Hospital novamente

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Brenda P.O.V

Depois de chorar litros Vitor me trouxe embora. Mas não ficaria em minha casa, pois segundo ele sua mãe está precisando dele... Mas não quis me contar o que era, não quer me envolver em mais problemas!

Entrei em casa rezando para não encontrar com aquele ser insuportável. Mas não foi muito possível, até por que escutei um barulho vindo da cozinha, então provavelmente ele estaria lá.
Ao chegar na cozinha observei ele mechendo no celular, mas logo reparou que eu havia chegado então me encarou.

- Ainda bem que chegou. - Deu uma pausa. - Pensei que minha sobrinha havia nascido no meio do caminho! - Falou gargalhando.

Pela primeira vez aguentei alguma coisa calada, não estava a fim de brigar... Não aquela hora, não com ele!
Minha vida já está com tantos problemas, ficar discutindo pelos cantos da casa com esse ser insuportável só iria me estressar etc.

Abrir a geladeira em silêncio e peguei os preparativos para fazer a comida.

- O que a com você? Te conheci hoje, mas sei que não fica calada. - Disse franzindo a testa. - Cadê as patadinhas sem graça?

- Se eu tiver que te dar patadas toda vez que me encontrar com você, só irá ter briga por aqui. - Digo cortando o alho para o arroz.

- Então vamos ser irmãos mesmo? Aqueles que se dão bem e dão conselhos um para o outro? - Perguntou debochando.

- Claro que não, nunca quis ter irmão e não é agora que vou ter. Você está aqui por causa do meu pai, e eu odeio ele por isso. Mas não vou ficar discutindo com você, quer morar aqui? Tudo bem! Só não me tire a paciência. - Falei não olhando para ele.

- Nossa, maguo! - Ele diz colocando a mão no peito.

Revirei os olhos e soltei um riso fraco da cara que ele fez fingindo estar triste. Minutos depois o próprio subiu para o andar de cima, provavelmente iria para seu quarto. Então continuei em meus pensamentos e fazendo comida.

Como será quando minha filha nascer? Aliás, será que eu vou sobreviver para ver o rostinho dela? É horrível saber que sou uma bomba e que a qualquer momento minha filha pode nascer e eu não poder ver seu rostinho ou poder dar de mamar!

(...)

A comida já estava pronta, resolvi chamar o ser humano insuportável, por que eu ia fazer isso? Não sei. Só sei que eu subi as escadas para chamá-lo.
A casa estava um completo silêncio, parecia não ter ninguém ali. Entrei no quarto de hóspede onde o próprio dormiria (Enquanto morar comigo né) ele estava de frente para a janela, quieto e fumando.

Ao entrar ele não percebeu que eu estava ali. Acho que ele está decepcionado com alguma coisa, pra um garoto que debocha de tudo, ele está bem triste!

- A janta está pronta! - Digo seca.

- Já já eu desço. - Falou sem tirar os olhos da janela.

- Tá tudo bem? - Perguntei me sentando na cama.

- Claro que sim. Por que não estaria? Estou morando com minha irmãzinha que me odeia, não tem coisa melhor! - Debocha.

- Claro que tem coisa melhor, mas ok, se não quer dizer tudo bem! - Falei já me levantando mas ele me segura.

Garota IndelicadaOnde histórias criam vida. Descubra agora