Just one bullet on the drum

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[N.A.] Hola, unholers! Podem comemorar, mais uma att! Yeeeah.
Enfim.
Esse capítulo – modéstia a parte – é ESPETACULAR. Não me matem. Por favor. Eu amo dramas. Acho que foi o que eu mais gostei de escrever. Novamente, é o ponto de vista do Harry, mas – comemorem – ele está voltando. Bem... leiam (e não me matem, por favor).
Tenho alguns recados antes, paciência, queridos. Primeiro, a fic vai ter um trailer!!! Estou trabalhando nisso com algumas amigas, e provavelmente semana que vem já estará postado! Podem comemorar, boo hoo.
Segundo, como sempre, e vocês cansam disso, OBRIGADA POR CADA COMENTÁRIO E CADA SURTO NO CAPÍTULO ANTERIOR. Nunca me canso de ver o quanto vocês se entregam e sentem tudo que o Louis sente. Isso é fantástico, de verdade. Obrigada a todos, sou eternamente grata, e nunca consigo demonstrar tanto quanto eu gostaria.
Bem, como viram (ou não) eu mudei o nome da fic. CALMA, ainda é Unholy, claro, mas a 'descrição'. Acho que ficou melhor, e diz mais sobre a fic que a anterior. Religious!Louis.
Agora uma perguntinha rápida porque sei que ninguém lê e vocês estão ansiosos: eu sempre vejo os comentários pelo meu e-mail, por causa das notificações, e a maioria aparece pedaços do capítulo grifado de amarelo, e vocês comentando (aka surtando) por conta daquele trecho em especial. COMO RAIOS VOCÊS FAZEM ISSO?! Sim, eu sou burra. Demais. Eu acho muito louco, mas nunca consegui grifar partes de amarelo pra surtar como vocês *crying só hard*
Btw, é só isso por hoje. Não me matem. Eu tentei fazer com que vocês entendessem o que aconteceu com o Harry nesse tempo, pelo menos para não crucificarem o coitado tanto assim. Espero que entendam o lado dele, um pouco, e que gostem. Não me matem³. Lembrem-se: eu amo dramas.
Vocês me fazem a escritora mais feliz do mundo, mesmo que eu não mereça. Love u all. So much

P.S.: Esqueçam a parte de grifar em amarelo. Uma boa alma já me respondeu. Como eu disse, sou burra demais, aqls. AMO VOCÊS DEMAIS. [/N.A]

3°. P.O.V. – H.S.

– Harry, concentra! – o garoto foi acertado pela quarta vez no rosto, desta vez por um travesseiro duro. Ele piscou repetidas vezes, emburrado, massageando o maxilar, que estralara no impacto. Cerrou os punhos, encarando Zayn, mais exasperado do que propriamente culpado pelo ataque. Ao seu lado, Luke usava um colete preta e bandagens, armando o tambor de sua A-10 de 4,5mm.

O cacheado suspirou, sentindo sua raiva esvaecer lentamente. Puxou os cachos presos por uma bandana, de mãos atadas. Desde a última semana que estava aéreo, sempre imerso em seus pensamentos, preocupado e com uma séria inclinação ao sentimentalismo. Ele mesmo estava se estranhando. O antigo Harry Styles nem hesitaria diante de uma missão. Mas, naquele momento, estava mais pensando que agindo. Observava cada um dos ângulos do plano traçado há alguns dias, analisando todas as possibilidades de falha – não que ele fosse admitir alguma.

Luke e Zayn foram a cabeça do grupo, auxiliados por Ashton, sempre a espreita, pronto para opinar quando necessário, ou acalmar Luke. O Hemmings parecia extremamente ansioso, errando coisas simples e descarregando sua arma na primeira chance que tinha. Todos seus alvos foram impecavelmente estilhaçados pela potência do cano de pressão de ar. Do estranho grupo que se reunia no balcão abandonado tarde da noite, Zayn parecia ser o único capaz de pensar racional e tecnicamente. Luke se concentrava em proteger Ashton ao máximo, e Harry... bem, Harry era Harry.

Desde que chegaram, só teve chances de falar com Louis por chamadas duas vezes. A segunda delas – já avisado por Zayn e sob observação do garoto – fora escondida, e apenas alguns minutos. Minutos estes que não serviram para apaziguar seu humor infernalmente estressado a cada nova manhã que acordava sem expectativas. E ainda levou uma bronca de Zayn. O garoto sabia que o amigo estava passando por uma fase pós-separação, e realmente não queria despertar a fera há tantos adormecida dentro daquele peito frio. Mas era preciso.

Já gastara sua saliva e tempo explicando os mil e um motivos que tinha para impedir Harry de se comunicar com Louis, do outro lado do globo. Em primeiro lugar, seu celular não era bloqueado, um modelo simples de loja, logo, era facilmente rastreado. Zayn sabia que os inimigos era poderosos e tinham uma inteligência superior em termos tecnológicos. E também sabia que eles tinham uma certa conta de ódio contra o amigo. Para ele, era mais que óbvio que qualquer mínima chance de atingir Harry por todos os lados seria imediatamente considerada. Louis era um alvo fácil, ingênuo e ignorante. Não estava envolvido naquela guerra e preferia que continuasse daquela maneira. Mesmo que o conhecesse a pouco e reprimisse o quesito religião que o envolvia, já o considerava muito. Louis, eminentemente, parecia ser o único a descongelar o coração do rei de gelo. A trazer a tona novamente os sentimentos, uma vez perdidos, de Harry. Ele sabia que o amigo fora pego de jeito, e não tinha mais volta. Se perdesse Louis, Zayn não sabia o que podia acontecer com o Styles. Ele não suportaria.

Além das razões óbvias de guerrilha, havia também as questões de concentração. Se Harry tivesse oportunidade de se contatar com Louis, por um pouco que seja, aquilo o distrairia completamente, e no momento, ele precisasse do amigo por inteiro mergulhado na missão.

Não que estivesse funcionando, de qualquer maneira. Pelo menos não aquele item.

Harry andava mais mal-humorado que nos últimos dias. Distraído e capcioso, Harry parecia uma bomba-relógio, prestes a explodir, e que, quando viesse a tona, atingira proporções épicas. Aparentemente, Louis era o único capaz de desarmá-la.

Há poucas horas de começar a execução do plano, eles estavam repassando os últimos detalhes, importante e fundamentais para o sucesso. Naquele momento, Zayn percebeu, com certo pesar, que estava disputando a atenção de Harry com seus próprios pensamentos insanos e porvindouros.

O cacheado resistiu ao impulso e puxar o celular do bolso. Nenhuma ligação, mensagem, nada. Não estava autorizado a fazer qualquer tipo de contato com seu pequeno, e andava tão desesperado que pensava em até mesmo ligar para seus amigos. Sabia que o loirinho o ajudaria de bom grado, mas não tinha muita certeza sobre o outro. Estava com um mau pressentimento desde o dia anterior, algo como um aperto em seu peito. Tinha que voltar o mais depressa possível. Não se sentia bem ali, quilômetros longe, sem poder cuidar de Louis. O garoto era como um vaso sensível e frágil, que levava esbarrões e empurrões de todos os lados, de todas as pessoas. Não queria o ver cair, e tinha medo que o acontecesse e ele estivesse longe o suficiente para não conseguir juntar os cacos quebrados.

– Tudo bem, me perdoe, Zayn. – disse cordialmente, resmungando. Sabia que a abstração era sua, mas a culpa era do moreno. Procurava desesperadamente alguém para atribuir seus erros, para livrar-se da culpa que o assolava tão profunda e criterialmente, dia e noite, perturbando seus sonhos, transformando-os em terríveis pesadelos. As olheiras recentes e a aparência cansada eram provas das noites maldormidas, revirando na cama, vendo aqueles olhos azuis tristes e desolados reproduzidos em todo lugar.

– Obrigado. – murmurou, puxando uma das armas que Luke dispusera em cima da mesa e trocando as balas enferrujadas por outras novas – Olha, eu sei que está sendo difícil para você, mas quanto antes acabarmos, mais rápido você poderá voltar para Louis.

– Eu não estava pensando em Louis. – resmungou, e Luke riu baixo. Ashton, escondido sobre algumas mantas em um colchão, tremeu, abafando o riso.

– Não, eu sei que não. – Zayn ironizou, atirando-lhe outra arma, que o Styles agarrou com uma das mãos.

Há tempos que não pegava em uma daquelas, e tinha que confessar que sentia falta. Não da violência, mas sim da adrenalina que corria em suas veias. A cada apertar do gatilho, cada tiro que ecoava era como um hino de vitória. As balas, correndo pelo ar, furando tudo que entrava a sua frente. Imponentes. Imperdoáveis. Impassíveis. Por muitas vezes, em um passado escuro e irrequieto, Harry desejava ser como a bala de um tambor. Livrar-se do medo de cada dia, do medo de ser pego pelo inimigo. Queria ser imponente, e conseguira. Mas sentia que sua muralha de defesa estava desmoronando. Sentimentos indesejáveis estavam vindo a tona, que o deixavam vulnerável. Como naquele momento.

Brinco com a arma entre os dedos, admirando-a. Pegou o tambor, repleto de balas, e montou novamente. Apontou para a parede em um novo alvo ainda não baleado, apoiando a perna esquerda a frente, equilibrando-se. Segurou-a com a mão esquerda, puxando a trava com a direita, e apertou o gatilho, disparando duas vezes.

Como sempre, sentia uma excitação quase orgasmática ao vê-las atingindo, impiedosas, o círculo vermelho do centro. Sorriu, satisfeito ao constatar que ainda tinha a mesma habilidade e mira perfeita de alguns anos. Zayn o fitou repreensivamente, assustado, e Luke riu, o olhando com admiração. Ashton cobriu os olhos, contrariando qualquer tipo de violência.

Olhou para o amigo com um olhar insano, atirando-a de volta para ele, que travou e jogou sobre a mesa. Harry caminhou em sua direção, com a mão nos bolsos. Tentou impedir alguns certos pensamentos, focando naquele momento. Mesmo assim, as palavras de Zayn soaram parcialmente distantes e ocas em sua mente.

– Você prestou atenção em tudo? – perguntou, levantando uma sobrancelha, ainda ocupado com as armas. Havia uma infinidade delas, um grande arsenal, e, internamente, o Styles se perguntou onde Luke havia arranjado todas elas.

– Sim, sim. – murmurou, distraído, meio impaciente.

O plano era tendenciosamente simples. O balcão onde eles se reuniam ficava em uma das partes baixas do país, escondido pela folhagem e de difícil aceso. Havia algumas estradas de terra que levavam ao pico, subindo a serra sinuosamente. Depois que passavam a selva, entravam em território inimigo. Aquelas áreas eram conhecidas por ser um ótimo lugar para venda e tráfico de drogas, uma vez que a fiscalização federal não alcançava aquelas regiões. Provavelmente os caras que queriam vingança contra Harry ficavam vigiando próximo aquele local, para alertar futuras invasões – que eram o que eles planejavam. Ao subir a serra, Zayn e Ashton seria a distração. Harry fora permanentemente contra aquela ideia, mas o Irwin concordara em ser útil, enquanto discutir contra o Malik era uma guerra perdida. Eles entrariam em um carro blindado, cortesia de Luke, e enquanto eles desconversavam um deles, Harry e Luke dariam a volta e apagariam o que ficaria. Eles estavam contando que somente um fosse verificar o carro, uma vez que era um automóvel de passeio sem maiores suspeitas. Se fossem os dois, Zayn estava preparado. Atiraria um dardo de veneno, forte o suficiente para desmaiar por quarenta e oito horas, além de afetar o sistema imunológico e nervoso, apagando suas memórias recentes, e, consequentemente, os rostos dos garotos. Depois de dar cabo dos vigiais, eles saberiam que Harry havia chegado, e iniciariam fogo máximo. E seria naquele momento que Harry entraria em ação.

Os anos na prisão de segurança intensiva e a convivência com alguns barras pesadas lhe proporcionaram algum conhecimento de briga de rua. Já sabia atirar semiprofissionalmente, e sua massa muscular intimidante daria alguma vantagem no início. Essa parte do plano era simples. Atirar e eliminar.

O sangue frio e a privação de sentimentos piedosos foram um dos motivos – entre tantos outros – que os fizeram escolher Harry para executar aquela fase. Querendo ou não, o Styles era como um matador de aluguel. Como a bala de um tambor.

Depois de eliminar a gangue daquela região, Zayn calculava um ou dois dias para que os grandes chefões fossem avisados do atentado ao lugar, e contava que eles se intimidassem. Afinal, Harry Styles havia estado ali e matado alguns de seus ajudantes. Aquilo os deixaria livres de ameaças por alguns muitos anos, e Luke estaria livre com Ashton, sua principal preocupação.

De fato, um plano muito simples. Mas ainda haviam algumas falhas a serem consideradas.

O tempo que permanecera calado, a deriva, permitiu a Harry analisar cada buraco daquele arquitetado. Se Zayn e Ashton falhassem, então o Bastardo 1 – Harry resolveu nomeá-los daquela maneira, por questões de respeito ao adversário (sarcasmo aqui) – teria tempo para delatá-los ao Bastardo 2. Dessa maneira, Harry e Luke seriam pegos, e tudo iria por água abaixo. Mas, se os amigos conseguissem distraí-lo suficientemente bem, mas os outros dois garotos falharem, então o Bastardo 1 acabaria com eles, enquanto o Bastardo 2 e um possível Bastardo 3 entrariam em ação, alertando Andy e o restante dos Bastardos. Se, porventura, cumprissem com êxito todas as etapas, mas Harry falhasse na hora H, então estavam todos mortos. Precisava ser meticulosamente direto e preciso, acertando cada bala preciosa em um alvo.

De qualquer maneira, tudo dependia do trabalho em grupo que eles seriam capazes de executar juntos, em cada uma das etapas. Luke contava que eles teriam tempo suficiente para voltar para o balcão, mas não para Harry. Zayn também estava a par do assunto e comentara com Ashton. Depois de aniquilarem o primeiro grupo e dar 'o aviso' ao bando, o Styles cobrara alguns favores na região de alguns amigos importantes, e conseguira um helicóptero. Assim que terminassem, Harry daria um toque ao piloto pelo seu walkie-talkie, e sairiam direto para Doncaster. Já não aguentava mais ficar longe de seu pequeno. Cada segundo a mais era como uma facada em seu coração. Logo estariam juntos novamente, e ele poderia explicar tudo. Sem mais segredos.

– Quando nós vamos? – perguntou, se sentando na mesa, alisando uma A-12, parecida com a de Luke, que se aproximou, admirando seu arsenal com um suspiro.

– Zayn está querendo sair daqui de madrugada. Acha que vai ser melhor para o fator surpresa, além de reconhecermos o local. E você vai poder avisar seu amigo piloto. – sorriu torto, apontando para o celular no bolso de trás do cacheado, que abriu a boca, surpreso, fitando Zayn. Este apenas de ombros.

– C-como você sabe? – questionou, deixando de lado sua máscara de durão por alguns segundos.

– Ash me contou. – o Hemmings sorriu para o namorado, que corou, sentindo-se culpado. Encarou seus próprios pés, embolado em um cobertor como uma tartaruga, seu cabelo caindo sobre os olhos de forma... fofa. E então Harry sentiu falta de Louis. Mais uma vez – Por que não me disse, Hazz? Eu não ia ficar bravo. – sorriu compreensivamente.

– Desculpa, Luke. Eu só não queria te preocupar. Não me entenda mal, Hemmo, eu só estava louco para voltar pra casa. – seus olhos estavam angustiados, e Zayn o fitou de soslaio, com pena do amigo.

– Está tudo bem, cara, de verdade. Mas um helicóptero, tipo, wow! – o garoto gesticulou exageradamente com os braços, arrancando risadas de todos ali.

– Apenas cobrei uns favores de uns amigos. – Harry deu de ombros. Recostou confortavelmente contra a parede. Sentia a adrenalina correr suas veias em saber que, dali algumas horas, estariam arriscando suas vidas. Mas tudo daria certo. Tinha que dar.

Depois de carregarem com balas novas de pressão todas as vinte armas do arsenal, eles as dividiram igualmente entre todos. Ashton se recusou terminantemente a tocar em uma delas, então Harry e Luke ficaram com oito cada um, e Zayn ficou com duas, para prevenir. Em qualquer eventualidade, ele seria capaz de proteger a si mesmo e a Ash.

Harry e Luke vestiriam pesados casacos de couro, com bolsos internos para o compartimento das armas (aka Matrix) e colete a prova de balas, uma vez que eles estariam diretamente na linha de fogo. Zayn contava com um amplo espaço de combate, já que, ao descer a serra, havia uma área desmatada que servia para o pouso dos aviões com as cargas de drogas, que mais tarde eram despachadas pelo litoral até a Europa e atravessava a fronteira com o Brasil, para distribuição.

Eles resolveram se preparar psicologicamente, descansando bem, e dormindo um pouco. Luke e Ash foram para seus quartos, no segundo andar, passar um tempo juntos. Zayn fora concentrar seu chackra ou qualquer coisa assim (Harry não prestara atenção) e fumar. Segundo ele, estava com abstinência de nicotina, mesmo “parando quando quisesse”. Harry revirou os olhos e fingiu concordar. Por fim, ficara solitário no salão, apenas com as mesas e as armas organizadas por tamanho próximas a algumas caixas de papelão. O garoto suspirou, sacudindo a cabeça. Não havia mais nada que prendesse sua atenção e o distraísse. Logo, estava novamente entregue aos seus devaneios, suspirando e sonhando acordado. Odiava se sentir vulnerável, principalmente naquele momento, prestes a entrar em uma missão. Não podia se dar o luxo de vacilar, dispersar em meio a batalha, mas Louis não parecia se importar. Estava ali, dia e noite, observando tudo.

O cacheado tornou a subir as escadas, indo até seu quarto – e com quarto, queria dizer um cômodo minúsculo com um colchão em retalhos e uma pequena cômoda com sua mochila posta sobre ela. O banheiro era demasiado pequeno e fétido, e Luke se desculpou por aquilo, mas não podiam arriscar ficar em seu apartamento depois que o atacaram. Arrumara alguns colchões e dispusera naquele balcão abandonado. Era melhor do que nada, e a possibilidade de ficar sozinho permitia que ele desse prioridade aos seus pensamentos.

Puxou o telefone do bolso, encarando-o e resistindo ao desejo de teclar a discagem rápida #1. Estava proibido, e tinha que se contentar com as fotos que tirara discretamente. Diziam que uma foto era um segundo capturado pela eternidade. Naquele caso, Harry capturara os lindos olhos azuis de Louis com perfeição. Representava maravilhosamente o brilho presente naquelas íris celestes, o sorriso tímido e ainda assim alegre de seus lábios finos e róseos. Harry sentia tanta falta daqueles lábios!

Recostou a cabeça contra o travesseiro, frustrado. Não podia dar ao menos notícias ao garoto. Via suas mensagens chegando, sem nunca serem respondidas. Via suas ligações se perdendo, sem nunca retorná-la. Tudo por conta de estúpidos drogados que o ameaçavam. Não. Tudo culpa da vadia da Calder. Se ela não fosse uma viciada de merda e tivesse metido seu nome naquela presepada toda, ele poderia estar com Louis naquele momento, em vez de estar no Peru, em um quarto mofado, deitado no chão e encarando seu celular angustiantemente.

Bufou, irritado. Por fim, desbloqueou o aparelho. Haviam duas novas mensagens e uma mensagem de voz, de algumas horas atrás. Suspirou. Sabia que estava se martirizando, ouvindo todas as mensagens e salvando elas, para tornar a ouvir mais tarde, mas não podia evitar. Era masoquista.

Apertou a mensagem, colocando o celular no ouvido e fechou os olhos. Podia imaginá-lo perfeitamente a sua frente, quase como se pudesse tocá-lo. Depois de alguns segundos de respiração, um pigarreio e ele começou a falar, suavemente.

Harry? Ei, desculpe mandar essa mensagem a essa hora. Aqui já é de madrugada, mas eu não sei onde você está, então... – pausa – Espero que esteja bem. As coisas por aqui estão indo. Eu... eu sinto sua falta. – outra pausa. Harry engoliu em seco – Quando você volta? Bem, não sei se você vai ouvir isso, já que está ignorando todas as outras mensagens que eu te mando. Mas prefiro pensar que não é nada demais. Nos vemos em breve, eu espero. Harry, eu te... – e então parou. Como se tivesse sido interrompido por algo ou alguém. Ofegou baixo e finalizou a mensagem. Um apito no aparelho anunciou que havia sido salva na memória.

Harry apertou o aparelho com as mãos, abaixando-a lentamente, trincando os dentes, ainda de olhos fechados. Não tinha coragem de abri-los. Era como se Louis estivesse ali, na sua frente. Ele tinha vergonha demais. Vergonha de si mesmo. Vergonha de não conseguir ser para Louis o que ele merecia. O que ele estava dizendo no final? Seria mesmo A frase? Harry sabia que não merecia escutá-la. E aquilo doeu.

O Styles nem sempre fora daquela maneira. Ele era um garoto normal, com amigos normais, uma vida normal. E então ele se apaixonou. Achou que encontrara sua cara metade. Nicholas era tudo que ele podia desejar. Atencioso, gentil, simpático, engraçado. O namorado perfeito, o melhor amigo perfeito. Por alguns anos, Harry achou que era a pessoa mais feliz do mundo. E então tudo mudou. Um filho da puta qualquer o matou na sua frente, e ele passou quatro longos anos dentro daquela cela nojenta, cheia de animais e esgoto. E ele mudou. Afinal, quem não mudaria. Mais frio, mais racional. Exterminou qualquer vestígio de sentimentos que poderia existir em seu coração. Até mesmo Zayn se assustou com sua mudança tão abrupta. Ele costumava ser um garoto amoroso e carinhoso com seus amigos, de bem com a vida. Mas a morte e a injustiça realmente mudam as pessoas.

Quando avistou Louis pela primeira vez, tão lindo e perfeito naquele aeroporto, o Styles sentiu em seu peito uma chama – já antiga e inexistente – se reascender, e teve medo. Não queria se envolver, mas foi mais forte que ele. Louis era como um imã. Toda sua bondade e sua inocência instigavam em Harry seu lado mais obscuro e obsessivo. Ele o queria. Não apenas para pegar e jogar fora. O garoto de olhos tão azuis quanto qualquer pedra preciosa tinha alguma coisa a mais, que fazia com que o Styles ficasse por perto, descobrisse mais sobre ele e seu passado. Ele era interessante, instigante, misterioso. Quente como fogo, o suficiente para derreter tudo aquilo que Harry um dia já congelara.

O cacheado sabia que não o merecia, nem por um segundo. Era rancoroso, e para onde ia, cercava a tudo e todos com sua escuridão. Zayn era a única exceção, uma vez que o garoto tivera decepções suficientes para o fazer não se importar com mais nada. Louis era como uma vela acesa dentro de um quarto escuro. Iluminava, aquecia, acolhia. Harry tinha medo de o apagar com sua escuridão, assim como fez com todos os outros. Era sozinho, um lobo solitário. Depois da prisão, sua querida mãe o abandonou como um cão sarnento e imprestável. Disse em sua cara que não era seu filho, o renegou quando mais precisou de ajuda. Aquilo só serviu para endurecer mais ainda seu coração. E ali estava ele, incapaz de tirar um simples garoto de sua mente.

Não. Louis Tomlinson não tinha nada de simples.

Harry sentia-se culpado como o Diabo. Ele iria para o inferno de qualquer maneira, mas não queria arrastar o pequeno Louis consigo. Aquela era uma cruz que carregaria sozinho. Mas, ao mesmo tempo, não conseguia se manter afastado. Não conseguia parar de se fazer apaixonar por ele. Era egoísta o suficiente para não querer ficar mais sozinho, não naquele momento, que encontrara irremediavelmente a sua cura.

E então aconteceu. A primeira lágrima escorreu por seu rosto, solitário, imaculada.

Harry Styles nunca chorava. Nunca.

Após a primeira, muitas outras vieram, inundando seu rosto, sacudindo seu peito com soluços interruptos. Apertou os olhos, pressionando os dentes para não soluçar alto. Levou uma de suas mãos aos olhos, soltando alguns resmungos. Há muito tempo que não chorava. E, no entanto, estava ali, como uma criança desamparada. Sentiu como se as lágrimas o lavassem por dentro e por fora. O corpo todo sacudia, e uma dor abrasadora tomou conta de seu corpo. E, em momento algum, ele parou de pensar em Louis.

Permaneceu muitos minutos daquela maneira, até que foi se acalmando aos poucos. Todos seus sentimentos saíram junto com aquele choro, e o que restava era o vazio. Sentia-se estranhamente em paz, mas não uma paz boa.

Escutou uma batida fraca na porta. Não levantou os olhos para ver quem era.

– Está pronto? – Zayn perguntou, recostado no batente. Harry resmungou inaudivelmente – Está tudo bem, Haz?

– Está. – sua voz estava muito rouca. Pigarreou, se sentando e coçando os olhos. Zayn arquejou ao ver seus olhos avermelhados. Achou que não viveria para ver aquela cena uma outra vez.

– Puta merda, Harry! Você estava chorando? – o garoto murmurou qualquer coisa, olhando para o outro lado. Zayn caminhou até ele e agachou, acariciando o alto de sua cabeça, embrenhando seus dedos contra os cachos – Vai ficar tudo bem, doce. Confie em mim. Vamos acabar com uns filhos da puta, e você estará de volta. – disse docemente, ainda o acariciando. Harry assentiu, agradecendo mudamente pelo amigo que tinha – Eu vim aqui te chamar. Luke quer partir agora. – se levantou, indo até a porta sem se virar – Vou te esperar lá embaixo. – e saiu.

Harry respirou fundo, se levantando. Limpou os olhos e arrumou a mochila, jogando-a sobre os ombros. Jogaria no mato na primeira oportunidade. Não deixaria qualquer vestígio de sua presença naquele lugar, a não ser os corpos que pretendia empilhar.

Saiu do quarto, o fitando pela última vez. Desceu as escadas, vendo os garotos parados em frente a um jipe 4x4 camuflado. Zayn o fitou, perguntando com os olhos se estava tudo bem, e ele assentiu. Ashton usava uma de suas bandanas, dessa vez preta, para jogar o cabelo para trás, e Luke tinha outra amarrada na cintura. Zayn estava com sua blusa de linho preta. Harry jogou a mochila no bagageiro e fitou os amigos, pegando o casaco que Luke estendia em sua direção. O vestiu, sentindo-se pesado.

– Ele é um pouco incômodo no começo. – o loiro disse, vestindo o seu. Depois, pegou a caixa de armas, estendendo para Harry. O cacheado guardou cada qual em seu bolso, e deixou uma na parte de trás da cintura, para emergências – Mas é bom para disfarce, além de ser a prova de balas. Zayn recusou usar um, e Ash lhe deu um colete. – o garoto acenou ao seu lado, distraidamente.

– Está tudo pronto? – o Irwin perguntou, mordendo os lábios.

– Sim. – Harry assentiu. Os puxou para um abraço em grupo, e, mesmo surpresos, os amigos retribuíram. Ficaram naquela posição por alguns segundos e se separaram – Tomem cuidado, ok? Se um de vocês morrer, eu mato vocês. – ameaçou, e todos assentiram, com um sorriso brincando nos lábios.

Entraram no jipe. Zayn foi dirigindo, com Harry ao seu lado. Ash e Luke estavam atrás, em sua própria bolha, curtindo os últimos momentos. O Malik começou a subir o morro, e uma grande montanha surgiu a frente, repleta de florestas a cercando. Em determinado momento, o moreno procurou as mãos de Harry e a apertou. O cacheado nem teve tempo para dizer o quanto aquilo era gay. Apenas retribuiu o aperto. Se sentia nervoso e, ao mesmo tempo, excitado.

O trajeto foi silencioso. Quanto mais se aproximavam, mais rápido seu coração batia. Cada arma parecia pesar cinco quilos, e era difícil respirar. Mais rapidamente do que imaginou, chegaram. Uma longa plataforma surgiu aos seus olhos, com uma torre de metal de no máximo três metros. Não havia nada impedindo a passagem, apenas uma cabine, onde era possível avistar um dos Bastardos. Ele se apoiava na janela, observando atento qualquer movimentação aparente. Entrava a Fase 1 do plano.

Zayn estacionou pouco atrás, diminuindo a aceleração do motor, colocando-o no silencioso. Harry saltou, junto com Luke, que beijou rapidamente os lábios do namorado, sussurrando-lhe um 'eu te amo', breve. Zayn assentiu para Harry, sussurrando um 'boa sorte' mudo. Ashton pulou para o banco da frente, acenando para os garotos, que deram a volta pelo matagal, indo até a parte de trás da torre. Do pé, avistaram mais dois dos funcionários. Um deles tinha uma arma com mira.

Harry se preparou, fitando Luke, que assentiu, apertando seu casaco contra o corpo. Entre frestas, viu Zayn conversando animadamente com um brutamonte, que o encarava tediosa e desconfiadamente. O Styles viu sua chance a apontou para Luke, que começou a subir a escada na parte de trás. Quando estava no topo, puxou sua A-10 silenciosa e atirou, precisamente. Harry escutou um baque mudo no metal. O primeiro corpo havia caído. Logo depois, o segundo disparo preciso. Harry comemorou silenciosamente, dando a volta. O piso de metal estava coberto de poeira, e a madrugada cobria-os como um lençol.

Harry escutou o Bastardo 1, da cabine, gritar, mas não durou mais que dois milésimos. Zayn disparara o dardo de veneno, certeiro como uma picada. Harry suspirou aliviado. Correu em direção ao carro e pulou atrás, acenando para Luke, já no alto da torre com a arma em postos. Ele acenou para os garotos. Se encontrariam mais tarde. O alarme já fora soado. Zayn acelerou, passando pela entrada de metal. Entraram em uma estrada lisa, com o matagal a rodeando. No alto, podia-se ver as ruínas de Machu Picchu, ao longe, como borrões.

O ar já estava rarefeito, e Harry sentiu falta de comer folhas de maconha, para preservar e ajudar na inserção do oxigênio. Seguiram por mais alguns metros, em uma curva. Parecia como um grande navio de transporte, com todo o chão coberto com folhas de metal. Finalmente, chegaram.

Haviam muitos carros pretos, grandes, parados a frente, impedindo a passagem. Zayn sabia que eles haviam convocado todo o grupo daquela região, afinal, estavam lidando com Harry Styles. O cacheado saltou da parte de trás, limpando a poeira do casaco e encarando friamente os homens que se aproximava, com a face zombeteira. A frente, vinha Andy, e o Styles reconheceu seu pingente. Em um passado distante, haviam sido amigos e colegas de cela. Agora, eram apenas dois desconhecidos que queriam se matar.

– Não é que o alerta estava certo? – Andy zombou, com sua voz de trovão soando em todo o ambiente. O escuro dificultava a visão, mas aos faróis iluminavam parcialmente – O grande Styles em nossas humildes terras. Quanta honra. – o sarcasmo era palpável. Harry ouviu risos ao fundo.

– Não estou para brincadeiras, Andy. Por que ameaçou Luke e Ashton? Eles não tinham nada a ver com isso. – surpreendeu-se com a frieza em sua voz. Manteve-se firme, vendo Zayn preparar sua arma dentro do carro.

– O Hemmings? Ah, ele é um inútil. – fez um gesto com a mão – A sua amiguinha estava nos devendo milhões de dólares com heroína. Nós só queríamos quitar a conta. – sorriu ironicamente, e Harry trincou os dentes.

– Ela não é minha amiga. – rosnou.

– Oh, não? Bem, que seja. Luke era o mais próximo que chegaríamos de você, e ele pareceu dar conta de passar o recado. Agora, estou intrigado: por que você se deu o trabalho de vir até aqui, sabendo que vai morrer? Essas são as nossas terras. Eu mando aqui nessa porra. – seus olhos eram puro ódio.

– Sabe, Andy, já é hora de você aprender. – puxou a arma da cintura, destravando e apontando para ele. Viu o brilho do terror em seus olhos, e todos seus capangas prenderam a respiração – Eu faço tudo que eu quero. – e atirou.

Foi um tiro certeiro, em um milésimo de segundo. Andy não teve tempo de reagir, quando caiu para trás com o impacto. Direto em seu peito. Sem chances de sobreviver. Caiu imponente, e tudo durou nada mais que alguns segundos. Em um piscar de olhos, a chacina começou.

Dezenas e dezenas de homens brotaram do escuro, armando suas armas, e Zayn saltou do carro, gritando para Ashton ficar lá dentro. Harry trocou o tambor, atirando sem piscar, apoiando em seus pés e girando com agilidade. A morte de Andy era o que mais os preocupava. Agora, eram apenas robôs sem inteligência alguma, apenas massa muscular. E contra Harry e sua arma, não valiam de nada.

Restava apenas só um tiro, e ele a jogou para o lado, descartando, e puxou outra de dentro de seu casaco, atirando em qualquer alvo móvel que avistava. Não viu quando Luke se juntou a eles, eliminando os homens como se jogasse inseticida em uma nuvem de moscas irritantes. Harry se surpreendeu por haver tantos homens trabalhando naquela região, mas não tinha nenhum remorso. Não se importou se eles teriam família, filhos, amigos. Se estavam ali, era porque mereciam morrer. E ele estava fazendo esse favor para eles.

Descartava as armas a medida que via inimigos. O chão logo estava coberto de corpos sem vida, e muito sangue espirrava. Zayn atirava pouco, mas era preciso. Luke atirava com rapidez, acertando primeiro as pernas e depois a cabeça. E Harry só atirava, sem se importar se acertava ou não.

Foram muitos minutos, até que os inimigos começaram a diminuir gradativamente. Os poucos que restaram, medrosos, tentaram fugir, mas Harry não deu chance. Logo, estava tudo vazio. O único som era dos tiros que ecoavam, como um grito de guerra.

O Styles sorriu. Fora relativamente fácil, e assim que Andy caíra por terra, ele o apagava definitivamente de sua mente. Zayn o fitou feliz, e Ashton gritava incentivos, emocionado. Luke respirou fundo, sorrindo enviesado. Haviam vencido. Não estavam mais ameaçados, por hora.

Harry puxou o casaco para trás, apertando um dos botões do walkie-talkie. Em alguns minutos, estaria fora dali. Sobrevoando o oceano atlântico, em algumas horas, apenas, estaria de volta a Doncaster. De volta para Louis. Era uma boa expectativa.

Luke se aproximou, abraçando Ashton pela cintura.

– Muito obrigada, Styles. Não sei o que faria sem você. – Harry o abraçou forte, e depois abraçou Ash. Sorriu para os amigos. Sentiria falta deles.

– Vá nos visitar com Ash qualquer dia desses. Meu apartamento estará sempre aberto para vocês. – eles sorriram e assentiram. Zayn também se despediu, acendendo outro cigarro, deixando-o dependurado nos lábios. O Hemmings entrou no jipe, dando ré e saindo, acenando pela janela. Logo estavam novamente sozinhos, apenas com alguns dos faróis iluminando o lugar. A madrugada era fria.

Zayn abraçou o Styles pela cintura, inclinando-se e apoiando sua cabeça em seu ombro. Fechou a jaqueta de couro, aquecendo-se, e Harry sentiu o bolso vibrar. Acima, um som ensurdecedor cobriu toda a relva, e o piloto acenou, ligando os faróis instalados. Começou a pousar, a medida que eles se afastavam, tomando cuidado para não tropeçar.

Harry puxou o telefone, distraído, esperando sua carona pousar e finalmente sair dali. Viu que era uma mensagem de Louis, e franziu o cenho. Clicou para ouvir.

Harry... – um arquejo doloroso. O Styles sentiu seu estômago cair, e prendeu a respiração. Por que ele parecia estar com dor? – Harry, eu estou te implorando... por favor... Harry, eu não sei o que fazer... eu estou com medo, Harry, eu preciso de você... – um choramingo. Harry deu dois passos para trás, apertando o telefone contra a orelha. Zayn o fitou interrogativamente. O Styles nem ao menos notou. Pela segunda vez na noite sentiu medo – Harry, eu estou prestes a fazer uma besteira... Harry, por favor, por favor... – merda, merda, merda!

Ali estava, o que Harry mais temeu naquelas últimas três semanas. Louis havia caído, e agora estava implorando para que ele juntasse seus cacos. Antes que fosse tarde demais. As palavras perfuravam seu tímpano dolorosamente. Não conseguia parar de repetir seu tom suplicante. Provavelmente ele chorava também. O que havia acontecido para que o deixasse daquela maneira?! Louis era o ser mais sensível que Harry já conhecera, e sabia que qualquer coisa o magoaria. Tinha que estar lá. Tinha que ajudá-lo.

O helicóptero pousou definitivamente, abrindo as portas para que os garotos entrassem, e Harry quase saltou de onde estava. Subiu Zayn primeiro, freneticamente, totalmente cego por seus pensamentos. Cada palavra era como uma facada.

Estava prestes a subir quando ouviu:

– Ei, Styles! – instintivamente se virou. Avistou um dos milhares caídos no chão. Ele estava tremendo, e uma de suas pernas fora baleada. Perdera muito sangue, e morreria em no máximo uma hora. Mas o maldito ainda tinha chance de mover seu tronco.

E tudo aconteceu muito rápido. Styles, tentando focalizar na escuridão, distinguiu uma arma em suas mãos. O disparo chegou em seus ouvidos um milésimo antes da dor. Arfou, caindo para trás, e baixou os olhos. Um furo em seu abdômen, talvez um ou dois dedos abaixo da costela. A dor era alucinante, e em um universo paralelo, ouviu Zayn berrar seu nome, pegando seus ombros. Outro tiro. O homem caiu.

A primeira pergunta que Harry se fez foi: como? Todas as armas estavam sem munição. Mas, então, a verdade o assolou como ferro em brasa. A primeira arma que jogara no chão, com apenas uma bala no tambor. Aquele fora um golpe de sorte, ou talvez ele tivesse visto antes de atirar. De qualquer maneira, acertara.

Harry sentiu tudo girar, e um fogo tomou conta de suas células. Ele só queria que alguém apagasse o fogo. Ardia como o inferno. Por que ninguém trazia água?! O ar cortou seu rosto, e ele mal sentiu quando foi puxado para dentro e decolaram rapidamente. Os gritos de Zayn eram desesperados e autoritários. O piloto fazia uma manobra rapidamente.

O Styles tentou mover as mãos, sem sucesso. Baixou os olhos para o chão, para a carnificina, e depois para si próprio. A última coisa que viu antes de apagar na escuridão foi o sangue escorrendo por sua roupa, pegajoso, avermelhado. A voz desesperada de Louis ainda soava longe em sua mente.

Unholy (Larry Stylinson AU Religious!Louis)Onde histórias criam vida. Descubra agora