127- Madeleine

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  Assim que ouvi a doce voz suave e nada brava do meu namorado, soltei Christian. Olhei para os dois rostos à minha frente, uma com um olhar de "Me explica isso" e outro de "sentir tanto sua falta", entreolhei Christian ficando ao lado dele e virei para Carl.

Eu:Carl, este é Christian, meu amigo de longos anos. Última vez que nos vimos estávamos em uma viagem a Los Angeles, mas no dia de voltar para casa esse fodido resolveu que queria ficar com o doce calor de Los Angeles ao invés do doce frio de Atlanta.

  Falei e olhei para ele levantando apenas uma sobrancelha.

Christian: Errado eu não estava, você deveria ter ficado lá também.

   Disse olhando para mim enquanto Carl ainda estava de braços cruzados em nossa frente.

Eu: Não é por quê o senhor é solto pelo mundo que eu sou também. Enfim, Christian, este é Carl, meu namorado. Conheci ele ao chegar aqui logo após o apocalipse.

Christian: É um prazer conhecer o homem que finalmente roubou o coração de Lauren, você é um cara de sorte, Carl. E Madeleine? Onde está? Estou com tanta saudades dela também.

  Começou cumprimentando Carl com um aperto de mão, mas ao falar o nome de Madeleine soltou e virou para mim, de imediato um arrepio correu por todo o meu corpo, há muito tempo eu não escutava esse nome, na verdade, há anos eu nem tocava nesse nome. Foi então que o sorriso que eu tinha em meu rosto desapareceu, e como eu tinha em minha frente duas pessoas que me conheciam muito bem, ambas perceberam de imediato.

Carl: O que houve, amor?

   Falou chegando mais perto de mim, seu olhar era confuso mas ao mesmo tempo preocupado.

Christian: Vamos, Lauren. Nos diga o que houve? Por que ficou assim do nada? E por que não me respondeu sobre Madeleine? Lauren?!

Carl: Calma aí, cara! Deixa ela respirar. Não pode soltar tantas perguntas assim em cima de alguém que não te respondeu nem a primeira.

Christian: Olha, eu acho que eu sei como tratar as minha melhor amiga.

   Falou dando ênfase ao "minha". Carl já sem paciência retrucou.

Carl: Olha aqui, pessoas mudam! E você baixa a bola aí que além de sua amiga ela é minha namorada.

   Falou também dando ênfase em "minha". Estamos numa briga pra ver à quem pertenço?

Eu: Calem a boca vocês dois! Está tudo bem! Só não esperava ouvir esse nome. Eu só preciso ir pra casa.

   Falei, e, sem esperar resposta alguma, caminhei ligeiramente até a casa de Abraham sem ao menos olhar para trás, aquele nome me trouxe sensações lembranças que eu não queria. Ambos gritaram meu nome mas não prestei bastante atenção, apenas segui em frente sem ligar para as vozes distantes que ecoavam pela rua. Não queria falar com ninguém, não queria ver ninguém, não agora.

A girl in an apocalypseOnde histórias criam vida. Descubra agora