~ Dêem play no vídeo para ouvir a música junto com o capítulo. Ouvi enquanto escrevia e acho que irão gostar da emoção. ~
Dei um breve suspiro e então abri a porta da frente, fechei e fui em direção à casa de Carl - local onde eu esperava que ele estivesse- todo o tempo fui pensando em como eu iria contar para ele, por onde iria começar e que palavras deveria usar.
Em minha cabeça estavam um turbilhão de palavras e sentimentos.
As ruas estavam relativamente vazias, tinha duas ou três pessoas na rua em que Abraham mora, ao virar em outra, dois homens conversando. Vi Carol lendo algum livro - provavelmente de receitas- sentada numa cadeira na varanda de casa, quando a mesma me viu, dei um breve sorriso que foi correspondido de imediato, gosto dela, as vezes ela me parece meio doida, mas não sei pelo que ela passou e se bem que todos nós por aqui somos um pouco.
Estava prestes a começar a falar sozinha quando percebi onde me encontrava. Havia chegado. Cá estou eu, em frente a casa de Carl.
Soltei um suspiro pesado e bati na porta, esperei alguns segundos e então abriram a porta e lá estava ele, meu doce amado e as vezes rude, Carl... Ao olha-lo, notei que estava um pouco descabelado, parecia que estava dormindo no sofá da sala mesmo.Eu: Estava dormindo?
Carl: Mais ou menos. Estava deitado no sofá e estava quase pegando num sono quando você bateu.
Disse meio sonolento enquanto coçando a cabeça e bocejava.
Eu: Ah, me desculpe. Eu volto outra hora, pode voltar a dormir.
Prestes a sair dali com essa desculpa esfarrapada, senti ele segurar meu braço.
Carl: Não precisa, fique.
Me olhava como se estivesse implorando, parecia cansado.
Eu: Tudo bem. Eu... hmm... preciso falar com você.
Disse num tom baixo, gaguejei um pouco deixando transparecer o quão nervosa estava. Carl deu passagem para que eu entrasse e depois fechou a porta quando passei. O mesmo fez sinal para que eu sentasse e logo sentou ao meu lado.
Carl: Sobre o quê quer falar? Aconteceu algo? Você está bem?
Me olhava sério, preocupado, mas sério.
Eu: Tá tudo bem, não aconteceu nada... quer dizer, mais ou menos...
Falei apressada e "tropeçando" nas palavras.
Carl: Desembucha! Estou ficando preocupado.
Eu: Certo, vamos começar do começo.
Carl: Poxa, achava que iria começar do final.
Disse num tom brincalhão, me tirando um pequeno riso e tirando um pouco da tensão do ar.
Eu: Hoje mais cedo o Christian falou sobre uma tal de Madeleine. Eu não sabia como reagir, não sabia o que fazer porque faz mais de anos que eu não toco nem penso nesse nome. Quero pedir desculpas por ter saído daquele jeito, por não ter dado nenhuma explicação, aquilo me deixou realmente muito abalada.
Despejei todas àquelas palavras em cima dele de uma vez só rapidamente ainda criando coragem para o complemento final.
Carl: Tudo bem, compreendo e desculpo, mas, Lauren, quem é Madeleine?
Falou dando ênfase em sua pergunta mostrando qual era seu verdadeiro interesse.
Eu: Minha mãe. No dia em que tudo isso virou uma tragédia, no dia em que a epidemia zumbi explodiu no mundo e tornou tudo um caos, ela estava lá, de alguma forma ela já sabia, ela era enfermeira num hospital de Atlanta e assim que as coisas começaram a ficar da forma que está, ela correu para casa e arrumou algumas coisas, assim que cheguei em casa ela entrou atrás de mim desesperada tentando me explicar o que estava acontecendo mas não deu tempo, ela apenas me falou sobre as mochilas e me mandou correr...
Nesse momento eu já estava chorando em desespero, desespero total por lembrar de tudo que aconteceu naquele dia, em lembrar de como eu tive que sobreviver sozinha sendo praticamente uma criança nesse inferno de mundo. Carl estava com uma das suas mãos alisando minhas costas tentando em vão me acalmar e me olhando como se fosse chorar junto comigo.
Eu: Ela tentou, ela tentou muito se livrar daquele bicho nojento que tava atacando ela, mas ela não conseguiu. Entrei em desespero quando vi a cena e sai correndo dali, de alguma forma eu consegui sair viva. O zumbi entrou pela porta que minha mãe em seu completo desespero esqueceu de fechar porque queria logo sair dali pra um lugar seguro. Ela só queria me proteger e acabou morta, Carl. Minha mãe acabou morta tentando me deixar viva! Por dias eu tentei desistir, por dias se passou pela minha cabeça em pegar minha arma e atirar em mim mesma, eu não aguentava mais, mas uma voz em minha cabeça ficava me dizendo que eu tinha que aguentar, que eu tinha que sobreviver. Era o que minha mente me falava "Madeleine se sacrificou por você, viva!" Várias e várias vezes até que um dia eu consegui forças pra seguir sem tentar desistir. Mas aconteceram tantas coisas, Carl, tantas coisas...
Com minha cabeça sendo segurada pelos meus braços apoiados em minhas pernas, eu chorava feito uma criança e soluçava sem conseguir olhar para Carl, esse era um dos meus segredos mais tristes do meu passado que eu guardava dele, mas foi um alívio colocar isso para fora.
Carl: Ah, meu amor.... Eu sinto tanto por isso, tanto... Eu só queria conseguir tirar toda essa dor de você, eu não imaginava que tinha passado por isso, sei que estava sozinha antes de chegar aqui mas não sabia que tinha acontecido assim. Você é incrivelmente forte, Lauren! Metade dessas pessoas que moram aqui não conseguiram passar por metade do que você passou já que a maioria foi salva ou já morava por aqui. Eu tenho orgulho de você e da pessoa que se tornou, mais orgulho ainda por ter passado por isso tudo e não ter desistido. Eu te amo, você pode sempre me contar as coisas, mas no seu tempo, sempre que precisar e quiser.
Com um dos dedos em baixo do meu queixo, Carl suspendeu minha cabeça para que eu o olhasse, depois com um beijo em minha testa, ele me abraçou forte e naquele momento eu tive mais certeza ainda de que eu amo Carl Grimes e escolhi certo ao me entregar a ele. Se um dia tive alguma dúvida, hoje tenho certeza que é com ele que eu quero passar o resto da minha vida mesmo as vezes querendo dar um soco em sua cara. Ele pode ter vários defeitos, mas se encaixa perfeitamente comigo.
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A girl in an apocalypse
AcakImagine uma garota sozinha em meio a um apocalipse... Nada bom, não é? Mas não pelo fato dela ser uma garota, mas sim porque esse apocalipse... é zumbi! Em um mundo pós apocalíptico, Lauren tenta seguir sua vida, mas várias coisas acontecerão, po...