78- Você é forte

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Abraham: Aguardando ansiosamente alguém me contar logo por quê escutei gritos.
Denise nao iria conseguir se conter e iria acabar contando a ele. Eu tinha que fazer alguma coisa, mas eu nao posso sair com a cara toda vermelha e os olhos inchados.
Eu: Abraham, está tudo bem.
Falei ainda de dentro do banheiro.
Abraham: Então vai me fala porquê raios você estava gritando feito uma descontrolada?
Eu travei, não sabia o que dizer.
Eu: É que... Eu...
Gagueja um pouco. Mas Denise logo falou algo.
Denise: Ela estava me chamando.
Abraham: Mas eu posso jurar que os gritos eram pra você sair daqui...
Denise: Não, nao eram.
Abraham: Certo...
Falou meio desconfiado.
Abraham: Eu já vou indo, mas depois eu volto pra saber mais.
Denise: Tudo bem.
Quando ela disse isso, escutei os passos de Abraham já que eu estava encostada na porta. Junto com o barulho dos Passos, ouvi um suspiro pesado de Denise. Acho que ela está aliviada por ele já ter ido, e ela nao é a única.
Denise: Lauren, por favor...
Eu sabia que ela estava querendo saber o resultado, mas não sei se ela deveria saber. Será que Denise iria conseguir guardar esse segredo? Não quero que os outros saibam, não agora...
Eu: Denise, vai embora, por favor...
Denise: Eu sei que voce não quer que ninguém saiba disso, e eu te entendo. Mas se deu positivo, temos que cuidar de você. Já nao basta a surra que você levou? Você já passou por muita coisa desde que você e o Carl fizeram aquilo... Temos que cuidar de você e do seu bebê...
Quando ela disse aquilo, eu me lembrei da minha mãe. Eu nao iria ser filha única, minha mãe engravidou quando eu tinha 10 anos, mas ela perdeu o bebê com 4 meses de gestação.
Destranquei a porta e abri ela devagar.
Eu: Positivo.
Disse de cabeça baixa num tom bem baixo também.
Denise: Como?
Eu: O resultado... foi positivo.
Denise: Ah céus...
Quando ela disse aquilo logo veio me abraçar. Denise nao é uma má pessoa e as vezes eu me arrependo por ser rude com ela.
Eu: Como vou fazer isso sem o Carl? Como vou conseguir continuar sem ele? Eu não sei se consigo.
Falei ainda abraçada a ela.
Denise: Claro que consegue. Você é forte. Você já passou por tanta coisa e está aqui agora... viva. Você é uma das pessoas mais fortes que eu conheço e você é só uma adolescente. Isso que aconteceu com você poderia ter acontecido mesmo sem esse apocalipse.
Eu: A diferença é que eu teria minha mãe comigo e provavelmente o pai da criança também.
Denise: Você quer uma mãe melhor que a Michonne?
Falou com um ar de riso. Ela está certa, Michonne tem sido como uma mãe pra mim desde que eu cheguei.
Eu: Eu posso contar com você? Digo... posso confiar que você não vai contar isso pra ninguém?
Falei me soltando dela e à olhando nos olhos.
Denise: Mas é claro que pode.
Falou sorrindo. Lágrimas ainda saíam dos meus olhos.
Denise: Agora nós vamos ate a outra sala pra voce tomar alguns remédios.
Quando disse Isso, pegou em minha mao e me levou ate uma sala cheia de remédios.
Eu: Sabe... antes disso tudo, eu sempre disse que não queria ter filhos. Nunca gostei dessa ideia de engravidar... todas as vezes que minha mae tocava no assunto eu dizia que se um dia eu engravidasse sem eu querer, certamente iria cogitar um aborto.
Falei enquanto ela procurava o remédio.
Denise: Como é que é?

A girl in an apocalypseOnde histórias criam vida. Descubra agora