Capítulo 53 - Internal disorder

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Demorei, mas voltei! Hehe

Como estão meus amores? Espero que bem!

Mais um capítulo morno, mas necessário. Espero que apreciem.

Os erros, corrijo-os quando identificá-los.

Boa leitura!


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Camila's POV

De acordo com Freud, o luto é a perda pungente de uma ligação muito significante. Pode ser superado com o tempo e não deve sofrer interferências, pois podem ser prejudiciais. É necessário sentir. Em sua obra Inibições, Sintomas e Ansiedades (1926), Freud discorre sobre a Inibição, uma redução da função do ego para se precaver, portanto, acontece a perda de muita energia, que é reduzida em diversas partes do todo. Devido ao declínio de energia, há perdas de interesse em atividades diversas, resultado da devoção ao luto.

A perda é uma das piores sensações a ser sentida.

O fardo que carrego é árduo, em diversos momentos sinto-me fraquejar. Minhas forças desaparecem, meus joelhos quase cedem, o chão parece tão próximo e convidativo... Tudo o que desejo é deitar em posição fetal e esperar acordar, como se eu estivesse vivendo em um pesadelo, e no instante em que abrir meus olhos tudo desvanecerá.

— Oi! — Respirei fundo e encarei minha irmã se aproximando timidamente.

O hábito dela em fitar o chão parte o meu coração, pois sei o que é ter seu eu enclausurado a força e a vergonha em deixar que saibam o que se passa.

— Oi, Sofi! — Esbocei um sorriso. — Vamos caminhar? Podemos ir até o lago, Mike me informou que é pertinho. — A garota apenas assentiu.

Viemos para um rancho pertencente a um amigo do casal Jauregui. Eu sabia que a ideia foi de Dinah, mas por acaso, escutei Taylor contar a minha garota que DJ já havia conversado com os pais de Lauren, portanto deixaram tudo organizado, apenas esperando minha aprovação. Já estava com saudades da minha querida amiga que está sempre se desdobrando para me ver bem.

— O que está achando daqui? — Perguntei incomodada com o silêncio.

"Por que é tão difícil lidar com uma desordem tão semelhante a minha?"

Minha mente faz essa mesma pergunta incontáveis vezes e eu prossigo sem resposta. O meu progresso ainda não está completo, talvez seja por isso, ou apenas não sou apta para ajudar nestas situações como Lauren faz com maestria. Mas quero segurar firmemente a mão de Sofi enquanto ela começa sua caminhada, eu posso ser seu suporte, enquanto minha garota a impulsiona para fora da sua escuridão interior. Um trabalho em equipe.

— É bonito. Calmo. — Respondeu e fitou o horizonte.

Diferente dos meus olhos que se apresentavam nebulosos — como descreve Lauren — devido à revolta e culpa, os de Sofia são demasiadamente tristes e às vezes tornam-se vazios, e isso me assusta, pois ela se esconde em algum lugar dentro de si e quanto mais permaneci ali, mais árduo será tirá-la de lá. Ela passou por um trauma perturbador ao presenciar nosso progenitor enforcar mamãe, ato que levou ao falecimento da mesma. Se eu pudesse reverter apenas uma situação seria exatamente essa, e resgataria as duas antes que fosse tarde demais, porém, demorei em demasia e não possuo superpoderes para tal mudança.

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