O Quarto Dos Fundos

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Logo mais tarde, o sono veio, e com ele o medo de dormir. A sra Peixoto deu um beijo de boa noite nas crianças e um especial em George. Depois se dirigiu à cozinha e se sentou na cadeira da mesa. Pensativa, bebia uma taça de vinho. O que Antônio tinha na cabeça? Enquanto pensava, o sono veio. Se espantou com um barulho e então subiu as escadas, foi quando viu o filho George com o semblante de satanás na face.

George tinha ido ao banheiro para urinar quando de repente viu a luz se apagar. "liga logo, Bianca, para de graça"! Olhou para trás e não viu ninguém. Foi até a porta, depois até seu quarto e viu que a sua irmã estava tranquila no computador. Achou estranho e voltou para o banheiro. Terminando sua necessidade, viu de novo as luzes se apagarem, só que dessa vez com um empurrão violento na porta fazendo ela se trancar por fora. Tentou abrir, mas, não conseguia. Tentou ligar a luz, mas ela não ligava. Foi quando tentou gritar, forçar a voz, chamar alguém, pela sua mãe, ou até por Janete; porém uma mão gelada o amordaçou por trás. Era uma mão tão fria que seu corpo todo gelou subitamente. Lá estava George, mijando na cueca, o coração trepidando no peito feito trator no asfalto. A mão então destapou sua boca. Gritava mas ninguém o ouvia do outro lado da porta. E agora? Luz apagada, a porta trancada. Tudo o que George mais temia em sua vida. Resolveu fechar os olhos e cantar uma música do Padre Zezinho, música que seu pai sempre escutava quando era da igreja, anos atrás.

Minha casa é a casa do senhor

Minha casa é a casa do senhor

Minha casa é a casa do senhor

Enfim a porta se destrancou, foi quando o garoto chegou aos prantos no seio da mãe.

Jamila acalmou-o e o levou para a cama. A pobre criança soluçava de tanto chorar contando para a mãe o que tinha acontecido. Jamila disse que ficaria com ele até ele dormir. Depois de muito soluços, o menino dormiu e Jamila Peixoto pensou: ele está delirando. Pobre filho, hoje vou dormir com você.