Capítulo Seis - Prezado Público

14 4 0
                                    


     *Seis anos antes*

Em um dia ameno de primavera, tia Rose e tio Bill resolveram aproveitar o final de semana para levar Tony e a mim no novo parque de diversão que chegara a cidade naquela semana. Meus irmãos mais novos, Zac e Cloe, imploraram pra ir também, mas minha mãe temendo uma enorme bagunça e uma dor de cabeça ao casal, os proibiu de ir, mas logo prometeu levá-los depois.

    — Eu estou louco para ir no circo — anuncia Tony no carro

    — Boa ideia. Assim Eles podem contratar você como o mais novo palhaço da trupe deles.— provoco, zombeteira.

    — Ah é, e você seria minha assistente de palco. A grande pequena Smurffete. — ele ri e eu reviro os olhos.

    — Palhaços não precisam de assistente de palco, seu bobo. Só os mágicos.

    — Então eu serei mágico também. O mais magnífico e engraçado mágico palhaço do picadeiro!— ele abre os longos braços empolgado e sua mão, acidentalmente, atinge meu nariz.

    — Aiii. Cuidado comigo aqui do lado! — grunho, raivosa.

    — Crianças, chegamos! — avisa a mãe de Tony, ela demonstra tanta empolgação quanto nós.

    Tony era filho único de tia Rose e tio Bill, por causa disso ele, por muitas vezes, era mimado e tratado como um rei em sua casa. A mãe de Tony amava-o tão intensamente que faria tudo por seu filho. Ela sempre foi muito cuidadosa e protetora, ela o acompanhava em quase todos os lugares — exceto quando ele ia à escola. Minha mãe, às vezes comentava que achava isso um pouco perturbador e errado, os filhos devem saber seus limites e os pais devem impor sua autoridade e não aceitar tudo que eles fazem, ela sempre dizia quando via tia Rose enche-lo de doces e mimos toda semana. Eu dava de ombros e secretamente sentia certa inveja da vida que ele levava. Não ter irmãos pode ser um pouco solitário, mas pelo menos se tem toda a atenção da casa voltada para si e os brinquedos e a comida você não precisa dividir com ninguém. Se minha mãe fosse como tia Rose, eu facilmente seria uma criança acima do peso e teria meu quarto abarrotado de brinquedos caros e tralhas de última geração.

    Descendo do carro decidimos que primeiro iriamos visitar todos os brinquedos do parque e por ultimo iriamos assistir o espetáculo do circo. A fila dos ingressos estava enorme e enquanto os pais de Tony passavam seu tempo nela, eu e meu melhor amigo corríamos de um lado para outro fascinados com as grandes estruturas, a movimentação das pessoas e as luzes coloridas e brilhantes que enfeitavam todo o espaço.

    — Não corram muito rápido, crianças. Cuidado para não se machucarem ou voltaremos para casa. — alertou o pai de Tony

    — Não fiquem longe de nós. — pediu tia Rose

    Como crianças levadas que nós éramos, pouco nos importamos com os avisos dos pais de Tony e continuamos a correr e brincar entre as pessoas. Após comprados os ingressos, o primeiro brinquedos que visitamos foi a montanha russa. Por muito pouco, os funcionários quase não me deixaram entrar por causa da minha baixa estatura, mas por conta de meus tênis estrategicamente mais altos, consegui entrar na atração radical e curti com muita gritaria e adrenalina os altos e baixos que o carrinho dava em cima dos trilhos. Ao final, o pai de Tony ficou tão enjoado e tonto que precisamos parar e sentar alguns minutos até que ele voltasse a ficar bem. Em seguida,  fomos ao brinquedo das xícaras que giram, que rodavam loucamente entre várias outras me causando certa tontura e vertigem. Tony achou essa atração um tanto sem graça ao passo que tio Bill não quis arriscar e ficou na grade de segurança tirando as fotos. Depois dele, vieram tantos outros brinquedos tanto calmos como mais agitados que fizeram as horas passar como se fossem segundos e logo a hora do espetáculo do circo chegou. Compramos a pipoca e algumas balas e nos acomodamos em nossos lugares.

DiversoOnde histórias criam vida. Descubra agora