Fantasma

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POV CHRISTIAN

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POV CHRISTIAN

— Merda... – resmungo ao sentir uma dor quase insuportável que avassala minha cabeça e me dá a sensação de que ela irá explodir a qualquer momento.

Desperto mais um dia nesta hospedaria francesa que cheira a maresia. A luz do sol quente vem por entre as frestas da veneziana e encontram meu rosto.

Arrasto-me sonolento pelos lençóis e tateio-os em busca de Anastasia, porém não a encontro. E então me lembro: ela se foi.

Resmungo com a enxaqueca que me fazia tontear, dificultando minha busca pelo relógio da cabeceira da cama.

Ao percorrer os arredores próximos da cama com uma das mãos, posso sentir os adornos das bordas das garrafas de bebida que eu vinha ingerindo há dias, sem falar no cheiro do álcool que se mistura com o cheiro do sal vindo do mar.

Havia perdido completamente a noção do tempo. Não fazia ideia de quantos dias haviam se passado e nem qual foi minha ultima refeição.

Assim que alcanço o relógio, pego-o em minha mão e o aproximo de meu rosto, pois estava com a visão turva e as dores de cabeça não ajudavam nada.

— Ah, que maravilha... – ironizava ao discriminar que já eram duas horas da tarde.

Tentava me levantar para chegar ao banheiro sem esbarrar em muitas coisas, mas esbarrava no pé da cama e na soleira da porta de acesso ao toalete.

Quando expunha meu membro para realizar minhas necessidades fisiológicas matinais, percebia que estava usando apenas uma samba canção de algodão.

Enquanto ia recompondo a consciência, sentia o cheiro do álcool ainda mais forte predominando o ar e o cheiro do meu corpo também não era dos melhores.

Dentro do vaso eu podia perceber que havia vomitado e, surpreendentemente, eu não me recordava disso.

Acionava a descarga e despia-me, entrando diretamente no chuveiro para lavar-me.

Enquanto eu sentia a água escorrer pelo meu rosto e corpo, minha consciência retornava aos poucos e o embotamento se esvaia gradualmente.

De repente já estava pensando nela. Preocupava-me se ela estava fazendo uma boa viagem, se ela se alimentava bem e se já havia chego ao seu destino...

Mas o sentimento que vinha após a preocupação era a enorme falta que eu sentia dela.

A falta que Anastasia fazia era equivalente a uma peça de quebra-cabeças perdido e que não poderíamos ver a completude e a harmonia da figura sem a mesma. Mas era uma peça importante e decisiva, como se sem ela o quebra-cabeças não faria nenhum sentido.

E realmente não fazia.

Os dias sem Anastasia não fazem nenhum sentido.

Quando dava por mim, meus olhos marejavam em lágrimas e minha garganta fechava violentamente, fazendo com que eu perdesse a respiração enquanto forçava o choro para dentro.

Minha Querida Francesa AnastasiaOnde histórias criam vida. Descubra agora