Take me to the church

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[N.A.] Esse capítulo ficou grande pra caralho, eu não pretendia isso. Mas enfim. Olá.
Desculpem a demora, eu tenho uma coisa chamada Minha Escola Acha Que Eu Não Tenho Vida. Ontem eu tive reposição de inglês, e mil listas e trabalhos e acabou gerando isso. Me desculpem mesmo. Mas prometo fazer uma att dupla, e até terça eu posto o outro.
Esse capítulo ficou uma gracinha, sério. Eu tinha esse final planejada há um tempo, não sei se ficou bom. Particularmente, eu acho que não, porque eu não consigo gostar dos meus smuts, mas, vocês que veem. Tentem não me matar *blushing*
Enfim, era isso. O título MAIS QUE MARAVILHOSO é uma música do Hozier, de mesmo nome, da qual eu estou viciada e apaixonada. Escutem, tem MUITO a ver com Unholy. O clipe também, ele me fez chorar!
Outra coisa que me faz chorar são vocês. Juro, eu odeio vocês. E amo muito. Amo pra porra. Os comentários, os elogios, no facebook, twitter, por aqui, cada um deles tem um lugar especial no meu coração. Isso é incrível, tudo isso faz parte de mim, e eu amo. Eu amo vocês, amo Unholy, amo escrever, vocês deram vida ao meu sonho. E eu sou eternamente grata por isso.
Btw, 100k está chegando e o capítulo especial também, yeeeeah! E sobre o Q&A, eu estou pensando se vou fazer, darei mais informações futuramente. Vou deixar o vídeo de TMTTC ao lado, vejam e morram. E morram de novo. Não quero ninguém tentando me matar!
Desculpem a demora mais uma vez.
Steal My Girl? Não me sinto muito bem para surtar, aquele clipe acabou com todos os sentimentos que me restavam. I can't do this anymore. I HATE ONE DIRECTION bc I love them so fucking much. That's it.
P.S.: meu note me odeia, e o Firefox não está mais funcionando nele. O Google Chrome não posta os capítulos na formatação certa, e só me restou o Opera. Algumas pessoas no grupo reclamaram de não terem recebido a notificação de att, eu não sei porque, mas supus que esse seria um dos motivos. Realmente me desculpem, até que eu arrume ou compre outro, não tenho outra saída. [/N.A.]
 
3º. P.O.V.
 
Louis não poderia estar mais feliz. Assim que Harry aceitou seu pedido, o garoto só faltou explodir em mil fogos de artifício. Aquilo era tudo que ele sempre quis. Havia, sim, o medo. Infelizmente, Louis ainda ligava – e muito – para o que as pessoas pensavam. Quando ele entrasse no templo, não sabia o que viria a seguir. Com que olhos as pessoas o fitariam. Acusadoramente, claro. Falariam coisas, talvez piores que Liam lhe disse. Louis ainda tinha medo, mas ele também sabia que, enquanto tivesse os dedos de Harry entre os seus, lhe segurando, estaria tudo bem. Ele não se deixaria cair. Harry não o deixaria cair.
 
Aninhados no sofá, o menor decretou que nunca mais sairia daquela posição. Estava acomodado entre os braços de Harry, embolados desajeitadamente no sofá pequeno demais para ambos. Suas pernas formavam um bolo sobre as cobertas, e seus pés se chocavam carinhosamente vez ou outra. A temperatura havia decaído um pouco, e Harry colocara qualquer coisa na TV, acariciando distraidamente o cabelo de Louis com a ponta dos dedos. Um manto sonífero enroupava o pequeno Tomlinson, que ressonava cada vez mais suavemente, quase entregando-se completamente. Não queria dormir, sobretudo. Queria aproveitar cada momento com Harry. Tinha um histórico bem grande, e não sabia até quando as coisas seguiriam perfeitamente bem daquela forma. Preferia não arriscar, sobretudo. Cada segundo era precioso para ele.
 
Harry desviou os olhos da tela, que passava uma série policial qualquer, para Louis, observando o garoto piscar lentamente e disfarçar um pequeno bocejo. O cacheado pensou que nunca mais veria uma cena tão linda e única quanto aquela. Mas ele era suspeito para dizer. Qualquer cena que contivesse Louis era única para ele. Se pudesse, fotografaria todas elas. Faria álbuns e mais álbuns, apenas para apreciar seu Louis por um pouco mais de tempo.
 
– Hey, pequeno. – sussurrou contra seu ouvido, o ouvindo soltar um suspiro e algo como um ronronar – Pode dormir. Eu te acordo mais tarde, quando Niall chegar. – disse baixo e suavemente, percorrendo a ponta dos dedos sobre seu ombro e braço. Louis se aconchegou mais – se possível – agarrando-se contra o peitoral de Harry e ressonando.
 
– Não quero dormir. – soltou um bocejo involuntário – Vou esperar Niall chegar. – brincou com a gargantilha no pescoço do outro. Harry sorriu.
 
– Teimoso. – depositou um beijo sobre sua testa. Louis era precioso demais. Automaticamente lembrou-se de mais tarde, e ficou preocupado. O garoto era demasiado sensível para críticas e ofensas. Tinha medo do que poderiam fazer com seu pequeno. Não se importava se estavam na Igreja, Harry mataria o primeiro que fizesse Louis chorar – Está tudo certo para hoje? Não quero te pressionar a nada, Lou. – perguntou, e Louis assentiu levemente.
 
– Só se estiver tudo certo para você. – deixou um beijo por cima do tecido – Eu quero isso, Harry. Eu estou pronto. E não me importo com o que as pessoas vão pensar. – era mentira, claro, e ambos sabiam daquilo. Mas preferiam deixar como estava. Harry estava orgulhoso de ver que Louis estava mesmo se esforçando por ele, e Louis estava tentando desesperadamente se convencer daquilo.
 
Caíram em um silêncio agradável, tomado apenas pelo som da televisão ao fundo. Louis se deixou fechar os olhos, e Harry ficou olhando-o descansar. Aquilo era infinitamente mais interessante que um programa qualquer, afinal.
 
Para Louis, pareceu que foram apenas minutos, mas uma hora depois, acordou sozinho no sofá. A primeira coisa que sentiu foi frio. Não o frio costumeiro de quando a temperatura está baixa, ou quando bate um vento muito forte. Era o frio de estar sozinho. Seu coração se apertou ao não mais sentir os braços de Harry lhe rodeando, zelando seu sono. A dor foi tanta que ele mal conseguiu respirar por alguns instantes. Mas, então, ouviu sua voz rouquejada vinda da cozinha, e suspirou aliviado.
 
E aquilo lhe assustou.
 
Louis estava completa e totalmente dependente de Harry. Alguns segundos sem tê-lo por perto eram como uma eternidade, uma escuridão sem fim. Uma noite sem estrelas. Harry parecia ser seu oxigênio. Seu satélite natural, sua órbita. Não conseguia mais viver sem ele, longe dele. Sem sentir seu toque, seu cheiro. Estavam unidos por bem mais que um sentimento. Era algo muito mais profundo e complexo. Bastaram apenas alguns meses, e Louis já estava inexplicavelmente entregue ao garoto de cabelos encaracolados.
 
O garoto suspirou, esfregando os olhos e focalizando. A TV estava desligada, e haviam vozes na cozinha. Baixas. O Tomlinson reconheceu apenas a de Harry – ele sempre a reconheceria, afinal. A outra só podia ser de Niall. Zayn, talvez. Estavam muito baixas. Ele bocejou novamente, estralando o pescoço.
 
– Harry? – chamou baixo, e em questão de milésimos, lá estava ele, mais que depressa, atendendo como um cão de guarda, o soldado que protegia seu rei.
 
Os dias se passavam, e Louis nunca se acostumaria ao vê-lo. Estava parado perto da bancada, o peito subindo e descendo tranquilamente. Os cachos estavam jogados para todos os lados, desalinhados, e ele era tão lindo quanto um deus grego. Louis sabia que, certamente, já havia dito aquilo – milhões de vezes – mas Harry era perfeito. Sua boca avermelhada estava convertida em um sorriso singelo, e seus olhos, suas esmeraldas, estavam brilhando de carinho. De adoração. Eram tão lindas que Louis perdeu o fôlego. Havia amor nos seus olhos. Havia emoção. E aqueles olhos estavam direcionados unicamente para ele. Não importava quanto tempo passasse, seria sempre a mesma expressão. Era como um artista admirando sua melhor obra-prima. Era como Romeu admirando sua Julieta. Era o cego vendo pela primeira vez. Era o encontro de dois amantes apaixonados.
 
O Tomlinson o encarou, desnorteado. Seu coração falhou uma batida, e ele sorriu trêmulo. Harry se aproximou, por fim, colando seus lábios contra sua testa. Onde ele tocou, deixou um rastro de fogo. O toque era familiar, e Louis sentiu-se completo novamente. O vazio que havia se instalado fora preenchido por Harry, e sempre seria assim. Metade de Louis era Harry.
 
– Devia ter dormido mais um pouco, doçura. Niall e Zayn acabaram de chegar. – o menor esticou o pescoço, vendo a silhueta magra de Zayn encostado em um dos bancos. Ele assentiu, com um bico.
 
– Não queria ter dormido. – se pôs de pé rapidamente, perdendo o controle por um instante. Harry o segurou pelo cotovelo, rodeando sua cintura e o apoiando sobre ele. Louis corou, sacudindo a cabeça e bocejando mais uma vez. O céu do lado de fora começava a escurecer.
 
– E eu não me importo. – Harry cantarolou, rindo baixo quando Louis lhe deu a língua. Os dois seguiram para a cozinha, e Niall soltou um grito escandaloso ao ver o amigo, que fez uma careta.
 
O louro se atirou contra o corpo pequeno, quase levando os dois para o chão, e Harry resmungou alguma coisa. Zayn e Niall riam, enquanto Louis exclamava alguns “Niall!” e “Socorro”. Mesmo assim, abraçou a cintura do amigo, afundando seu rosto contra seu pescoço, sorrindo. O irlândes lhe fazia muita falta.
 
Se afastaram levemente, mas Niall se recusou a soltar sua cintura. Louis estava com a cara amassada e o cabelo bagunçado. Zayn acenou alegremente, dando um beijo estralado em sua bochecha quando os garotos se acomodaram junto a bancada. Harry puxou Louis para seu colo, ignorando os protestos do mesmo. O segurou firmemente pela cintura, e o castanho apenas soltou um muxoxo, sem deixar de sorrir. Niall fez como se fosse vomitar, e Zayn riu.
 
– Vocês dois me causam diabetes. – o loiro reclamou, mordiscando alguns amendoins – Estou falando sério, eu vou entrar em depressão qualquer dia desses.
 
– Niall, você reclama demais, sabia? – Louis zombou do amigo – Acho que isso é dor de cotovelo. Mas fica tranquilo, não é nada preocupante. Tem tratamento. – todos riram, enquanto Niall jogava algumas cascas contra Louis, com uma expressão de falsa indignação.
 
– Você não era tão engraçadinho assim antes, Louis. Acho que Harry está sendo uma má influência para você. – fez um muxoxo de reprovação. Zayn e Louis riram, e o Styles pendeu a cabeça para o lado, sorrindo abertamente.
 
– Você nem sabe o quanto, Niall. – o loiro engasgou com um amendoim, jogando a cabeça para trás e gargalhando alto. Zayn riu contido, disfarçando. Louis ficou alguns segundos sem entender, e quando finalmente percebeu o sentido conotativo da frase, soltou uma exclamação e bateu nos braços de Harry, corando absurdamente.
 
– Harry! – choramingou – Isso não é coisa que se diga! – fez um bico emburrado, vendo os dois amigos se acabarem de rir a sua frente. Entretanto, não conseguiu ficar daquela maneira por muito tempo. Sentiu o hálito de Harry soprar contra sua orelha, lhe fazendo cócegas. Ele sussurrou um “eu te amo” e depositou uma pequena mordida no local. Louis suspirou, sorrindo abobadamente. Não tinha como resistir àquilo.
 
– Harry nos contou de seus planos sobre hoje, Lou. – Zayn disse depois de algum tempo. Louis o fitou, envergonhado. Percebeu que ele estava sem seu habitual cigarro dependurado nos lábios. Ainda assim, continuava muito bonito.
 
– E o que você acha disso? – perguntou timidamente. O moreno sorriu tranquilizadoramente para Louis.
 
– Eu acho que Harry ama você pra caralho. – se expressou, e Louis rasgou o rosto em um sorriso – Nunca o vi fazer isso por ninguém. É uma espécie de milagre, sabe. – riu, enquanto Harry o xingava em meio ao riso – Mas, falando sério, é verdade. É uma coisa inédita para mim. Acho isso incrível. – deu de ombros, e Louis sorriu, agradecendo com os olhos. Se virou para o loiro, alheio a tudo e a todos.
 
– E você, Niall? O que acha? – o garoto o olhou, assustado, suavizando a expressão logo em seguida, com um sorriso gigantesco.
 
– Acho isso fantástico! – exclamou, gesticulando com os braços – Sei que deve ser difícil para vocês dois. Queria muito ir também, mas tenho algumas coisas para resolver em Sheffield. – fez um bico magoado, e Zayn riu, apertando sua bochecha e soltando um ‘awwwn, tadinho’, fazendo todos rirem.
 
Louis sentiu algo se aquecer dentro dele com a cena. Depois de tanto tempo, tantos contratempos, tantos obstáculos, tudo parecia estar certo naquele instante. Sua família estava reunida, se divertindo, em uma bolha de camaradagem e irmandade. Louis sempre quisera aquilo. Estava faltando apenas uma pessoa, e aquilo fazia seu coração se apertar, mas ele ignorou o sentimento, se concentrando no barulho das risadas e na sensação de felicidade que tomava conta de si. Os braços de Harry estavam em volta de sua cintura firmemente, e tudo estava bem.
 
– Eles parecem estar bem próximos, não? – Harry sussurrou em seu ouvido. Louis assentiu, se virando levemente para o maior.
 
– Sim, eu também percebi. – olhou para os amigos, que riam e discutiam sobre alguma coisa, se debatendo – Isso é bom, não é? – respondeu no mesmo tom.
 
– Claro, muito. Niall precisava de alguém depois de tudo que aconteceu. Zayn está sendo muito bom para ele. – Louis pode notar o tom de afeto e preocupação na voz de Harry. Eles tentavam não falar sobre o assunto. O garoto só sabia o básico, que Chris havia ido embora porque estava doente. Ficara incrivelmente triste com a notícia. Mesmo o conhecendo a pouco tempo, Chris o ajudara muito, e fazia Niall feliz. Sentiria sua falta, apesar de tudo.
 
– Ei, vocês dois, parem de cochichar. – Zayn reclamou em meio a risos, enquanto Niall limpava uma ou duas lágrimas que escorriam, vermelho.
 
– Desculpa, Zaynie. – arrastou o nome, segurando uma risada. Se virou para o Horan – E está tudo bem, Niall. Você poderá ir outro dia. Não sei se ficaremos até o fim, se Harry não se sentir confortável. Só dele ter aceitado já é o suficiente para mim. – declarou, olhando para o cacheado rapidamente, sentindo seus lábios no alto de sua cabeça. Zayn sorriu afetuosamente, e Niall revirou os olhos.
 
– Acho que vou vomitar. – todos riram novamente. Niall estava meio resmungando, meio rindo, quando seu celular apitou. Ele o retirou do bolso, abrindo a mensagem, e, quando leu, seu sorriso foi diminuindo gradativamente até desaparecer.
 
– O que foi? – fora Zayn quem perguntara.
 
– É... é Grace. – gaguejou, e todos se surpreenderam.
 
Há muito que Louis não ouvia falar da garota. Desde seu “acidente”, quando ela e Niall brigaram por causa de Liam. O Tomlinson não tinha absolutamente nada contra ela, pelo contrário, até a achava legal – até o momento em que ela defendera o cara que quase o matou. Não era nada pessoal, e Louis não guardava mágoas de ninguém, mas, na sua opinião, era muita cara de pau tornar a falar com seu amigo. Mas, ele procurava não julgar ninguém. Lembrava-se de como ambos ficavam quando estavam juntos, como ela o olhava, e como ela sorria para ele. Todos tinham seus segredos, e suas razões para agir de certa maneira. Aquela era uma das coisas que aprendera com Harry, afinal.
 
– Acho que você deve falar com ela, Niall. – Louis opinou, e Harry concordou com ele por cima – Quer dizer, lhe dar uma chance de se explicar, pelo menos. – disse sinceramente, e o loiro assentiu devagar, distraído. Zayn estava com a testa franzida.
 
– A-acho que é hora de ir. – um clima estranho se instalou no local.
 
– Eu vou com você, Niall. Tenho que ir a um lugar. – Zayn se levantou também, em um pulo. Niall o seguiu, e Louis e Harry também se levantaram, em um cortejo. Harry deu um abraço rápido em Zayn, beijando o alto de sua cabeça e trocando uma ou duas palavras. Fez o mesmo com Niall, enquanto Louis abraçava Zayn, sentindo-se pequeno ao seu lado. Não tanto quanto quando estava com Harry, mas ainda assim. O muçulmano beijou sua têmpora, o apertando pela cintura.
 
– Boa sorte, Lou. – murmurou em seu ouvido, se desfazendo do abraço. Louis agradeceu silenciosamente.
 
Niall o seguiu até a porta, acenando, enquanto Zayn puxava um cigarro da cartela em seu bolso e chamava o elevador. Os garotos entraram no mesmo e sumiram. Harry fechou a porta, puxando Louis para um abraço, o rodeando pelo pescoço. O menor passou seus braços por sua cintura, encostando o rosto em seu ombro.
 
– Vai ficar tudo bem. – ele murmurou.
 
– Eu sei que vai. – Louis replicou, levantando os olhos e sorrindo confiantemente. Harry se abaixou e o beijou suavemente.
 
Seus lábios moldaram-se calmamente, em movimentos tranquilos. Louis saboreava cada canto da boca de Harry, sentindo seu gosto inegável de menta. Agridoce, como sempre. Perfeito, como sempre. Quando se separaram, colou suas testas, mantendo os olhos fechados. Cada beijo entre eles parecia ficar mais doce, e mais irresistível.
 
– Quer ir se trocar? Não queremos nos atrasar hoje. – Harry propôs, e Louis assentiu, o puxando pela mão até o quarto.
 
Sua respiração começou a acelerar, mas ele obrigou a si mesmo a manter a calma. Tudo daria certo. Disso ele tinha certeza. Não deixaria que pessoas cruéis e ignorantes o derrubassem. E, não se importaria com nada, caso começassem a agredir Harry. Ele podia aguentar as ofensas, as acusações, mas não deixaria que atacassem seu namorado.
 
– Vou deixar você se arrumar. Vou pegar minhas coisas no outro quarto. – Harry lhe disse, dando um espaço para que Louis se preparasse. Lhe deu mais um beijo e saiu, indo buscar suas coisas no quarto de hóspedes.
 
Não sabia o que vestir – mesmo querendo desesperadamente provocar todos, indo com uma de suas camisetas “satânicas”. De qualquer modo, não queria tornar tudo aquilo mais difícil para Louis, então pegou uma camiseta preta, apenas (mostrando suas orgulhosas tatuagens porque ele não resistiria). Uma de suas calças pretas e suas botas marrons. Bagunçou o cabelo, jogando-o para trás com uma bandana qualquer. Olhou-se no espelho, encarando a pequena gargantilha de prata que reluzia com a luz. Ela o lembrava o porque de estar fazendo tudo aquilo.
 
Suspirou, passando um pouco de seu perfume e pegando as chaves. Fechou a cortina e saiu, indo para o outro quarto. Quando entrou, precisou se segurar para não cair, sentindo uma fisgada no baixo-ventre. Soltou um ofego, implorando a todos os deuses por um pouco de sanidade.
 
Naquela altura do campeonato, considerou a hipótese de Louis estar querendo lhe provocar. Ele estava absolutamente delicioso. Usava sua costumeira calça skinny dobrada nos tornozelos e um par de VANS qualquer. Uma camiseta branca e sua jaqueta. A porra da sua jaqueta. Aquilo era demais para Harry.
 
O Styles mordeu os lábios, sorrindo maliciosamente depois do choque. Sua mente se ocupava com as mais infinitas possibilidades que tinha em suas mãos.
 
O garoto estava de costas, bagunçando o cabelo em frente ao espelho, jogando-o para todos os lados. Harry amava quando seu cabelo ficava bagunçado daquela maneira. Seu perfume doce chegou ao seu nariz, infiltrando-se em suas veias. Harry fitou o garoto, analisando suas coxas fartas e sua bunda arrebitada e deliciosamente enorme. Passou a língua pelos lábios.
 
Aproximou-se, passando os braços por sua cintura e apoiando sua cabeça contra seu ombro. Louis o olhou, sorrindo e encostando sua cabeça na dele, entrelaçando seus dedos. Harry o apertou contra si, roçando seu membro contra ele, e o moreno ofegou, fechando os olhos. O Styles colou os lábios em seu pescoço, fazendo Louis estremecer.
 
– P-precisamos ir, Hazz. – ofegou, e Harry depositou um pequeno chupão, assentindo. Louis suspirou pesadamente, tentando acalmar as labaredas que consumiam o que restava de sua sanidade naquele momento.
 
O cacheado entrelaçou seus dedos, o guiando até a porta. Saíram, e ele trancou a mesma, guardando a chave no bolso lateral. Chamou o elevador, e sentiu Louis brincar com seus anéis enquanto esperava, um sinal de que estava ansioso.
 
– Você está lindo. – não era a palavra que ele usaria naquele momento, mas não deixava de ser verdade. Louis o olhou radiante.
 
– Obrigado. Você também está lindo. – disse timidamente.
 
O tilintar das portas finalmente se fez ouvir, e eles desceram até o subterrâneo. Harry abriu a porta para Louis – que corou como uma garotinha com a cortesia cavalheiresca – e entrou do seu lado, dando partido no carro e saindo.
 
Quando saíram para a rua, Louis já mordicava o dedão esquerdo. Ligou o rádio para se distrair um pouco enquanto Harry tomava a saída principal, chegando a avenida. Cada esquina o deixava mais nervoso, e logo ele estava vendo a abadia se erguer ao fundo da paisagem.
 
Não se lembrava de como ela era imensa. A noite já caíra, e as luzes artificiais iluminavam os vitrais coloridos. As pessoas já entravam e ocupavam seus lugares. Quando se aproximaram mais, Louis avistou Stanley parado na entrada, recepcionando e conversando com alguns amigos. Engoliu em seco, sentindo o sangue fugir de seu rosto.
 
Não havia dito nada para Harry, e também não pretendia. Não sabia o que o Styles poderia fazer se soubesse do episódio do hospital, e Louis não queria perder Harry de novo. Não o deixaria ir preso por sua culpa. Esconderia aquilo o quanto pudesse – de preferência até a morte. De qualquer maneira, não gostava de relembrar aquele dia. Ainda tinha alguns pesadelos.
 
Harry estacionou mais atrás, desligando e permanecendo alguns segundos em silêncio. Depois, se inclinou e beijou o canto dos lábios de Louis, que suspirou tremulamente.
 
– Está pronto? – sussurrou, e Louis apenas assentiu – Me leve para a igreja, doçura. – murmurou. O menor o fitou, respirando fundo, e Harry sorriu confiante.
 
Saiu do carro, sendo seguido de Louis, que entrelaçou seus dedos com firmeza. Era agora ou nunca. Não podia mais voltar atrás, não queria voltar atrás. Estava pronto para mostrar ao mundo suas escolhas, quem ele realmente era.
 
Tomado por uma súbita coragem, Louis guiou o maior até a entrada da frente, segurando seus dedos com firmeza e visivelmente. Da última vez que fora até ali, Harry estava longe, estava com seu coração. Naquele momento, porém, eram eles contra o mundo.
 
Ao chegarem, algumas pessoas começaram a encarar, sem nada a dizer. Suas bocas se abriam e algumas deram alguns passos para trás. As crianças, alheias e inocentes, apontavam e sorriam, querendo se aproximar de Louis, mas suas mães não deixavam, as puxando para trás, como se alguém altamente infeccioso estivesse se aproximando. Louis não entendia. Por que tinha que ser assim? Por que ele não podia amar quem ele quisesse sem ser julgado ou tratado como um demônio? Por que ele não podia amar Harry livremente?
 
Subiram as escadas, nesse momento, todos já haviam parado suas conversas, e era possível ouvir o coro do lado de dentro, ensaiando suas músicas. Stanley encarava-os com fogo nos olhos, e Louis sentiu-se diminuir. Mas não deu o braço a torcer. Continuou andando com firmeza, e Harry, ao seu lado, encarava a todos com sua máscara fria e um sorriso zombeteiro. Por dentro, transbordava de orgulho de Louis.
 
– Boa noite, Stanley. – Harry cumprimentou ironicamente, e Louis engoliu em seco, fazendo o sinal da cruz quando entrou. O padre apenas o fitou incrédulo e faiscando.
 
A Igreja estava lotada. As naves centrais estavam ocupadas, e as laterais tinham alguns espaços livres. Um burburinho se formou na parte de trás, as pessoas começando a olhar e a apontar, incapazes de dizer em voz alta. Louis teve vontade de mandar todas ao inferno. Se controlou, pedindo perdão por seus pensamentos. Já Harry – sem culpa nenhuma – mandava cada uma à casa do caralho, sorrindo ironicamente para aquelas que encaravam por mais tempo.
 
– Vamos nos sentar ali no fundo. – Louis apontou, dizendo baixo.
 
A abadia era dividida em três lacunas, uma central e duas laterais, que iam se inclinando de forma que, os últimos bancos de cada fileira lateral eram invisíveis do altar, formando 120° com a entrada frontal. Era o banco perfeito, Louis poderia assistir ao culto sem ser notado pelas demais pessoas.
 
Acomodou-se no canto, encostando na parede, e Harry se sentou ao seu lado, depositando sua mão em cima da coxa de Louis. Haviam três pessoas no mesmo banco, que os encarou com nojo e descrença e saíram. Por um lado, Louis agradeceu. Por outro, sentiu-se desabar. Ele queria ser quem era, no lugar onde mais se sentia bem. Ele queria que as pessoas não tivessem preconceitos, e vissem que ele era uma pessoa normal, que amava infinitamente o garoto ao seu lado. Ele queria ser aceito.
 
– O que estão olhando? Cuidem da vida de vocês. – Harry sibilou para duas senhoras do banco da frente, que haviam virado todo o corpo para trás e cochichavam entre si. As senhoras fitaram Harry, ofendidas, encarando seus braços fortes cheios de tatuagens e seus olhos frios e doentios. Se viraram, com medo.
 
Louis agradeceu Harry silenciosamente, incomodado. Pode ouvir uma delas sussurrando “É o demônio”, referindo-se ao cacheado. Teve o impulso de chamá-la e dizer que ela estava errada, mas um bolo se formou em sua garganta. Ele não aguentava que xingassem Harry. Harry não.
 
– Lou. – Harry chamou baixo, inclinando-se sobre ele – Lou, Loueh. – novamente, e dessa vez o menor se virou, com os olhos avermelhados – Não ligue para eles, babe. Eu não ligo. Você está sendo muito corajoso, e eu estou orgulhoso de você. Vamos embora se você quiser. Mas saiba que eu te amo, e que todos eles aqui não tem um milésimo da sorte que eu tenho por ter você, e por ter o seu amor. – murmurou, depositando um breve selinho em seus lábios. Louis sentiu os olhos lacrimejarem, e abraçou Harry pelo pescoço com força, agarrando-se a ele. Harry era seu salvador. Ele era seu bote salva-vidas, ele era quem o segurava quando estava prestes a cair.
 
Algumas pessoas soltaram silvos, mas Louis não ligou, Afastou-se, pondo a mão por cima da de Harry, e sorriu hesitante para ele. O garoto retribuiu, recostando confortavelmente no banco e passando o braço por Louis possessivamente.
 
Era possível ouvir os múrmuros ao redor, os comentários.
 
“É o menino Louis ali?”
 
“Quem é aquele?”
 
“É Harry Styles.”
 
“Harry Styles está aqui?”
 
“Meu Deus, o mundo está perdido!”
 
“Que vergonha, eles não deveriam nem sair na rua.”
 
“Quem os deixou entrar?”
 
“Deus nos proteja.”
 
“Não falem com eles, ou vão acabar como o pobre garoto Grimshaw”.
 
“Isso é doentio.”
 
“Tirem eles daqui.”
 
Cada palavra, era como um tiro a deriva. Apenas esperando para acertar um alvo. Louis tentou ignorar, por Deus, ele tentou de verdade. Cada frase, cada olhar amaldiçoado entrava e se instalava em sua mente, tomando um lugar. Harry apertava suas mãos, beijava seu cabelo e resmungava xingamentos que faria até o Diabo se arrepender. O Styles queria que todos morressem queimando, apenas para não ver Louis sofrendo daquela maneira. Ele só queria protegê-lo de todo o mal que o mundo lhe oferecia. As pessoas podiam ser cruéis. As pessoas eram cruéis. Elas diziam coisas, elas faziam coisas, e depois se deitavam em suas camas, com suas famílias e seus maridos e suas casas perfeitas, achando que tinham vivido mais um dia bom, que não eram apenas mais um cérebro inútil sobre a Terra. Era por esse motivo que Harry odiava as pessoas. Elas temiam o inferno, quando, na verdade, elas criavam um, a cada porra de dia. Elas temiam os demônios, quando, na verdade, elas eram os demônios.
 
Louis respirava fundo, olhando no grande relógio sob a parede. A missa já ia começar. Ele ficaria na dele, rezaria para o seu Deus. As pessoas não o afetariam. Ele não cairia de novo.
 
Logo, ouviu as badaladas e o ministério entrou. As pessoas se viraram para frente. Louis e Harry ficaram com um banco para eles, na parte mais funda da Igreja. O Reverendo Francesco celebrava o culto, e Stanley, ao seu lado, tinha uma careta pensativa e sangue nos olhos. Harry sorriu disfarçadamente.
 
– Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo. – a voz estrondosa do reverendo retumbou pelas paredes.
 
– Para sempre seja louvado. – o coro respondeu em uma só voz, morta voz.
 
Louis se sentou com os outros, suspirando e brincando com os dedos. Não tinha muita certeza do que deveria fazer. Podia perceber alguns olhares ou outros. A celebração prosseguia normalmente. As leituras, o salmo e o evangelho. Louis já conhecia aquele evangelho. Chegou a hora do sermão, e todos se sentaram. Harry se acomodou, evitando um bocejo – para não faltar com o respeito a Louis.
 
O garoto mesmo estava quase bocejando. Começou a brincar com a bainha de sua blusa. Harry olhou para o lado, percebendo a distração de Louis. Sorriu marotamente. Ele não podia evitar. Já ia para o inferno mesmo.
 
Depositou a mão sobre a coxa de Louis, próximo ao seu membro. O menor saltou, surpreso, estremecendo com o calor da mão de Harry sobre sua pele. O cacheado se aproximou, grudando seus corpos, e aproximou seus lábios do ouvido de Louis.
 
– Você é tão lindo, Lou. – sussurrou, dando uma pequena mordida. Louis mordeu os lábios para não suspirar.
 
– Ha-harry. – soprou, sentando-se ereto sob o banco. Todos pareciam atentos ao sermão proferido.
 
O garoto ignorou Louis, depositando lambidas e mordidas em seu ouvido. Depois, baixou lentamente, em uma trilha de chupões em seu pescoço, alastrando um rastro de calor pelo mesmo. Louis sentiu a base estremecer e gemeu silenciosamente. Harry sorriu malicioso, subindo a mão pouco a pouco, até pousar sobre o membro, já sentindo-o acordar. Louis o fitou repreendedoramente, em um alerta – que Harry prontamente ignorou.
 
Harry continuou a dar atenção para o pescoço de Louis. Ele queria prolongar aquilo o máximo que pudesse, mas sabia que 1) aquela droga de sermão acabaria logo e 2) Louis não era nem um pouco discreto. Não que aquilo fosse um problema, ou algo assim.
 
– Você quer brincar, Louis? – murmurou no pé do ouvido, com a voz rouca. Louis fechou os olhos com força, remexendo no banco.
 
– Harry, por favor. – respondeu no mesmo tom, implorando. Mesmo que seu corpo dissesse o contrário.
 
O Styles ignorou. Baixou os olhos, com um sorriso largo, e desabotoou o primeiro dos dois botões da calça. Louis ofegou com sentir o metal gelado contra sua pele. Lentamente, desabotoou o segundo, abaixando o zíper. A essa altura, Louis estava completamente acordado, e Harry teve vontade de rir. O garoto se excitava tão fácil...
 
Louis usava uma boxer vermelha. Harry sorriu, delirando. Uma de suas mais novas fantasias consistiam em Louis + aquela boxer vermelha + de quatro na cama.
 
Com os dedos ágeis, dedilhou a mão por dentro do tecido, sentindo na ponta dos dedos o pré-gozo que escorria, manchando e molhando a roupa. Conseguia ver a glande saltada para fora, inchada, em busca de atenção. Louis já parecia delirar, com os olhos fechados com força, mordendo os lábios e com as maçãs avermelhadas. Para qualquer um que olhasse, Louis parecia concentrado em uma reza qualquer, e Harry estava apenas o abraçando casualmente.
 
Harry não queria torturar Louis, mas era infinitamente excitando vê-lo ofegar e se esfregar em busca de contato, contorcendo-se em seu banco. Por fim, segurou o membro de Louis como pode, acariciando a ponta com os dedos, subindo e descendo preguiçosamente.
 
– Geme pra mim, Lou. – sussurrou em seu ouvido, e Louis arfou, cruzando as pernas desesperadamente. A voz do reverendo já soava longe em sua mente – Geme. – o garoto não conseguiu segurar e soltou um longo e baixo gemido.
 
Harry sorriu satisfeito. Começou a movimentar mais rápido, indo até a metade e subindo, acariciando vez ou outra a glande, melada pelo líquido esbranquiçado. Louis sentia o abdômen repuxar, arfando e ofegando. Estava com calor, com muito calor. Sentia o rosto vermelho e o suor começar a escorrer pela testa.
 
– Você vai gozar, doçura? – Louis assentiu desesperado, movimentando os quadris inconscientemente em buscar de um contato maior. Harry lambeu os lábios, dando pequenas mordidas sob sua pele exposta.
 
Com agilidade, movimentou a mão com mais firmeza, escorregando com facilidade. Sentiu as pernas de Louis estremecerem, e com um gemido rouco, ele veio, em jatos quentes e longos, sujando sua boxer e parte da calça.
 
– Cristo! – Louis gritou, não conseguindo se controlar, quando sentiu o alívio tomar conta de seu corpo. Todos em volta o fitaram, alguns desconfiados, outros surpresos. Harry continha o riso, mordendo os lábios com força e fazendo sua melhor expressão inocente, fechando os botões e deixando a mão ali.
 
O ar ficou mais quente por alguns instantes, enquanto Louis se recompunha e amaldiçoava Harry Styles e sua estúpida habilidade com as mãos.
 
– Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo. Rezemos. – Louis encontrou a voz de Francesco em algum lugar de sua mente nublada e dispersa.

Harry o fitou com as sobrancelhas erguidas e um sorriso vitorioso. Louis ofegou, procurando o ar para seus pulmões. Infelizmente, não pode levantar pelo resto da missa. E, na hora das orações, pediu perdão a Deus. Por seus pecados, pelos pecados de Harry, pela profanidade que acontecera ali, e, acima de tudo, pediu perdão por ter gostado.

Unholy (Larry Stylinson AU Religious!Louis)Onde histórias criam vida. Descubra agora