Capítulo 7 - What's happening to me?

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Lauren

– Então quer dizer que você é quem foi a quase atropelada, mas quem surtou foi a Cabello? – Por fim, falou Keana, após um tempo calada, assimilando a história.

– Se por acaso, você atropelar uma pessoa, vai permanecer tranquila, como se nada tivesse acontecido? – Questionei com rigor.

– Óbvio que não! Mas, ela não atropelou você, no sentido literal da palavra. Não precisava de todo esse drama.

– Keana, faz o favor de calar a boca! – A irritação estava fazendo meu tom de voz alterar-se. – Eu esperava que você entendesse como é terrível julgarmos as pessoas. Cada indivíduo reage de uma maneira diante as mais diversas situações. Ela possui suas fragilidades, e níveis de ansiedade mais exaltados. Então a respeite!

– Ok, Jauregui! – Keana ergueu as mãos em rendição. – Você tem razão. Não está mais aqui quem falou.

– Agora vamos respirar fundo e acalmar esses ânimos aflorados. – Disse Ally, sua voz serena. – Eu entendo perfeitamente o que a Laur relatou. Se algum dia algo parecido acontecer comigo, vou pirar.

– É um susto terrível mesmo. – Concordou Normani. – O importante é que nada aconteceu com a Lauren, e a professora agora está bem.

– Isso aí, Mani! – Disse Allyson, fazendo um high five com a dançarina.



No decorrer do dia evitei a companhia de Keana, ainda estou chateada com a maneira debochada que ela falou sobre o ocorrido com a latina. Fazendo-me recordar o que Dinah havia dito noite passada, acerca do preconceito quando se ouve falar sobre transtornos mentais. Mesmo não tendo acontecido comigo, a fúria que sinto quando o assunto é intolerância, faz-me ficar colérica. Já passei por episódios isolados devido a minha sexualidade, e sei como isso é horrível.

Não relatei para as minhas amigas tudo o que foi contado por Dinah, restringi-me a uma versão curta e com diversas lacunas. Não me senti no direito de expor uma pessoa gratuitamente, além disso, lembro-me bem do semblante sério da loira ao falar sobre as dificuldades da professora.

Durante todo o dia, me peguei devaneando sobre a fotógrafa. Não acompanhei Allyson a nenhuma aula, queria evitar minha presença forçada à professora, daria um tempo para os eventos dissiparem de nossas mentes.

Na hora do almoço estava sentada na área de convivência no Co-op Hall, lendo alguns textos designados pelos professores, quando Keana aproximou-se e sentou ao meu lado. Não desviei minha atenção do que estava fazendo, e a garota não falou nada por longos minutos.

– Eu passei o dia refletindo sobre o que você falou sobre preconceitos, e estou me sentindo o ser mais desprezível do mundo. – Keana desatou a falar sem conseguir me encarar inicialmente. – Eu falo demais, e muitas vezes não considero o peso que as palavras possuem. Sei como esse prejulgamento é foda, pois já senti na pele, então desculpa por tratar o assunto da professora como algo banal. – A dançarina terminou seu discurso me encarando de uma forma que nunca tinha visto antes, seus olhos mostravam que o arrependimento é sincero. Conheci uma Keana humana e sensata.

– O importante é que você conseguiu ver o seu erro e procurou revertê-lo. – Falei dando um leve empurrão nos ombros da garota. – Está tudo bem agora.

– Você realmente gosta dela, certo?

– Quê? – Sua pergunta foi inusitada.

– Não precisa disfarçar. Está cada vez mais óbvio o jeito com que você olha para ela, além de estar radiante hoje mais cedo.

MerakiOnde histórias criam vida. Descubra agora