Capítulo 2 - Sun and Moon

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Lauren

Os dias seguintes foram complicados, devido ao fracasso de Ally em relação ao trabalho no Liberty House. Como esperado, o senhor Roberts escutou a mim, a garota e até o Steve que se dispôs a ajudar, – pediu que a jovem o substituísse naquela sexta-feira, proposta feita por mim também - mas nada fez o homem mudar de ideia, nem mesmo as lágrimas da loira baixinha quando se deu por vencida.

Sua frustação fazia o humor do nosso grupo ficar cinzento, já que a baixinha é a essência da felicidade, até Keana resolveu ser mais gentil diante a infelicidade da amiga. Normani e eu tentamos animá-la, mas sem sucesso. Senti-me impotente, e a conversa sobre minha sexualidade continuava a ser adiada.

Falar sobre minha sexualidade... Há alguns meses eu estaria me julgando por preocupar-me tanto em falar sobre tal assunto, pois não é um dever a ser cumprido pela comunidade LGBTQIA+. Somos o que somos, e fim de papo. Mas, neste caso, eu quero ter uma conversa franca com Allyson, e assim farei. 

– Hoje ela está ainda mais triste. Nunca pensei que veria a baixinha tão desolada. – Observou Normani, enquanto nos dirigíamos ao Student Union Café, localizado no segundo andar do edifício Gilligan bem em frente ao Karnoutsos Hall, o local de alimentação no campus com o público mais variado.

Havia chegado o grande dia da exposição.

– Mais uma prova de como Allyson Brooke desperta sentimentos esquisitos em mim. Eu estou sendo complacente com sua dor, se fosse qualquer outra eu diria para deixar de ser tão dramática, pois haveria outras oportunidades, principalmente por elas terem a mesma paixão pela fotografia. – Constatei em voz alta.

– Será que você está apaixonada pela baixinha? – Diante a pergunta mais descabida que eu já ouvi Normani Kordei proferir, minha reação foi gargalhar até sentir dor no estômago e bochechas, algumas pessoas me observavam, mas eu não me importava.

– Por que isso é tão engraçado?

– Normani, é sério mesmo? Não. A resposta é absolutamente um NÃO. O que sinto em relação a ela é algo que faz lembrar minha irmã, e conheço bem esse sentimento já que Taylor desperta isso em mim desde que nasceu.

– Tudo bem! Esquece o que falei. Essa lógica se encaixa melhor do que interesse romântico. – Mani reavaliou o comentário e fez uma careta engraçada.

– Gostosas da minha vida. – Keana se aproximava despreocupadamente. – O que tanto fofocam? Posso saber?

– Normani está divagando e eu me divertindo com isso. – Respondi à menina de cabelos castanho claro, que jogou seu braço em volta do meu pescoço ao aproximar-se. – Ela acha que eu possa ter interesses românticos pela Ally.

– Argh! – A expressão de nojo que Keana fez foi cômico. – Está se drogando, Kordei? Sinto que é até pecado pensar nessa possibilidade.

– Estava viajando, esquece. E desde quando você é especialista se tratando de amor? – Revidou a garota negra.

– Sei mais do que imagina. Tenho olhos e uma ótima percepção do que se desenlaça diante de mim. Quem quiser me enganar, terá que ser um jogador mais sagaz do que eu.

– Uau! - Normani e eu exclamamos em uníssono.

– Fui tão insistente que a baixinha quase me estapeia. – Keana mudou de assunto bruscamente. – Tentei convencê-la a sair daquele estúdio e vir almoçar, mas sem sucesso.

– Também tentamos, mas eu a entendo, ela quer ficar sozinha com o que a distrai e faz bem, no caso dela, a fotografia. Então vamos apenas deixá-la em paz, ocupando sua mente para esquecer a decepção por não conseguir ir à exposição, e ainda saber que a amiga desenhista vai ter essa chance e não está nem se importando. – Constatou Normani.

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