It is what it is

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[N.A.] Hey hey, meus unholers! Assim como a inteligentíssimo MilleNogueira me sugeriu em um dos comentários (que eu deveria criar um nome para os fãs da fic), eu inventei um nome mega criativo e ridículo para chamar todos vocês, que moram no meu coração. Sério, agora eu realmente me sinto importante, sabe, como as autoras das fics mais perfeitas que eu sempre li. Isso é incrível, eu não consigo descrever o sentimento e a emoção que eu sinto com isso!
Agora vamos falar da PORRA DOS 68 COMENTÁRIOS DO CAPÍTULO ANTERIOR!!!11111!!! VOCÊS SÃO TOTALMENTE INCRÍVEIS, EU APENAS MORRI QUANDO ENTREI NO MEU EMAIL E VI TRÊS PÁGINAS SÓ COM ATUALIZAÇÕES DE NOVOS COMENTÁRIOS, VOCÊS ME PROPORCIONARAM A MELHOR SENSAÇÃO DO MUNDO, PUTA QUE PARIU, EU AMO DEMAIS VOCÊS, VOCÊS SÃO ABSOLUTAMENTE INCRÍVEIS E FANTÁSTICOS E EU AMO ESCREVER A FIC E VER QUE ESTOU TENDO TANTO RECONHECIMENTO, LER SEUS SURTOS NOS COMENTÁRIOS QUERENDO ME MATAR E ME ABRAÇAR, EU SIMPLESMENTE FICO SEM PALAVRAS PARA TUDO ISSO, OBRIGADA, REALMENTE MUITO OBRIGADA POR TUDO, MEUS UNHOLERS!!! Okay, surtei demais, nos vemos no final <3 [/N.A.]

3º P.O.V.

O segundo era ainda melhor que o primeiro, era o que diziam. E eles estavam realmente certos quanto a isso. Parecia que, na primeira vez, é como um teste. Você está apenas testando o seu alvo, adquirindo informações. Já na segunda, você já está acostumado. Não tem aquela pressa de explorar, e sim aproveitar o momento, desfrutar.

Era apenas nisso que Louis pensava quando seus lábios grudaram pela segunda vez.

Pareciam ser feitos um para o outro, mesmo que isso soasse extremamente clichê. Mas Louis gostava de clichês, então estava tudo bem. A diferença de altura entre eles era significativa, então erguer a ponta dos pés era algo instintivo. Tal como um fetiche, suas mãos voaram no primeiro segundo para seu pescoço, embolando-se entre aqueles cachos bagunçados, um dos dedos brincando com a headband. Louis simplesmente se apaixonara por aqueles cachos, e pelas suas íris verdes, obviamente, mas, como estavam ambos de olhos fechados, o garoto se contentava com o cabelo passeando pelas fendas de seus dedos.

Começou com um beijo singelo e calmo, mas Harry Styles já se mostrara um garoto que, além de impaciente, não gostava de coisas muito calmas. Não tardou para que suas línguas entrassem em contato, causando um choque instantâneo, fazendo Louis gemer roucamente. Não era sua intenção, mas já parecia óbvio de que nada do que fazia era intencionalmente quando se tratava de Harry. Elas dançavam em um ritmo intenso e cheio de fogo, mas, ao mesmo tempo, moldando lentamente, como ferro quente resfriado com água. Parecia inquebrável. Inabalável. Parecia quase certo.

Seus lábios moldavam-se perfeitamente. Louis, que pouco beijara em sua vida, tinha certeza de que não precisaria provar muito para garantir que o beijo do Styles era o melhor do mundo. Era viciante. Era quente. Era perfeito. Sim, perfeito. Essa era a palavra exata que descrevia o momento, o beijo, o próprio Harry. Perfeito. Estava tudo perfeito, até demais.

Já para Harry, que provara de tudo um pouco naquele mundo, decidira definitivamente que Louis fora o melhor que já provara. O garoto inocente lhe despertara um desejo intenso e até então desconhecido. Um sentimento de posse tomara conta de seu corpo. Ele queria aquele garoto de olhos azuis como o mar e de feições perfeitas. Harry até mesmo se assustara com a intensidade daquilo. E, quando o beijara pela primeira vez, sabia que ficaria viciado em Louis. E não estava errado. Seu beijo era calmo, inseguro, mas, ao mesmo tempo, repleto de uma paixão furiosa escondida por baixo daquele muro de bom-senso. Harry queria que Louis despertasse. Que ele acordasse e que libertasse seu lado mais animal. Aquele que o garoto tinha certeza que o desejava com toda a sua força. Seu toque era suave e ao mesmo tempo agressivo. O modo que ele puxava seu cabelo apenas o deixava... enlouquecido. Seus lábios tinham um gosto agridoce, e moldava-se perfeitamente em suas mãos. Sua cintura, principalmente. Harry apenas enlouquecia com sua cintura. E sua bunda, logicamente. Parecia que fora feita para ser apertada. Para ser apertada por ele. Aquele garoto tinha tudo para deixar qualquer um insano. Harry o queria mais que tudo. Mais do que – e nunca admitiria isso em voz alta, mas ele não ficaria sabendo, de qualquer maneira – um dia já desejou Nicholas. Sentia-se culpado por isso. Mas ele estava morto. E ficaria contente por tentar seguir em frente sem ele. Mesmo depois de tudo.

Seguiram com o beijo avassaladoramente. Harry segurava Louis firmemente por sua cintura, ou o garoto já teria ido por chão. Uma de suas mãos passeava pro suas coxas e suas laterais, despertando um fogo desconhecido e incômodo no Tomlinson. Este não tinha ideia do que estava acontecendo, mas, de alguma maneira, tinha certeza que estava gostando. E não gostava de gostar.

Beijaram-se por incontáveis minutos, que passaram como segundos. Infelizmente, o ar fez-se necessário, e separaram-se devagar, colando suas testas, sentindo a respiração descompassada e arfante um do outro. Louis desceu os pés lentamente, não desgrudando, no entanto, de seu peito, enquanto recebia um beijo na testa de Harry. Naquele momento, poderia ter morrido, definitivamente.

– Você é meu, Louis. – Harry sussurrou em sua orelha, o fazendo arrepiar até a alma. Sua voz era rouca e sexy, mas, ao mesmo tempo, parecia quase... carinhosa – Queira você, queira não. Não há mais volta.

Louis não sabia como responder. Sabia que era errada, sentia que era errado. Mas, algo em seu âmago queria ser de Harry. Queria pertencê-lo, queria ter suas mãos passeando por seu corpo, queria seus lábios grudando em cada espaço livre de sua pele, queria ser marcado, queria senti-lo. E, naquele momento, queria se matar por pensar tais coisas.

– Eu preciso ir. – aquela voz roucamente angelical lhe tirou de seus pensamentos pervertidos, e ele corou, sentindo uma pontada de decepção cutucar-lhe ao ouvir aquelas palavras – Mas nos vemos hoje a noite. – completou, e sua felicidade, com a mesma velocidade que foi, voltou. Sorriu abertamente, não se importando em parecer com um idiota.

– Por quê? – perguntou inocentemente, se arriscando a brincar com um fiapo da blusa de Harry que estava solta. Este riu baixo.

– Nosso encontro, lembra? – o estômago de Louis caiu, gelando. O encontro! Havia se esquecido completamente!

– Claro. – engoliu em seco, torcendo para que sua voz não o traísse. Harry pareceu não perceber nada, depositando outro beijo no alto de sua cabeça e desfazendo – para a infelicidade de Louis – o abraço que os entrelaçava ainda – Até mais tarde, babe.

Soltou sua cintura, e o mais velho sentiu um vazio inesperado. Ele andou calmamente com as mãos no bolso pelo vão da porta, e olhou apenas uma vez para trás. Seus olhos brilhavam e um sorriso pendurava em seus lábios. Seguiu, sumindo na escuridão, como se esta o envolvesse. E foi.

Louis ficou ali, parado, como um idiota. Sorrindo como um. Agindo como um. Ainda não consegui acreditar no que havia acontecido. Entorpecido, puxou o celular do bolso. As horas haviam passado muito mais rapidamente do que sequer notara. Eram quase quatro da matina. Niall e Liam deveriam estar loucos de preocupação. Rosemare também. Mas, surpreendentemente, não conseguia se importar naquele momento. Tudo que pensava era como seus lábios se moviam em conjunto, na sensação, na emoção, no sentimento.

Ao mesmo tempo, sua parte racional tentava acordá-lo daquele transe insano. Era errado. Era imundo. Não era certo, principalmente para o garoto. Como conseguiria seguir daquela maneira? Como viraria diácono, padre? Como sequer entraria para os noviços? Estava agindo com total erroneidade à Palavra de Deus. Estava desrespeitando Seus mandamentos, Suas ordens.

Aquilo fora como um balde de água fria em sua cabeça, cuja qual ainda sentia o peso dos lábios suaves de Harry. Parte de si pensava no quanto era bom e a outra parte só conseguia pensar do quanto era errado.

Decidiu sair daquela casa. O calor humano que Harry transmitia havia desaparecido do ar, e não tinha mais motivos para permanecer ali. Com os passos bambos, caminhou até a saída, tomando cuidado com as aberturas na parede. De repente, tudo parecia mais lindo. As rachaduras na parede, o modo como a lua refletia a sombra da copa contra o chão. E para completar, um sorriso estúpido se recusava a sair de seu rosto.

Provavelmente usou todo o restante dos seus poucos neurônios para se concentrar em equilibrar-se sobre a escada, dando meio passo de cada vez. Não confiava o suficiente em sua própria coordenação motoro, principalmente depois do ocorrido. Ainda mais quando não sentia suas pernas, e o sangue bombeado rapidamente parecia ocupar apenas a sua região facial, de tanto que estava corado. Aparentemente, esse era um dos efeitos que Harry Styles era capaz de exercer sobre si.

Com sucesso, chegou ao hall destruído de entrada, e, ao sair para o jardim de plantas mortas, respirou aliviado o ar puro, sentindo uma brisa fria bater contra seu rosto. Aquela sensação nunca lhe pareceu tão boa.

Andando pela rua deserta, escutando ao longe, bem ao longe, ruídos que deveriam ser o fim da quermesse, pensava sobre tudo. Sua cabeça era uma máquina irriquieta, os pensamentos indo e vindo rapidamente, mas, surpreendentemente, conseguia organizá-los perfeitamente, entendo todos e refletindo sobre essa enxurrada de informações.

Não conseguia acreditar que faziam apenas quatro dias que havia chegado. Sentia como se fossem quatro meses, na verdade. Conhecera Zayn no primeiro dia. Conhecera Eleanor. Inconscientemente, conhecera Harry também. Conhecera Rosemare, que bondosamente lhe deu um quartinho em seu sobrado, e até aquele momento o garoto ainda não entendia o porquê. Não era do tipo 'rostinho confiável', mas a senhora severa parecia confiar-lhe plenamente. No segundo, conhecera Stanley. Conhecera Francesco, e ainda tinha medo do senhor barrigudo de facete desconfiado. Encontrara Harry pela primeira vez. Quase fora assediado em seu próprio quarto, e nunca admitiria em voz alta que fora a melhor sensação da sua vida, afora a noite de hoje, óbvio. Haviam muitas coisas que Louis nunca admitiria em voz alta. As vezes achava que esqueceria como falar se continuasse falando consigo mesmo internamente.

No terceiro dia, fora rever Niall e Liam. Também fora o dia em que ficara pensando todos os minutos sobre o 'encontro com o desconhecido de olhos verdes'. Em toda sua vida, nunca se arriscara tanto quanto naquele momento. Aceitando sair com um desconhecido. Um homem desconhecido. Já passara por várias situações de perigo, mas aquilo era quase... insano. Porém, sentia-se mais vivo do que nunca. A insanidade havia tomado conta de si.

Era muito cedo, mas os vestígios dos primeiros raios solares começaram a aparecer. O céu deixara aquele azul escuro, assumindo um tom mais clareado, e pequenas nuvens se abriam no topo. Tudo parecia ir de acordo com o humor do Tomlinson. E, naquele momento, se tratava de radiante barra incontingente.

Sabia que não encontraria nenhum ônibus sequer, então decidiu se dispor a andar todos os quarenta e dois quarteirões até a pequena confeitaria. Seu espírito estava tão leve que nem se incomodava em pensar na dor dos calos que criaria com a pequena caminhada. Para ele, tanto faz, como tanto fez. Não estava pensando em nada no momento, o que era um verdadeiro milagre.

Lembrou-se de que seu celular estava no bolso, e o puxou, vendo se tinha algum mínimo vestígio de bateria. Ainda se salvava algumas poucas centelhas de energia, então resolveu verificar as possíveis 14 mensagens de Liam que tinha. Assim que o menu apareceu, as mensagens caíram, mas não eram 14. Eram 22.

Ok.

Lou, você vai demorar?

Niall, sumiu com aquela garota, estou sozinho :(

Lou?

Lou, responde.

Eu vou chamar a polícia.

LOUIS!!

Isso não tem a menor graça.

Niall está tão desesperado que está comendo a própria mão, responde logo.

Se você não responder em trinta minutos, eu vou ligar pro IML.

É sério, eu estou preocupado.

Olha aqui, seu filho da puta, responde logo.

Você morreu?

Looooooouis.

Gay.

Eu te odeio.

Responde logo, por favor.

Tá, sua bateria pode ter acabado, é totalmente normal.

Ou não.

Louis.

RESPONDE LOGO, EU ESTOU DESESPERADO.

Tudo bem, estou acionando os bombeiros. Ligue-me se estiver vivo.

Louis gargalhou para o vento. Liam era realmente desesperado, dramático e impaciente. É claro que o garoto não sentiria o celular vibrando com as mensagens. Estava ocupado demais, claro. Além do que, provavelmente o teria desligado, mas não se lembrava. De qualquer maneira, conhecendo o amigo, ele teria mesmo ligado para os bombeiros em uma hora dessas. Olhou para o relógio. Quase 5 da matina. Liam ficaria muito puto consigo?

O telefone tocou uma vez e meia antes de ser atendido por um berro ofegante e desesperadamente alto:

LOUIS?!

– Calma, dude, sou eu. – prendeu o riso. O Payne o mataria da próxima vez se risse naquela hora.

VOCÊ IDEIA DA PREOCUPAÇÃO QUE EU PASSEI?! UMA MENSAGEM, UMA LIGAÇÃO, CARTA, QUALQUER COISA! – gritava Liam, mas Louis não conseguia se ofender, apenas criava uma vontade imensa de dar risada.

– Okay, me desculpa. Sério. – o ouvir respirar do outro lado.

Tudo bem, onde você foi? Onde estava? Com quem estava? – bombeou as perguntas.

– Conto outra hora. – sorriu maldosamente. Não fazia parte de sua personalidade torturar as pessoas, mas aquilo era uma grande exceção à regra.

O QUE?! LOUIS WILLIAM TOMLINSON, VOCÊ NÃO VAI...

– Tchauzinho, Payno. – cantarolou, desligando na sua cara. Sabia que depois, provavelmente seria exorcizado pelo garoto, mas não se importava. Queria guardar segredo. Queria que aquele momento pertencesse somente a ele, pelo menos por enquanto. Tal como Harry, não queria dividir suas memórias com ninguém mais. Era egoísta, sim, mas um pecado, um a menos, que diferença fazia? Exatamente.

Quarenta e duas quadras, pés doendo e um sorriso idiota na cara depois, Louis chegou ao seu destino, constatando que nem eram seis da manhã ainda. Provavelmente Rosemare estava acordada, e o questionaria sobre sua noite, mas poderia inventar qualquer desculpa. Ou apenas diria que perdeu a noção do tempo e passou a noite com um “amigo”. Não era uma mentira em toda, afinal. Não sabia o que ele e Harry eram, por enquanto. Pensar nisso lhe causou arrepios, questionando-se se não estava indo rápido demais.

Puxou as chaves no bolso, e, com cuidado, abriu as portas do fundo, que davam no corredor da cozinha. Duas luzes estavam acesas, e era possível ouvir o som da água correndo pelo cano do chuveiro. Respirou fundo. Entrou, pé-ante-pé, segurando o molho em seus dedos para quem não chacoalhassem. Puxou as escadas do alçapão, subindo e puxando-as com uma velocidade impressionante. Quando já estava seguramente em seu quarto, se jogou na cama, sorrindo abobadamente para o teto. Não conseguia parar de repassar cena por cena em sua mente, e ainda teria o encontro com ele mais tarde. Aquilo era demais para seus pobres sentimentos. Por mais que custasse a acreditar na versão de Harry, decidiu lhe dar um voto de confiança. Todos mereciam uma segunda chance, e com certeza o Styles estava procurando pela dele.

Fechou os olhos por um instante, mas os abriu rapidamente, saindo do colchão em um salto. Se dormisse naquele momento, provavelmente só acordaria de tarde, e queria ajudar Rose, pelo menos um pouco, para não passar uma imagem de falso agradecimento para com ela.

Tirou a roupa, largando-as em cima do criado-mudo, e correu para o banheiro, acendendo as luzes e ajustando para o morno. Nem tão quente, para não adormecer, e nem tão fria para não morrer com hipotermia.

A água caindo sobre seus ombros era demasiada relaxando, e aos poucos o cansaço foi passando, dando lugar a dor física das quarenta e duas quadras, e a sensação de felicidade plena. Não se sentia assim desde... bem, nunca se sentira assim antes.

Ao sair, vestiu alguma roupa mais velha, e desceu, agindo normalmente como se tivesse dormido uma bela noite de sono e resolvera acordar de boníssimo humor. Ao chegar no balcão, viu as janelas abertas e Rose tomando café distraidamente, com sua postura ereta e seu café fumegante.

– Bom dia, dona Rose. – a cumprimentou educadamente, pegando uma xícara de chá em cima do fogão e algumas rosquinhas do pote, se sentando ao seu lado.

– Oh, bom dia, Lewis. – o garoto franziu o rosto, mas resolveu não corrigi-la. Muitas pessoas erravam seu nome, de qualquer maneira – Não ouvi você chegando. – comentou.

– Sim, eu entrei com cuidado. – enrolou, ainda assim dizendo a verdade – Cheguei há pouco tempo, na verdade. – meia-verdade agora.

– Entendo. Foi boa a sua noite? – mostrou-se ligeiramente interessada, terminando de comer o que parecia ser um pão doce.

– Maravilhosa. – sorriu abertamente – Fiquei com alguns amigos, passeando pela quermesse. E a da senhora? – retribuiu a gentileza, apoiando-se nos cotovelos.

– Ah, nada de muito emocionante. – abanou a mão em indiferença – Apenas mais uma noite cansativa com minhas amigas do grupo dominical. Tivemos que fechar todas as barracas depois, foi uma bagunça e tanto.

– Entendo. – riu de leve.

– Bem, vamos ao trabalho. – pegou um guardanapo, limpando as mãos e colocando o avental por cima do vestido branco longo – Suponho que tenha alguns assuntos para resolver, então pode ajudar na cozinha na parte da manhã e está livre o resto do dia.

– Oh, muito obrigada, senhora. – agradeceu verdadeiramente – Vou sair com um amigo hoje de noite, para, sabe, colocar o assunto em dia. – mordeu o lábio – Espero que não tenha problema para você.

– Que nada, fique a vontade. – deu de ombros, indo para a geladeira e pegando algumas massas e bastões de recheio de glacê cremoso.

Louis sorriu, colocando o outro avental e começando a enfeitar os bolinhos. As oito em ponto, Rosemare abriu a loja. Esta era realmente muito famosa na região, muitas pessoas iam ali para comer seus famosos bolinhos, ou para tomar um bom chá fumegante.

A manhã passou rapidamente, e Louis se sentia ansioso, mordendo os lábios ou mexendo nos dedos inquietamente. Depois do almoço, Rose o dispensou definitivamente, e o garoto só faltou voar para cima. Precisava escolher uma roupa decente.

Sentia-se realmente como uma adolescente no primeiro encontro. Nenhuma de suas roupas – nem suas melhores – parecia ficar boa em si, e pareciam criar uma espécie de defeito na última hora. Provavelmente terminaria com seus TOMs velhos, sua calça de malha preta que dobrava ridiculamente até os tornozelos e alguma camiseta de banda sem graça. Apenas seu cabelo salvava naquele dia. Decidindo colaborar com os ânimos do garoto.

Entre seus dedos, segurou o pequeno crucifixo entre os dedos. A velha dúvida voltou. Seu estômago estava estupidamente revirando. Como poderia sequer se sentir feliz daquele jeito? Será que não poderia apenas curtir o momento com uma pessoa legal em um encontro?

Sua ficha ainda não tinha caído, de qualquer maneira. Ele tinha um encontro. Depois de tanto, tanto tempo, ele finalmente tinha um encontro. Passados tantos anos, pensara que seu 'novo' primeiro encontro seria com alguma garota legal, sabe, delicada. Eles tomariam sorvete, veriam o pôr-do-sol, depois ele a levaria para casa e depositaria um beijo em seus lábios. Mas é claro que o destino nunca tramaria planos para lhe ajudar. Porém, era como diziam, não? “Deus escreve certo por linhas tortas”.

No caso, as linhas eram bem tortas. Haviam se beijado primeiro (leia-se dado um amasso), enquanto o garoto nem ao menos sabia seu nome. Ele era um garoto. Era do sexo masculino, e tinha os olhos angelicais e os lábios para o pecado. Depois, este lhe chamara para sair. Não sabia onde, nem como, nem o que viria a seguir. Ele era um ex-presidiário, o que, tecnicamente, não conta como “charme adicional”. Mas acontecera. Aquilo era o que era. Não tinha como voltar atrás. Ele tinha um encontro dali algumas horas com Harry Styles. O que sabia sobre ele, além das manchetes de jornal? E é claro, havia Anne.

Louis havia sido esperto o bastante para não associar os nomes as pessoas, mas não estava realmente surpreso com isso. Seu cérebro trabalhava no modo não-avançado, de qualquer maneira.

Eles eram incrivelmente parecidos. Os mesmos olhos, as mesmas características. E Harry estava uma gracinha naquele quadro da sala de estar. Não sabia o que acontecera, na verdade, não sabia de praticamente nada, mas parecia não considerar o filho mais novo. Todos tinham um passado, não é mesmo?

Não é como se importasse realmente. Aquele dia, aquela noite era o que realmente tinha espaço no quesito “mega importante” da mente confusa do de olhos azuis. Eles estavam mais brilhantes no espelho, e seus lábios estavam dormentes por sorrir demais. Ainda sentia o peso e o gosto daqueles lábios avermelhados nos seus. Ainda sentia suas mãos sobre sua cintura. Aquilo realmente era o que era. Não tinha volta. Estava cansado de se arrepender do que nunca fizera. Poderia sofrer no futuro, mas, naquele instante, decidiu que, definitivamente, iria se arrepender do que estava prestes a fazer. Do que seria, e não do que poderia ter sido.

[N.A.] I'm come back, bitches. Esse capítulo foi ao mesmo tempo fofinho e meio inútil, seriviu para mostrar os pensamentos e as emoções sentidas pelo Lewis.
Antes que alguém venha perguntar ou dizer que não está entendendo porra nenhuma, eu escrevo assim de propósito. Tanto o Harry quanto o Lou tiveram passados horríveis, e isso criou várias personalidades em ambos. Haverão momentos em que o Harry será cruel, indiferente, sem coração, assim como haverão momentos em que ele será mais gentil, atencioso, romântico. Tal como o Louis, que se sente confuso em relação a tudo, em algumas horas ele se entrega totalmente e em outras ele vai se renegar a tudo, entendem? Nenhum dos dois vai ter especificamente uma personalidade, isso é a essência da fic, recriar emoções, sentimentos, confusão, então não se surpreendam ao ver surtos bipolares deles de vez em quando :DD Whatever, comentem o que acharam, pirem, surtem, me deixem vomitando arco-íris e nadando nas minhas lágrimas. Vocês são demais, lembrem-se disso ;) Até semana que vem, unholers, kisses xoxo [/N.A.]

Unholy (Larry Stylinson AU Religious!Louis)Onde histórias criam vida. Descubra agora