Mapas

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114 dias antes.

-Talvez eu possa te maquiar – Marina disse sorrindo para Guilherme.

Eles estavam no quarto dela. Depois de sair da escola, a loira foi até a casa do namorado e o chamara para ir até a casa dela. Ele ainda tinha o rosto coberto de hematomas mas estava bem melhor do que nos dias anteriores.

Marina não falara com Eli desde a vez em que fora vê-lo no seu apartamento. Tinha inclusive a impressão de que o garoto de cabelos platinados estava a evitando mas decidiu ir atrás dele em outra oportunidade, ainda tinha que conversar direito com Guilherme.

-Tenho certeza de que você vai me deixar lindo – Guilherme sorriu para ela, a loira ficou séria e se aproximou.

-Por que você estava nos seguindo? – o namorado abaixou a cabeça envergonhado –Sério, Gui, você não confia em mim? Esses anos todos não te ensinaram o quanto eu me importo com você?

-Não é em você que eu não confio... – ele a interrompeu.

-Ok, você não confia em Eli, isso não é novidade – ela comentou –Mas não consigo entender toda essa paranoia que você tem com ele, sério. E juro que estou tentando encontrar uma justificativa mas nada faz sentido!

-Marina – ele pegou a mão dela –Eu sei que ele é seu amigo mas você não devia confiar nele, de verdade. Tudo sobre ele me preocupa... Me preocupa o fato de não saber se você está com ele ou não. Por favor, é melhor você se afastar. Isso não é paranoia minha e vou conseguir te provar isso.

Marina encarou o namorado e ficou confusa. Não sabia mais em que pensar, em que acreditar, alguma coisa estava mudando e ela não sabia dizer o que. Havia algo de magnético em Eli, algo misterioso e escondido que a deixava curiosa e com vontade de saber mais mas não tinha certeza se ele era realmente perigoso. Quer dizer, quando fora ameaçado ele se mostrara implacável e violento mas nunca fora grosseiro ou agressivo em qualquer circunstância em que não fora acuado.

-Eu posso tomar conta de mim, não precisa se preocupar – ela disse tentando tranquilizar o namorado –Só não faça isso de novo... De verdade, me deixou com muita raiva.

Ele balançou a cabeça e enterrou o rosto no pescoço da loira que suspirou completamente desnorteada com o rumo que as coisas tomavam.

***

-Eu tive uma ideia! – Luana pulou na cama assustando Rafaela que estava distraída olhando a coleção de CDs no quarto da loira.

-Ai – ela reclamou mas sorriu ao ver a expressão boba que enfeitava o rosto da amiga –O que foi? O que essa mente diabólica está bolando?

-Que tal fazermos uma viagem nesse feriado? – Luana sorriu de um jeito que deixava Rafa aterrorizada, era aquele sorriso de quando ela estava planejando algo perigoso e provavelmente ilegal.

-Que feriado, Luana? Amanhã é quarta e temos aula até sexta! – Rafa respondeu sem entender nada.

-Ora, vamos criar um feriado – a loira não desistiu –Vamos alagar a escola ou sei lá! Ai eles vão cancelar as aulas e podemos curtir nosso feriado...

-Você é louca – Rafa comentou rindo.

-Vamos, faz tempo que não fazemos nada realmente louco e emocionante! – ela insistiu –E, com toda essa situação da Marina, Guilherme e Eli, acho que ela ia gostar de um intervalo... Vamos. Se isso te incomoda muito pode mentir para você mesma e dizer que vamos fazer isso pelo bem de uma amiga...

Uma dose violenta de qualquer coisaOnde histórias criam vida. Descubra agora