Capítulo Doze - Por onde anda Tony?

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Din-don.

    Din-don.

    Din-don.

    A campainha toca insistentemente lá em baixo enquanto leio sossegadamente um livro em meu quarto. De repente ela para. Suponho que Alguém deve ter aberto a porta. Da janela do meu quarto vejo fogos de artifícios irrompendo no escuro céu noturno. As cascatas coloridas se espalham lindamente lá no alto avisando a toda cidade da comemoração pela vitória dos Hell's Bulls no jogos municipais que aconteceram ontem. Desde então a cidade está em êxtase e não se fala outra coisa nos jornais locais ou nas redes sociais a não ser do excelente desempenho dos atletas e da brilhante vitória em cima do time vencedor veterano dos últimos anos. E a grande estrela da noite não poderia ter sido outra, Antony Sanders.

    Escuto passos urgentes subindo as escadas. Batidas aflitas reverberam em minha porta. Reviro os olhos. A última coisa que quero no momento é ser incomodada, justamente na parte mais emocionante na história.

    — Querida, a mãe do Antony está lá embaixo querendo falar com você.— anuncia minha mãe após abrir a porta.

    Levanto a cabeça e fito-a.

    — porque ? Alguma coisa aconteceu?

    — Ora, eu não sei. Mas ela parece estar preocupada.

    Penso nas minhas opções e avalio seriamente pedir a minha mãe que diga a ela que estou dormindo ou alguma coisa do tipo que evite com que eu tenha que encontrá-la.

    — Nem pense nisso. Não vou mentir pra ela. Desça e vá lá falar com a mulher.— ordena minha mãe como se lesse meus pensamentos.

    Lentamente deixo minha cama e desço ao seu encontro. Lá em baixo vejo uma pessoa familiar sem o habitual sorriso que costumava acompanha-la aonde quer que fosse. Nesse momento ela está visivelmente transtornada e abatida. Sinto um calafrio subir a espinha.

    — Boa noite senhora Sanders.

    — Elize! Graças a Deus ! — seu rosto sombrio se ilumina — meu anjo preciso da sua ajuda.

    — Pode falar. Seu eu puder ajudar, farei com prazer. — sorrio levemente a fim de tranquiliza-la. — a senhora não gostaria de sentar e tomar alguma coisa?

    — Oh, não. Serei breve. É sobre o meu filho.

    Enrijeço.

    — Ontem foi o campeonato de basquete e como você dever ter sabido, o time dele venceu. — ela lambe os lábios — Desde então o Antony saiu para festejar com seus amigos e não deu mais notícias. Liguei para o seu celular várias vezes mas ele não atende. Queria poder ligar pra as mães dos seus colegas mas não sei o número de nenhuma. Eu.... não sei mais o que fazer... estou muito preocupada. Você sabe onde ele pode estar?

    — Senhora Sanders... — seus olhos miúdos castanhos cintilam com ansiedade e esperança pela resposta e me obrigo a pensar aonde o seu filho poderia estar. Então finalmente uma luz surge na minha mente e lembro de que os alunos da minha turma estavam planejando uma festa para o fim de semana na casa de um cara, caso o time vencesse. Natasha tentou me convencer a ir, mas preferi ficar em casa — Talvez eu tenha ideia de onde ele possa estar. — ela sorri triunfante e enfatizo: — talvez. Não tenho certeza.

    — E onde ele está? Pode achá-lo para mim?

    — Tá tendo uma festa agora por causa da vitória do time. Eu acredito que ele esteja lá. Vou ligar para uma amiga que foi pra confirmar isso.

    — Oh! Muito obrigada meu anjo.— ela põe as mãos sobre o coração e uma lágrima enxerida serpenteia por sua bochecha.

    — Não se preocupe. Vou achá-lo para a senhora.

                        *****

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