Capítulo Quinze - O plano Perfeito

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— Não acredito que vamos fazer isso mesmo. — digo sentindo falta de ar.

    — Não reclama, tá? Não é você que vai levar suspensão. — Natasha retruca visivelmente mal-humorada.

    — Esse plano que você teve do banheiro é simplesmente ridículo.

    —Ah, é? Você tem alguma plano melhor por acaso? — murmura .

    Não respondo. Claro que não tenho. Ou é isso ou nada.

Mais uma vez sinto dificuldade em respirar. O que eu e Natasha estamos prestes a fazer é bem arriscado, se alguma coisa sair errada estaremos bem encrencadas.

    — Fica de boa aí, entendeu? A parte mais difícil nem é essa. — ela olha em volta avaliando o movimento ao mascar seu chiclete despreocupadamente — até porque já fui pega fazendo coisas piores. — ela pisca.

    Olho para o relógio e vejo que essa é a minha deixa.

    — Vou indo agora. A coordenadora deve estar quase chegando aqui.

    — Ok. Vamos começar a festa. — ela me lança um sorriso lupino e tira a caneta preta permanente do bolso. Antes de ir, vejo-a começar a rabiscar no quadro em que a imagem do diretor está pomposamente retratada.

Criativamente ela desenha um par de óculos em seu rosto e adiciona um bigode cômico sobre os lábios murchos do homem.

    Ouço passadas vindo pelo corredor e apresso em me esconder. Dobro na entrada do banheiro feminino e fico na beirada da porta ouvindo os passos pesados da coordenadora que está prestes a dar início a primeira etapa do nosso plano para conseguir as chaves do laboratório.

    Natasha e eu passamos uma tarde inteira discutindo como faríamos para obtermos as chaves de algumas portas da instituição e de como iriamos pegar os matérias necessários para darmos início a nossa produção ilegal de ecstasy.

No final das contas, acabamos bolando um plano razoavelmente decente que não envolvia arrombamentos ou vítimas fatais.

    — Temos que fazer com que você entre na sala do diretor.— explico a ela enquanto desenvolvíamos nossas estratégias de furto no covil secreto do Malcon. — ele é um homem muito ocupado, não vai ser fácil entrar lá.

    — A gente podia entrar sem que ele visse. — a garota sugere.

    — A sala fica trancada e ele passa o dia todo lá dentro.

    — Eu poderia responder algum professor ou algo do tipo e aí eu seria mandada pra lá.

    — Responder um professor não é algo tão sério assim que mereça a atenção do diretor. Você seria mandada pra detenção e não pra sala dele.

    Ela xinga e comenta:

    — Então vai ser algo, tipo, muito sério pra eu entrar lá. Estou até ficando com medo agora. Será que vou ter que apagar alguém pra conseguir aquelas malditas chaves?

    — Matar alguém não, mas.... já sei! Ele não gosta de vândalos. Ano passado uns garotos tiveram que pintar as paredes da escola depois de terem sido pegos pichando. E levaram uma suspensão de uma semana depois do diretor ter uma conversa séria com os pais deles.

    — opa, opa. Pra começar não quero ser expulsa da escola e segundo, eu nem tenho pais pra virem bater um papinho com o chefão do colégio.— resmungou desconfiada.

    — Pichar uma parede não seria uma boa ideia. Também não é pra tanto, mas
poderíamos fazer algo similar e mais simbólico de modo que ele fique muito irritado só que não a ponto de te complicar.

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