofado que inalava, e seu cérebro, em vez de ajudar, só repetia um único nome, que supostamente o esperava no final do túnel iluminado.

Quando estava quase se jogando pela janela mais próxima, avistou a entrada do último cômodo. Era maior do que das outras, e quando olhou dentro, surpreendeu-se. Ele estava completamente vazio. Os outros tinham mobílias quebradas, ou uma quantidade extremamente assustadora de pó, mas este estava imaculadamente limpo e vazio. Tinha uma parede circular, e um vão se abriu a frente, dando espaço ao que seria uma sacada, como Louis previra, mas esta não tinha o pequeno suporte de segurança, deixando-a totalmente aberta. Como uma casa da árvore de cimento.

E – surpreendentemente – lá estava ele. Tão lindo (e Louis nunca admitiria isso em voz alta) que parecia surreal.

Estava de costas, sentado na borda, com as mãos para trás e os pés em posição de índio. Olhava para frente, e não parecia ter percebido que o Tomlinson chegara, ou somente ignorava sua presença. Seus cachos agora estava jogados para todos os lados, conforme a brisa leve batia neles, uma headband os mantendo para trás e bagunçados. Isso o deixava apenas mais lindo. Sua camiseta tinha as mangas dobradas de qualquer maneira, e suas costas estavam curvadas. Mas, mesmo assim, era tão esplêndido que Louis poderia muito bem afirmar ser um anjo. Um anjo muito perturbador e muito tentador.

Ele parecia em paz. Não tinha aquela aura intimidadora de antes. Parecia quase... normal. Não que Harry fosse normal, mas não nesse sentido. No sentido de perturbar e muito Louis. Mas, ali, sentado, em silêncio, naquela casa abandonada, ele era apenas um garoto com seus vinte e tantos anos, que parecia ter vivido mais do que as pessoas da sua idade, e levava nos ombros o peso de um mundo. Como ele sabia? Louis sentia-se daquela maneira também, algumas vezes.

Caminhou devagar, em passos plumados, não querendo assustá-lo. Ele virou-se imperceptivelmente, e Louis podia jurar ter visto a sombra de um sorriso dançar em seus lábios. Seu rosto iluminado pela luz da lua era a cosia mais bela que Louis já vira na vida.

Ainda em silêncio, ele sentou-se ao lado de Harry, que se afastou minimamente para lhe dar espaço na parte mais sólida. Assim que se acomodou como ele, parecia que se esquecera como falar ou pensar. Somente de saber a presença ao seu lado, já se sentia intimidado. Como um adolescente e a primeira namoradinha.

– Você veio mesmo. – aquela voz rouca ainda lhe fazia estremeceu e arrepiar-se. Era suave e ao mesmo tempo firme. Não passava de um sussurro, mas Louis sentia como se ele tivesse gritado em plenos pulmões. Respirou fundo, ou se envergonharia de maneira tenebrosamente estúpida.

– É. Zayn quase me matou de susto. – aquilo era algo aceitável de se dizer, embora sua voz tremesse mais do que ele quisesse.

– Desculpe ele por isso. Ele nunca teve muito tato mesmo. – deu de ombros. Conversavam normalmente, como se não tivessem se agarrado em um armário doze horas antes. Louis atreveu-se a dar uma risadinha.

– Vocês se conhecem há muito tempo? – perguntou, antes que pudesse se reprimir. Viu os ombros do garoto se retesarem. Arrependeu-se por algum motivo da pergunta – Não precisa responder se não quiser. – disse sinceramente. Algo naquele garoto apenas o impelia a agir daquela maneira, a querer agradá-lo de todo jeito.

– Não, tudo bem. Nós... vivemos muita coisa junto. Ele foi o único que continuou do meu lado, mesmo depois de tudo. – sua voz era amargurada, nostálgica e triste, de certa forma. Louis sentiu-se triste, como se quisesse consolá-lo. Era um pensamento estúpido, sim, ele sabia, mas... era o efeito de Harry sobre ele.

– Eu entendo. – respondeu sinceramente – Niall e Liam também. Eu passei por tempos muito difíceis, sabe, e eu pensei que não podia encontrar mais ninguém. – sorriu, lembrando-se, mas logo se arrependeu do monólogo entediante – Ah, me desculpa. Eu começo a falar muito rápido e coisas aleatórias quando estou nervosamente, e acabo sendo muito chato. – suspirou, piorando tudo, mas, para sua surpresa, Harry riu baixo e roucamente.

– Não, está tudo bem. Eu gosto de te ouvir falar. – Louis deu graças a Deus por estar escuro, ou Harry veria o rubor que se espalhara por seu rosto – Eu te deixei nervoso? – uma centelha de sarcasmo sedutor estava presente, e a espinha do mais velho foi tomada por ondas eletromagnéticas.

– N-não. – “Parabéns, Louis”. O garoto se bateu internamente, enquanto Harry ria com humor, jogando a cabeça para trás. Isso fez com que o Tomlinson sorrisse involuntariamente. Porque ele tinha que ser tão lindo?

Desde que se entendia por gente, ou que se lembrava, nunca sentira isso por alguém. Lia nos livros e via nos filmes os protagonistas relatando o tão sonhado sentimento. Borboletas, frio, tremedeira. Pensava que tudo era uma grande baboseira. Amor? Pfft, não existia. Somente Deus era amor. Nunca sentiria aquilo por alguém. Por nenhuma garota, que dirá garoto. Mas o destino é um grande menino mau que gosta de brincar com as pessoas. Ali estava ele, se sentindo uma das adolescentes que tanto odiava. Se sentindo a Bella, e Harry era seu Edward. Era difícil admitir, mas, ao mesmo tempo, que queria sair correndo, queria ficar ali, sentado, para sempre. E isso fundia seu cérebro de uma maneira trágica.

O silêncio se instalou, e uma cigarra irritante cantava longe, em uma árvore. Não que fosse preciso, mas Louis queria preencher aquele silêncio com alguma coisa, mesmo que parecesse estúpida, ou ridícula. De repente, não tinha mais medo de parecer estúpido ou ridículo. Só queria ouvir a voz de Harry, fazê-lo rir mais. Ele era lindo calado, mas era maravilhoso falando.

– Sabe, eu não sei seu sobrenome. – comentou, tentando encontrar algum assunto, mas percebeu que era realmente verdade. O de olhos verdes ainda não lhe dissera seu sobrenome.

– É Styles. Harry Styles. – respondeu distraidamente.

Mas a verdade caiu em Louis como que um raio, o fazendo ofegar e depois parar subitamente de respirar. Tudo em sua volta parecia como uma gelatina, e o tempo era uma areia movediça escorrendo por seus dedos.

Ele levantou-se em um salto, e Harry o fitou confuso, virando todo o tronco em sua direção, enquanto esse se afastava, até bater com as costas na parede. Não conseguia piscar, e o oxigênio era escasso. Sua mente, antes parecendo derreter, agora pensava com toda a velocidade. Seu cérebro passava imagens e mais imagens, uma por cima da outra, como um filme em alta velocidade. Estava em todas as manchetes, todos os jornais, em todos os rádios, todas as revistas. Títulos berrantes, letras pretas e garrafais destacando.

Garoto drogado mata namorado em momento de insanidade.

Garoto que matou o próprio namorado será julgado por corte completa.

Mandado hoje para a prisão garoto gay que dilacerou namorado.

Harry Styles: culpado ou vítima de um vício?

Harry Styles foi sentenciado por quatro anos na prisão.

Nick Grimshaw e Harry Styles namoravam por cerca de quatro anos, relata mãe de Nicholas.

“Harry Styles parecia um ótimo garoto. Nunca pensei que ele fosse capaz de uma coisa dessas”.

Revoltados querem prisão perpétua de Harry Styles.

O crime que chocou o país.

Harry Styles.

Harry.

Styles.

Harry Styles.

A verdade viera como a tona, no final. Louis sabia que reconhecia aqueles olhos tão verdes e tão brilhantes. O vira em todos os noticiários do país. E, é claro. O aeroporto. Não sabia como fora tão burro a ponto de não reconhecê-lo. Por Deus, eles haviam se encarado! Um verde tão brilhante. Os cachos. O modo petulante e superior de andar. As tatuagens. O ar indulgente e sôfrego.

Louis se sentia um verdadeiro idiota. O medo tomava conta de si, e suas mãos tremiam, mas não da maneira anterior. Não da maneira que desejava. Ele se encolhia contra a parede, vendo em sua frente o assassino de apenas quinze anos que matara o namorado enquanto estava drogado. Deus, ele havia o deixado beijá-lo! Como pudera ser tão estúpido a esse ponto?!

– Louis. – sua voz o chamou de volta para realidade, mas seus olhos turvos não conseguia distinguir sua imagem.

– Você... como você... você... como você pode... – gaguejou incoerentemente, olhando para os lados desesperadamente.

– Louis, calma. – ele se levantou em um salto, indo em direção a ele, mas Louis reagiu instintivamente, repelindo-se.

– NÃO CHEGUE PERTO DE MIM! – berrou, e Harry não pareceu se incomodar. Seus olhos expressavam dor.

– Louis, por favor, me deixe explicar. – deu mais dois passos, estendendo a mão, mas Louis parecia quase atravessar a parede.

– SE AFASTE!

– Louis. – ele sussurrou seu nome, e o Tomlinson pareceu voltar a realidade por alguns instantes, tentando parar sua tremedeira – Eu não fiz aquilo. Me escuta, por favor. Eu. Não. Fiz. Por favor, me escuta, apenas. Me deixa te explicar. Porra, por favor. – seu murmuro atravessou todas as barreiras e defesas do garoto, e ele conseguiu apenas assentir minimamente – Eu não matei Nick.

– Mas... – ele gaguejou, mas Harry o interrompeu.

– Escuta, por favor. Eu não o matei. Foi um filho da puta homofóbico. Não estávamos voltando do cinema, e ele nos pegou. Nos levou pra um balcão. O desgraçado já tinha tudo planejado. Acho que ele tinha algo contra Nicholas, não sei. Ele nos pegou, e torturou a mim e a Nick. Foi horrível. Eu tenho algumas cicatrizes ainda. – ele ergueu parte da camiseta, e Louis pode ver, com certa dificuldade, uma linha prateada perto de seu baixo-ventre – Ele degolou Nick na minha frente, eu estava quase inconsciente, então não consegui fazer nada. Ele nos amarrou com uns panos, e eu vi Nick morrer na minha frente. Ele arrancou sua pele, seus membros, tudo. Depois, antes de ir, ele chamou a polícia e me drogou com heroína, injetando com uma seringa direto na minha veia, e depois chamou a polícia. Era o álibi perfeito. Eles me encontraram alegando 'denúncia anônima'. Fizeram os testes, e a droga ainda estava correndo em meu sangue. Óbvio que eu fui acusado. – ele parou, algumas lágrimas não derramadas brilhando no canto de seus olhos, e sua boca estava branca, e tremia. Louis não conseguiu não sentir um sentimento brotando em seu peito. Ódio. Ódio de quem fizera Harry passar por aquilo – Louis. – seu nome soava muito bem por seus lábios – Eu não fiz aquilo. Eu passei pelo maior inferno da minha vida, e eu só quero vingança. Quando eu te vi, naquele dia, no aeroporto, eu senti que precisava te ter. Foi instantâneo. Por favor, Louis. Só... tente entender. Eu vou deixar você ir depois. Não vou te obrigar a nada. – ele suspirou, se fastando e abaixando a cabeça.

Louis se endireitou aos poucos, seu peito, antes apertando, parecendo inflar duas vezes o seu tamanho. Ele se sentia quente, e, quando deu por si, seu rosto estava quente. Algo desconhecido tomou conta de cada célula sua, mas era algo bom. Ele queria abraçar Harry, protegê-lo. Queria se vingar por ele. Não sabia como, não sabia por quê. Apenas sentia. Ele suspirou fortemente, e Harry o fitou com expectativa. Ele deu um passo em sua direção, hesitante.

– Infelizmente, eu sou um idiota quando se trata de você. Por isso, não vou a lugar nenhum. – viu um sorriso dependurar-se nos lábios de Harry antes de fechar os olhos e sentir aquelas tão conhecidas e reconfortantes mãos em sua cintura. Ergueu os pés e colou seus lábios novamente, levando as mãos em seu pescoço.

Seria muito cedo para dizer que estava ferrado por estar se apaixonando por Harry Styles?

[N.A.] HEY!!!!11! PRIMEIRAMENTE, O SHOW FOI FANTÁSTICO, ELES SÃO INCRÍVEIS, AS FÃS SÃO INCRÍVEIS, TUDO FOI INCRÍVEL, FOI MARAVILHOSO, O MELHOR DIA DA MINHA VIDA, ELES SÃO PERFEITOS DE PERTO E O LIAM ACENOU PRA MIM E EU AINDA ESTOU PIRANDO, FAZ UMA SEMANA JÁ E EU AINDA SINTO TANTA SAUDADE E TANTO ORGULHO DELES QUE CHEGA A DOER MUITO!!!!!
Segundamente, acho que ninguém esperava que fosse o Zayn, né? HAHA PEGUEI VOCÊS :PP Mas enfim, esse capítulo foi um amorzinho. A fic evoluiu, e eu fiquei uns três dias planejando esse capítulo, eu imaginei cada pedacinho da cena, espero que tenham gostado tanto de ler quanto eu gostei de escrever. Desculpa por ter demorado tanto, e obrigada por quem esperou e leu! Comentem, votem, digam o que acharam :DD
Eu estou MUITO AFETADA POR LARRY ESSES DIAS, então esperem muitos feels para os próximos. Obrigada novamente, OBRIGADA POR TODOS OS COMENTÁRIOS, JÁ DISSE QUE VOCÊS SÃO FODAS E EU AMO VOCÊS?????? EU AMO MUITO VOCÊS GUYS luv so much all xoxo kisses :*

P.S.: maior capítulo, definitivamente, e dessa fez é sério. Juro. [/N.A.]

Unholy (Larry Stylinson AU Religious!Louis)Onde histórias criam vida. Descubra agora