Um absurdo

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Brenda P.O.V

Era estranho estar de volta. Ficar em coma é a mesma coisa morrer. Sinceramente, não quero passar por isso nunca mais, aliás, quem quer né? Eu ouvia cada palavra de Vitor, mas eu não conseguia responder. Me sentia tão só. Era como se eu estivesse em uma paralisia do sono que parecia nunca acabar.

Mas agora, estou de volta!

E é uma felicidade inexplicável, olhar para minha família é algo que não posso explicar. Vitor continua lindo, parece estar mais magro. E Sophi... Ah Sophi! Eu estava morrendo de vontade de olhar para o rostinho dela. E ela é tão...

LINDA!

Felicidade que não cabe no peito.

É super estranho estar de volta, é como se minha vida tivesse parado, obvio. Mas, eu estou viva. Eu suportei tudo isso! Quem sabe agora eu possa voltar a ser feliz!

- Ela é tão linda! - Falei sorrindo e olhando para o rostinho de Sophia.

Ouvi passos de Vitor se aproximando de mim. Seu perfume exalou em minha narina o que foi suficiente para sorrir e fitar o próprio. Ele se deitou em meu lado, e fitou Sophia. Seu rosto com expressões de felicidade me trazia uma paz enorme.

Algo me diz que finalmente serei feliz!

- Ela é linda igual a mãe. - Sussurrou Vitor sorrindo de orelha a orelha.

Olhei para Vitor que logo me olhou também. A vontade de beija-lo era tanto... E sei que nada me impedia. Estávamos nos olhando ainda, fitei sua boca carnuda e um fogo percorreu meu corpo por completo. Me aproximei rapidamente de seu rosto e senti seus lábios nos meus.

Saudade desse beijo e dessa boca!

Um beijo apaixonado e ao mesmo tempo selvagem. Tenho toda a certeza do mundo que se não estivéssemos em um hospital e com nossa filha no colo, não seria apenas um beijo. Sua língua explorava cada canto de minha boca em uma perfeita sintonia. Era como se estivéssemos nos beijando pela primeira vez ou então matando a nossa saudade.

Ouvi Sophia soltar um "mini-choro" e então paramos nosso beijo com um selinho. Sorri por estar feliz e Vitor logo sorrio também. Olhei para Sophia e ela estava acordada.

Seus olhinhos tinha uma cor clara que não dava para ver se era composto por azul ou verde.

(...)

- Cade o povão? - Perguntei fitando Vitor.

- Já liguei para todos... Eles estão vindo para cá! - Respondeu ele, alegre.

Sorri ao saber que logo menos veria aquela turminha. Que saudades de zoar com a cara deles! Segundo Vitor, ficarei essa noite aqui para ficar em observação. Mas, se der tudo certo, amanhã mesmo eu irei para a casa. O que não vejo a hora de fazer. Só quero levar uma vida normal.

Ter finalmente uma família!

- Olha só quem acordou? - Disse a doutora entrando com Sophia no colo.

Vitor havia colocado a própria no berçário á poucos minutos atrás, e ela já acordou. Essa princesinha não puxou a mamãe não, porque a mamãe adora dormir!

- Oh meu amorzinho! - Falei pegando ela no colo.

- Acho que agora ela esta com fome. - Opinou a doutora.

Tirei um de meus seios para fora daquela camisola ridícula e comecei a dar de mamar para Sophia. Ela estava mesmo com muita fome!

- Olha só, mãe de primeira viajem mas leva jeito! - Comentou a doutora sorrindo.

Gargalhei com o comentário e Vitor também. Depois de minutos, Sophia já não queria mas mamar. Deixei a própria em pé em meu colo e dei tapinhas em suas costas, depois de minutos dormiu feito um anjinho cansado.

- Olha só quem acordou do sono de beleza! - Disse Celly entrando no quarto.

- Pois é, acho que não irei dormir por um mês! - Revirei os olhos e logo sorri.

Celly me depositou um abraço apertado, senti o alívio em seu corpo.

- Que saudades! - Sussurrou ela.

- Eu sei que é impossível ficar sem mim. - Gargalhei.

Avistei Anny, Gustavo, Lucas e Bryan entrando no quarto. Um sorriso automaticamente surgiu em meu rosto. Que saudades desses filhos da mãe!

- Se você morresse, eu juro que te matava! - Falou Lucas me depositando um beijo na bochecha.

- Vou fingir que entendi. - Gargalhei.

- Oh amiga, que medo que tive de perder você! - Disse Anny me abraçando.

- Eu sei. - Gargalhei.

- Maninha maninha, que susto que se deu em nós hein! - Disse sério me abraçando.

- Vai ter que me aturar muito ainda dono Bryan! - Respondi séria mas logo sorri.

Gustavo estava sério e esperou todos saírem para vir falar comigo. Os únicos que podiam ficar aqui no quarto comigo era Vitor e Sophia, a doutora deixou todos entrarem para me darem oi apenas.

- Que bom que esta bem! - Sussurrou Guh em meio ao abraço apertado.

Permaneci quieta. Algo me diz que ele esta estranho ou deve ser coisa da minha cabeça. Ouvi passos de Vitor se aproximando.

- Você precisa ir. - Ordenou Vitor sério.

Por que ele esta agindo assim?

Gustavo encarou Vitor e seu olhar tinha um toque de medo, estão me escondendo alguma coisa! Em questão de segundos, Gustavo já estava do lado de fora do quarto. Encarei Vitor esperando ele dizer.

- O que foi? - Perguntou se fingindo de sonso.

- Vitor, fala logo! - Ordenei séria.

- Você precisa des... - Tentou dizer mas interrompi.

- NÃO! - Falei num tom auto.

Ele me encarou e como sempre, sabe que não desistirei até ele contar o que ouve enquanto estive em coma.

- Gustavo culpa Sophia. - Deu pausa. - Acha que foi por culpa dela que você ficou em coma! - Disse bravo.

An? não. Gustavo não pensaria um absurdo desse. Ele ama Sophia!

- Que? - Perguntei confusa. - Para de paranóia! - Falei calma.

Ele revirou os olhos.

- Eu ouvi Brenda! - Disse num tom auto. - Em uma briga com Anny, ele disse com todas as letras que a culpa disso tudo era da Sophia, porque se não fosse ela, você estaria bem e em casa.

Não acredito que Gustavo disse isso.

AH, ELE VAI SE VER COMIGO!

Garota IndelicadaOnde histórias criam vida. Descubra agora