128- Espero que ele me ajude

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 Já estava em casa, havia acabado de fechar a porta da frente quando me virei e dei de cara com um homem ruivo, alto e com cara de bravo.

Abraham: Eu posso saber o que a mocinha está fazendo aqui? E por que você tava correndo? Não venha me falar que não estava porquê estava sim que eu vi.

     Disse de braços cruzados me olhando sério.

Eu: Olha, sinceramente... eu não sei. Eu deveria estar com ele agora, mas apareceu uma pessoa que eu não esperava ver falando coisas que eu não esperava escultar e...

   Ia continuar mas Abraham fez menção para que eu parasse de falar e assim fiz.

Abraham: Para, para, devagar! Calma. Fala devagar quem sabe eu consiga entender tudo que você ta tentando me falar. Essa pessoa que você encontrou seria o Christian?

Eu: Como assim você já sabe dele e eu não? 

Abraham: Eu sei de muita coisa, garota. Cola na minha que é sucesso.

    Disso num tom brincalhão. Não sabia o que pensar, não via Christian há anos, há anos não ouvia falar de Madeleine. Minha cabeça não parava, não me deixava parar.

Abraham: Agora me diga, o que houve? 

Eu: Eu corro por que queria chegar mais rápido aqui, estava apertada para ir ao banheiro.

Abraham: Você não me engana, Lauren, se fosse isso não teria parado quando me viu.

   Ele tinha razão, não fazia sentido algum. Não queria contar pra ele antes de contar a Carl, já escondo um segredo muito grande dele, uma segredo que contei primeiro a Abraham.

Eu: Tudo bem, é que Carl estava me fazendo muitas perguntas e não queria mentir na cara dele o motivo de eu não estar indo para casa dele junto com ele. não quero ter que mentir sobre a gravidez pra ele por muito tempo ainda, mas não queria contar pra ele no meio da rua quando eu acabei de sair de uma cama. Quero aproveitar com ele ainda.

Abraham: Lauren, uma gravidez não é uma doença, eu me preocupo desse jeito com você por que é estabanada e fiquei com medo de você tropeçar em algo e cair, mas de forma alguma acharia que você é incapacidade de decidir o que é bom ou não para o seu filho. Se achas que é melhor não contar para Carl agora, tudo bem, mas saibas que não concordo com isso, por que amizade é isso, apoiar, mas nem sempre concordar.

   Falou com um olhar sério. Eu sabia que era verdadeiro, sentia aquilo, e sabia também que era o certo a fazer, Abraham estava cero, tinha que contar a Carl, era o filho dele, eu não fiz sozinha, ele tinha o direito de saber.

Eu: Tudo bem, compreendo. Você está certo, nunca pensei que diria isso, mas você está certo.

Abraham: Obrigado, eu sei.

       Disse num tom vitorioso.Depois disso, não disse mais nada, apenas subi para o "meu" quarto e lá fiquei jogada na cama por algumas horas.                                                                                           Tinha que contar a verdade para Carl. Toda a verdade! Ele tinha que saber de tudo, já estava adiando tudo por muito tempo, ele merecia saber, ele tinha que saber! Era agoniante guardar aquilo tudo. O fato dele ser pai da criança que eu carrego em meu útero,o fato dele não saber quem é Madeleine... Tudo aquilo me agoniava, tudo mesmo, cada detalhe. Acho que principalmente o fato de eu estar grávida de um filho dele me deixava mais assustada ainda. Como contar para ele? Nunca fiz isso antes nem sei como fazer, nem ao menos vi fazerem isso!

Ah, Carl, se soubesses disso antes que eu, se soubesses disso de uma forma mais simples e rápida, me pouparia a agonia e tempo de pensar em como te contar isso.

Levantei de minha cama e fui em direção ao banheiro da casa, entrei, tirei a roupa e liguei o chuveiro. Espertei uns 10 segundos e entrei em baixo do chuveiro. Tomei um banho de mais ou menos 7 minutos, o que era bastante demorado para Alexandria, já que nós tínhamos água limitada. Peguei minha toalha e enquanto me secava ia pensando no que falar para Carl e o quê falar para ele. Não era tão fácil, ele havia acordado à pouco tempo, eu estava fora da casa de Denise há algumas horas. Nunca falei desse tipo de coisa antes, não sabia como ele iria reagir, não saia o que iria falar, se iria sair correndo ou ficar. Será se irá gostar ou irá me pedir para tirá, como pensei à princípio? Não sei, só saberei na hora. Carl é muito previsível, por mais que eu o conheça muito bem, esse tipo de coisa eu nunca presenciei. 

Seja o que Deus quiser. Espero que ele me ajude.

A girl in an apocalypseOnde histórias criam vida. Descubra agora