Capítulo 6 - Café e Ian

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Acordei naturalmente na manhã seguinte,há quanto tempo eu não fazia isso:acordar cedo em um fim de semana.
Eu conseguia ver uma leve neblina pela minha janela.Peguei meu telefone no criado-mudo e eram 08:13.
O que fazer hoje? Era Sábado,tinha o dia livre.Repassei a cena de ontem na minha cabeça.

Ian Somerhalder,o gato misterioso, poderia ter conversado comigo,se aproximado.
Até que chega uma sei-lá-quem e estraga essa oportunidade.
Eu precisava conhecê-lo,sentia um desejo difícil de ser suprido. E eu precisava supri-lo, para o bem da minha sanidade mental. Eu precisava cuidar dela, não deixar me levar tanto por sorrisos de canto, olhar perfurador de alma, expressões enigmáticas e fulminantes pra não cair em devaneios eróticos.

Passei a mão pelo meu cabelo e assim despertar e não cair na malícia da minha mente e resolvi levantar.
Não estava de ressaca,mas ainda sim estava com uma dor de cabeça desgraçada,resolvi então botar um jeans surrado,meu moleton preto e meu Vans pra sair e tomar um café, ou melhor ainda, tomar um frapuccino com muita cafeína. Lavei o rosto,passei só um lip balm e saí.

Botei minhas mãos dentro do meu moleton e eu era uma das únicas vivas almas no Campus de Harvard.

Cheguei no Starbucks, pedi meu frapuccino e sentei em uma mesa.
Poucos minutos depois,vejo a porta abrindo e eu não esperava por aquilo: Ian Somerhalder estava entrando,usando um jeans de lavagem escura e um suéter preto por cima de uma camisa branca.
A barra da camisa para o lado de fora da calça lhe deu um irritante sensual ar desleixado que me tomou um bom segundo de observação.

Peguei meu celular para assim fingir que ia fazer alguma coisa. Ele arrumou uma mesa,ao sentar tomou um gole do café que pegou e ele se espreguiçou,meus olhos foram diretamente para o pedaço de pele que sua blusa não cobriu mais.
Suas entradas perfeitas e ridiculamente bem desenhadas,um início de abdômen bem definido,um tanquinho perfeito.
No primeiro segundo,os devaneios começaram a vir como um raio,poder sentir o toque das mãos fortes,sua respiração no pescoço que já havia sentido na sala de aula,e poder saborear o gosto daqueles lábios vermelhos e carnudos.
Pelo menos esse devaneio levou pouquíssimos segundos,ao voltar à realidade bufei com raiva de mim mesma. Por que ao ficar perto dele era tão difícil fazer os hormônios apenas fluirem pela corrente sanguínea ao invés deles borbulharem?

Estava quase acabando meu frapuccino,quando notei-o me olhando,encarei de volta.Olhei com o olhar mais perfurador que consegui,nos encaramos por uns bons 5 minutos,se ele vai ficar falando por aí que tinha algum interesse em mim ou sei lá o que, só acho que não fazia sentido ele simplesmente deixar ser engolido e sei lá o que mais ele fez com qualquer uma aí.
Mas,quem sou eu pra falar, não tínhamos absolutamente nada. E quer saber? Ele pode fazer o que quiser, eu mal conheço o cara, melhor deixar isso pra lá.

Quando finalizavámos a troca de olhares, ele pôs o queixo apoiado na mão e adquiriu uma nova expressão, ele aparentemente estava se divertindo com tudo aquilo,em retribuição,eu arqueei uma das sobrancelhas em tom desafiador como se dissesse 'fala sério,né'.
Tomei um último gole do meu frapuccino sem quebrar os olhares,levantei e saí.Dessa vez,sem nem olhar para trás.

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